Gyokeres, possível reforço e saída de Schmidt: tudo o que disse Rúben Amorim

NACIONAL31.08.202423:55

Técnico do Sporting ficou satisfeito pela vitória ao FC Porto, apesar da pouca eficácia, elogia o avançado sueco, que pode ter um companheiro de ataque em breve e comenta o despedimento do treinador do Benfica

O Sporting recebeu e venceu o FC Porto, por 2-0, no Estádio José Alvalade, numa grande exibição dos leões, que conseguiram encontrar o caminho para o golo já perto do final da partida. Rúben Amorim demonstrou-se satisfeito pelo resultado e pela exibição num jogo grande e comentou vários temas, incluindo o despedimento de Roger Schmidt do Benfica e também um possível reforço de ataque para os leões.

Sporting foi a equipa mais forte: «Sim, eu acho que fomos a equipa que criou mais perigo. Acho que não foi dos melhores clássicos, estratégias diferentes, mas controlámos bem a profundidade. Fomos melhores na pressão, deixámos o FC Porto jogar com o Diogo Costa, que estavam muito à espera que fossemos à bola para ficar um jogador livre e acho que fomos mais inteligentes nessa abordagem. A nossa equipa construiu e levou a bola para a frente, assentámos o jogo no meio-campo do FC Porto, tivemos mais oportunidades. Temos muito para melhorar, perdemos muitas bolas, lembro-me pelo menos de dois ou três passes falhados do Ousmane, esses pequenos problemas depois dificultam a que o jogo saia tão fluído. Um jogo interior muito bloqueado e às vezes precisamos desses momentos. Tentámos fazer o nosso jogo, contra um adversário difícil, mas acho que fomos sempre a equipa mais perto do golo, mais pressionante e à procura da vitória.»

Derrotas com o FC Porto nas finais da Taça de Portugal e Supertaça: «Não faz esquecer, porque foram títulos e é difícil, apesar do campeonato ser sempre aquilo que diz mais aos adeptos. Não ganhar o jogo que dá título... obviamente que nos dá vantagem, que é bom, moraliza, antes de uma paragem é muito importante, mas não diz nada do que vai passar no campeonato, enquanto os outros jogos deram títulos e isso vai ficar sempre e acho que deve ficar. Histórias diferentes também, Taça de Portugal para nós foi só 20 minutos de jogo e depois a supertaça foi o que foi. Hoje fomos mais completos ao longo do jogo, soubemos, mesmo a meio da segunda parte quando o FC Porto estava melhor, senti que a equipa não ficava nervosa. Sentia que tivemos uma má abordagem numa má jogada, mas vamos outra vez. A equipa está a crescer, tem de crescer, há muitas fragilidades ainda na equipa que vão ser expostas em jogos de Liga dos Campeões, mas temos de trabalhar.»

Falta de eficácia: «Tem dias, não nos podemos queixar da eficácia esta época, há jogos que é assim. Em jogos grandes tendo estas ocasiões temos que as fazer, mas quando ganhamos passamos um bocadinho ao lado e seguimos em frente.»

Geny Catamo de regresso à direita ou continuidade na esquerda: «É uma posição onde desgasta muito os jogadores e nós vamos ter o Maxi, o Nuno, o Reis também pode fazer e hoje foi um pouco mais para segurar e para dar estabilidade à equipa, mas o Maxi e o Nuno vão lutar por um lugar, obviamente que eles podem fazer, e o Nuno fez uma posição diferente, e o Geny vai voltar com o Quenda e vão lutar. Eu gostava de realçar, o Geny, mesmo desgastado, apanhou uma equipa do FC Porto com muito mais espaço, mas a quantidade de vezes que o Quenda levou a bola para a frente e que não perdeu com o Galeno na profundidade, acho que uma coisa leva à outra, ou seja, o Quenda fez ali um bocadinho de trabalho sujo e depois o Geny, ainda com a sua força, também porque pressionou menos, jogou um bocadinho mais baixo. Ajudou-nos, mas tenho a certeza que temos de ter dois jogadores por posição especificamente naquelas posições e o Geny voltará à direita, quando tiver de jogar à esquerda também jogará.»

Despedimento de Roger Schmidt: «Não, eu fico preocupado é pelo meu trabalho e tentar não olhar para o lado, porque isto acontece a qualquer treinador e, portanto, seguir em frente faz parte do futebol. Nunca é bom um treinador sair a meio de uma época, mas faz parte do futebol.»

Bicampeonato e a grande exibição de Viktor Gyokeres: «Em relação ao bicampeonato, o objetivo ainda é muito longo, nesta fase ainda nem se olha para a tabela, quatro vitórias, confronto direto está com dois golos de vantagem, tudo é importante, não vou estar aqui a dizer que não é, mas ainda falta muito tempo, portanto três pontos é uma jornada. Há equipas que ainda nos podem apanhar, portanto podemos ainda nem acabar em primeiro a jornada, ainda falta muito campeonato. Em relação ao Viktor e aos outros jogadores é muito bom que o mercado feche, porque mexe muito com os jogadores, nesse aspeto foi uma pré-época diferente. Estivemos num patamar diferente, onde os jogadores foram muito aliciados, temos de geri-los de uma forma diferente, acho que ele foi muito competente, muito mais do que os outros jogos. Ele tem uma capacidade física onde já começa a ter a capacidade de fazer os números que costuma fazer, em termos de metros de alta intensidade, portanto o Viktor é um jogador muito importante para nós e é diferente de todos os jogadores na liga, portanto dá-nos vantagem aí. Quando defendemos mais baixo sabemos que temos um rapaz loiro e alto (risos) para ir no espaço, receber a bola e é muito difícil pará-lo, portanto muito contente com o Viktor e pelo fechar do mercado, digamos assim.»

