João Carlos Pereira é candidato à presidência do Marinhense
Antigo treinador pretende desenvolver projeto de médio-longo prazo no clube onde se formou enquanto jogador e no qual começou a carreira de treinador; garante a A BOLA estar «preparado para o desafio»
Um bom filho à casa torna. Não se sabe se será este o lema da campanha, mas, para já, há uma certeza: João Carlos Pereira é candidato à presidência do Atlético Clube Marinhense.
O antigo treinador, que construiu uma carreira de enorme valia - além do Marinhense, treinou também Pombal, Académica, Nacional, Moreirense, Al-Tadhamon (Kuwait), Estoril, Belenenses, Ermis Aradippou (Chipre), e Servette e Grasshoppers (ambos da Suiça) -, encara, assim, o futuro com outras ambições e pretende regressar ao clube onde tudo começou.
Nascido em Angola, João Carlos Pereira rumou a São Pedro de Moel, conhecida praia do concelho da Marinha Grande, distrito de Leiria, com apenas 4 anos de idade, e foi, precisamente, no Atlético Marinhense que se lançou para o futebol. Primeiro como jogador - cuja carreira contemplou ainda passagens por Académica, Moreirense, Trofense, Mirense e Leiria e Marrazes - e depois enquanto treinador.
Agora, aos 59 anos de idade, sente que chegou a hora de voltar ao local onde tudo começou para tentar dar ao Marinhense aquilo que um dia o Marinhense lhe deu.
Em declarações exclusivas a A BOLA, João Carlos Pereira começa por explicar por que razão decidiu avançar para uma candidatura à presidência do emblema vidreiro - as eleições ainda não têm data marcada, mas deverão acontecer durante o próximo mês de maio.
«Nunca me esqueci de que um dia entrei no Marinhense. Já tinha em mente retribuir ao Marinhense tudo o que fez por mim e sinto que chegou a altura de avançar com este projeto. Sou um privilegiado, trabalho numa área apaixonante e tenho um gosto tremendo pelo trabalho que desenvolvo. O meu regresso ao Marinhense estava planeado para um momento mais adiantado da minha carreira, mas porque sou uma pessoa de projetos e ultimamente não encontrei projetos que me satisfizessem decidi criar um projeto no clube da minha terra», assume.
Sobre o que pretende desenvolver no Marinhense, João Carlos Pereira - que esteve durante vários anos na coordenação de uma academia no Catar - é pragmático: «Cada contexto é um contexto, os projetos não se podem levar de um sítio para o outro. Eu tenho conceitos que permitem estar pronto para este contexto. Sinto-me totalmente preparado para este desafio. Sempre fui uma pessoa interessada em perceber o que é uma organização desportiva e a minha carreira também me permitiu adquirir esses conhecimentos. Fui construindo e desenvolvendo ideias e não nego que a minha passagem pelo Catar permitiu-me alargar horizontes.»
O Atlético Clube Marinhense milita no Campeonato de Portugal - esta temporada esteve até à última jornada da fase regular a lutar pelo apuramento para a fase de subida à Liga 3 - e por lá vai continuar na época 2024/2025. João Carlos Pereira não esconde que será importante levar o clube ao próximo patamar, mas o mais importante, aponta, é o trabalho de base que tem de ser feito.
«Objetivos de curto prazo? Para já, prefiro não me vincular. O que penso para uma organização como o Marinhense, que não tem os recursos dos demais, é que temos de criar condições para que o clube possa ter mais recursos. Penso que terá de ser um projeto de fundo. Claro que vamos lutar por uma subida à Liga 3, mas, acima de tudo, temos de pensar, em primeiro lugar, num projeto sustentável.»
E para isso estará nos seus horizontes a constituição de uma SAD? «Constituir uma SAD é importante e terá de ser um passo a dar, mas, para já, é precoce falar nisso. Ainda sou apenas candidato. Só depois das eleições, e se for eleito presidente, é que ficarei ciente de toda a realidade e a partir daí, sim, poderemos falar com as pessoas, até porque o clube tem, neste momento, um investidor.»