Histórico dos vila-condenses dá o mote: «Acho que o Rio Ave pode surpreender o FC Porto»
Costinha mostra-se confiante quanto ao sucesso dos vila-condenses no recinto portista e esperançoso no futuro. (Foto: IMAGO)

Histórico dos vila-condenses dá o mote: «Acho que o Rio Ave pode surpreender o FC Porto»

NACIONAL22.08.202420:30

Costinha recorda o empate conquistado no Dragão na época passada. Em exclusivo a A BOLA, antigo lateral-direito dos rioavistas projeta novo duelo com os azuis e brancos; confiante no futuro do clube vila-condense; a felicidade com a realidade no Olympiakos e o sonho de vestir a camisola da Seleção Nacional A

O próximo desafio do Rio Ave é em pleno Estádio do Dragão, diante do todo-poderoso FC Porto, e a tarefa antevê-se, no plano meramente teórico, extremamente difícil para os comandados de Luís Freire.

Afinal, pela frente estará um crónico candidato ao título, que tem tido um início de época extremamente positivo, e num palco que se prevê praticamente lotado. Todos estes dados juntos, aos quais há ainda a juntar a (natural) diferença entre os dois clubes, antecipam sérios problemas ao emblema de Vila do Conde. Mas o futebol não é uma ciência exata – razão pela qual é tão apaixonante – e o resultado de um jogo pode ser totalmente diferente daquele que se perspetiva.

E foi exatamente isso que aconteceu na temporada transata. Porque no passado dia 3 de fevereiro, jogava-se, então, a 20.ª jornada da Liga, o Rio Ave regressou do Dragão com um ponto na bagagem. Contra todas as expectativas (meramente teóricas, lá está…) a formação da caravela conseguiu anular o poderio ofensivo dos azuis e brancos e o jogo terminou… como começou: 0-0.

Mais de seis meses depois, um dos artistas rioavistas presentes nessa partida recorda as incidências desse encontro. Em declarações exclusivas a A BOLA, Costinha – que até tinha marcado na partida da primeira volta (1-2) - fala de «espírito de sacrifício».

«Foi um jogo muito bem conseguido da nossa parte, especialmente no capítulo defensivo. O FC Porto teve muita posse de bola, atacou imenso e criou variadíssimas situações de finalização, mas nós, com uma excelente organização e um tremendo espírito de sacrifício, acabámos por passar entre os pingos da chuva, como se costuma dizer, e conquistámos um ponto que, na casa de um dos crónicos candidatos ao título, tem sempre bastante significado. Não sofrer golos no Estádio do Dragão é sempre extremamente difícil, mas isso também só valoriza o bom trabalho que fizemos».

Ainda remontando a essa deslocação ao recinto azul e branco, e analisando numa perspetiva de que há sempre coisas por melhorar, Costinha dá o mote para o jogo de sábado: «Nesse tipo de jogos, e mesmo quando conseguimos resultados positivos, há sempre ilações a tirar para o futuro. Nesse caso, e mesmo com uma excelente organização defensiva, talvez nos tenha faltado ter mais qualidade de posse. E saber valorizar a bola, quando a temos, também ajuda a que não soframos tanto defensivamente. Para o jogo de amanhã, antevejo, claro, dificuldades, mas acho que o Rio Ave pode surpreender o FC Porto. Todos sabemos que o FC Porto tem tido um excelente início de época, com belíssimos resultados, mas o Rio Ave tem muito valor e só tem de preocupar-se em estar focado no seu jogo. Se assim for, pode regressar do Estádio do Dragão com um bom resultado.»

Uma ligação que não se perde

Mesmo estando agora a viver outra realidade, no caso, a do Olympiakos, clube para onde se transferiu neste defeso, Costinha não esquece o Rio Ave. O lateral-direito continua a seguir atentamente o emblema de Vila do Conde e está entusiasmado com os novos ares que sopram nos Arcos.

«Claro que continuo a acompanhar o Rio Ave! Foi um clube que me deu tudo, que me ajudou a ser jogador e que me valorizou. Houve uma mudança de página na vida do Rio Ave e que eu vejo como tendo sido bastante positiva. Até pelo que tenho falado com a malta, os jogadores novos têm bastante qualidade e a equipa está forte. O mister Luís Freire é um excelente treinador e penso que o Rio Ave tem tudo para poder aspirar a voos mais altos nos próximos anos», afiança o jogador, que foi figura de proa dos rioavistas nos últimos anos e que teve um papel determinante na conquista do título da Liga 2, na época 2021/2022.

Aventura grega sobre rodas

Já depois de ter jogado nos juniores, nos sub-23 e na equipa B do Rio Ave, Costinha afirmou-se em definitivo na elite vila-condense na época 2020/2021. Somou, ao todo, 121 jogos (11 golos e 13 assistências) com a camisola principal dos rioavistas, registos que despertaram a cobiça do Olympiakos, clube para o qual se transferiu neste defeso. E a aventura em solo helénico não podia estar a correr melhor.

«Os primeiros tempos no Olympiakos estão a ser muito bons. O clube oferece excelentes condições de trabalho aos seus profissionais, temos um plantel forte, com jogadores de muita qualidade, e o objetivo, claro está, é a conquista do título», projeta.

Fundado a 10 de março de 1925, o gigante do Pireu está prestes a atingir o centenário. E esse é mais um dado para o desejo de glória. «Claro que podermos vencer o campeonato numa época em que o clube faz 100 anos seria a prenda perfeita. Iremos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para conseguirmos festejar esse feito», assinala Costinha.

Costinha demonstra-se feliz no gigante do Pireu. (Foto: Olympiakos)

Seleção Nacional na lista de sonhos

Após ter sido internacional sub-18 (8 jogos), sub-19 (22), sub-20 (4) e sub-21 (1), Costinha aspira, naturalmente, a chegar à Seleção Nacional A. Ainda jovem, com apenas 24 anos, o lateral-direito tem em si todos os sonhos do mundo e vestir a camisola da principal equipa das Quinas é uma meta que pretende atingir. E garante que tudo vai fazer para o conseguir.

«Claro que chegar à Seleção A está nos meus horizontes. Tenho um passado nas seleções jovens e aspiro jogar pela equipa principal de Portugal. Penso que agora estou num patamar que me permitirá ter mais visibilidade e vou fazer tudo o que for possível, com muito trabalho e dedicação, para poder vir a ser chamado à Seleção Nacional», confessa o jogador, que na época finda fez parte do melhor onze do campeonato português eleito pela Liga.