Leão ferido e possível reforço no ataque: «O Viana já provou várias vezes que consegue fazer magia, digamos assim, é relembrar o mesmo de sempre, nós lutamos com clubes muito mais fortes do que nós financeiramente. Temos de fazer uma grande ginástica, temos de apresentar o projeto, mostrar o historial de vendas, estamos a fazer esse trabalho, está no limite, mas acredito que vamos ter novidades.. vamos ver. Em relação ao leão ferido, eu acho que na primeira época usava muito isto, ninguém acredita em nós, mas acho que, neste momento, uso muito mais a nossa capacidade, o potencial que temos, a capacidade que temos, para que eles joguem o futebol que têm de jogar, porque sinto que já estamos ao nível dos outros. Nos primeiros anos não o sentia, nunca o disse, mas sentia. Acho que tínhamos de ter outra coisa para chegar a esse patamar, acho que agora se jogarmos o nosso jogo, impormos o nosso jogo, e temos muito para melhorar, porque em jogos grandes temos alguma dificuldade em impor o nosso jogo, essa parte do leão ferido ou não já deixo um bocadinho de lado. Simplesmente, nas tarefas que temos de fazer, como temos de jogar, o que temos de melhorar e depois um bocadinho no fim, o temos de ganhar este jogo por tudo o que se passou nos outros dois.»

Mudança de algumas nuances do FC Porto: «O FC Porto acho que também mudou um bocadinho a pressão daquilo que apresentou na supertaça, aí foi mais um 4-4-2 e a verdade é que quando saíamos a saída a quatro, e começámos a exagerar, o FC Porto batia homem com homem e dificultou-nos, e depois com a pressão dos dois na frente nós pensámos que com três chega bem, fica mais com um homem entre linhas. Acabou por não ser isso, foi mais parecido com a Taça de Portugal, onde os interiores é que saíam, depois tentaram arriscar e nós tínhamos espaço no corredor. Falhámos muitos passes, o Quaresma teve muitos passes às vezes e sentia-se algo receoso e isso acontece quando os jogadores são ainda jovens e o Quaresma a passar a bola às vezes com muita distância com o homem da frente e tínhamos de levar a bola. Esses pequenos problemas ainda temos muita coisa para trabalhar, mas foi muito por aí, se houvesse uma pressão a dois, se houvesse a três, íamos variar para tentar dificultar o encaixe do FC Porto. Era o que o FC Porto fazia também, às vezes saía a quatro, outras vezes o Varela baixa, andamos sempre nisto.»

Pedro Gonçalves: «Eu não posso dizer isso, porque sou treinador deles, todos eles são os meus favoritos, agora… o Pote é um jogador especial, por tudo. Pelo feitio, porque é muito engraçado, às vezes não tem graça nenhuma e prejudica-se e prejudica a equipa nesse aspeto. Agora o Pote é um jogador especial, sem dúvida nenhuma, não trocaria por nenhum. Se tivesse noutro sítio se calhar seria o primeiro jogador que eu dizia que queria, porque ele faz tudo. É médio centro, se eu o meter a lateral ele sabe jogar a lateral, não o faço porque também não gostava que me fizessem a mim, portanto eu diria que o Pedro Gonçalves não é o meu favorito, todos são, mas é um jogador muito especial para mim.»

Iván Fresneda: «O Iván eu vejo-o mais para construir mais por dentro, um bocadinho como o Reis, ter um jogador igual ao Reis do lado direito. Quando eu digo dois por posição eu digo dois extremos por posição, haverá dias em que teremos de jogar lá com o lateral e jogaremos com o lateral, o Iván está lá para isso, o Esgaio também está e, portanto, temos um plantel com mais soluções nesse aspeto, mas é essa a ideia, fazer do Iván um bocadinho do que o Reis faz do outro lado.»

Ricardo Esgaio e Maxi Araújo fora da convocatória: «O Esgaio conta sempre para mim e, portanto, foi apenas opção. O Maxi chegou há pouco tempo, apesar de ter uma condição física boa, ele teve algum tempo sem treinar com a equipa e com os outros bem, achei melhor ele ter mais treinos fortes. Eu sabia mais ou menos a ideia que poderíamos ter para aquela posição, estava salvaguardado e, por isso, não estava com muita pressa. Ele mal treinou com a equipa, ele não sabe muito bem os movimentos da equipa e preferimos assim, ele já foi para a seleção, portanto esperar que ele volte, mas pelo que eu vi nos dois dias ele vai ser um jogador muito importante para nós.»