SC Braga Jesualdo Ferreira avalia Bruma, que lançou no Sporting com 18 anos
A fantasia e talento de Bruma foram fundamentais para o SC Braga desbloquear em tempo recorde o primeiro duelo da 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões com o vice-campeão sérvio, o Backa Topola.
O golo do extremo, aos 17’, deu expressão à superioridade arsenalista, permitindo ao conjunto de Artur Jorge abordar a 2.ª mão com o conforto de uma vantagem de três golos. Aos 28 anos, Bruma parece lançado para época de excelência, ao nível do que exibiu quando em janeiro chegou aos minhotos então cedido pelo Fenerbahçe. Contratado em definitivo a troco de €6,5 milhões, o extremo abraça a estabilidade que lhe faltou na carreira, não obstante ter passado por grandes clubes.
A BOLA falou com Jesualdo Ferreira, o treinador que lançou Bruma no Sporting quando o extremo tinha 18 anos e três meses. Foi o professor quem viu nele qualidades para singrar nos leões e a 10 de fevereiro de 2013 deu-lhe a titularidade frente ao Marítimo.
«O Bruma fez parte de um processo que levámos a cabo naquela altura no Sporting quando chamámos vários jogadores da Academia, entre eles também o João Mário ou o Adrien Silva. O Bruma destacou-se muito novo e deu claras indicações de ser um jogador com futuro», situa Jesualdo Ferreira.
O Sporting foi uma passagem rápida. Depois de um processo que fez correr muita tinta, Bruma saiu na época seguinte para o Galatasaray com apenas 13 jogos pelo Sporting. Uma venda por números respeitáveis para a altura: €10 milhões mais €3 milhões em variáveis.
«Saiu demasiado cedo, não teve a maturação necessária para ir para fora e estabilizar a carreira. Teve uma lesão grave no Galatasaray, neste capítulo não foi feliz. Passou por grandes clubes, mas sem nunca estabilizar o seu progresso normal», nota Jesualdo com uma partilha:
«Era um miúdo de 18 anos com um grande talento e muita humildade, queria fazer tudo bem e depressa e a sua integração no Sporting passou a ser fácil a partir do momento em que percebeu a minha mensagem: ‘Nesta equipa tens de fazer o teu trabalho e ajudar os outros, atacar, mas também defender, estares no sítio certo para ganhar a bola e saíres rapidamente para o ataque’. Para ele foi um dado importante», conta o professor - e tão importante que, repetidamente, Bruma se refere a Jesualdo como o treinador mais importante da sua carreira.
«O Braga tem nele um jogador nuclear, embora tenha uma equipa cada vez mais forte, logo é mais difícil entrar no onze. O caráter dele continua a ser de um jogador muito forte mentalmente, com uma grande capacidade de jogo coletivo e vê-lo a fazer o que tem feito no Braga é uma grande satisfação para mim», solta Jesualdo, fazendo uma revelação: «Sabe, é um prazer trabalhar com um jogador que também teve o prazer de trabalhar comigo. Sempre que pode ele entra em contacto comigo nas redes sociais dando conta da satisfação por jogar a um nível alto.»
O treinador recupera, por fim, um jogo que em seu entender fez toda a diferença: «Com o Benfica de Jorge Jesus, na Luz, que dava título. Nesse jogo o Bruma percebeu não só a grandeza do Sporting, como a grandeza do palco internacional, teve a ideia clara do que tinha de fazer numa partida intensa. Foi nesse jogo que disse para mim que tinha ali um jogador com grande futuro e felizmente não me enganei.»