Gonçalo Guedes chega-se à frente no Benfica

Recuperado de lesão e a recuperar a forma, avançado vai ganhar mais protagonismo; em Arouca mostrou como pode fazer de… Gonçalo Ramos

Se a decisão de Roger Schmidt jogar em Arouca com um novo sistema tático surpreendeu, a opção do treinador alemão por Gonçalo Guedes como avançado-centro também poderá ter causado alguma admiração, considerando que deixou no banco de suplentes Arthur Cabral e Casper Tengstedt. Os 56 minutos em campo do internacional português deixaram animado o técnico germânico – representam mais um passo na reafirmação de Gonçalo Guedes na Luz, cujo regresso ao clube, em janeiro, está marcado, sobretudo, por duas intervenções cirúrgicas ao joelho esquerdo.

Gonçalo Guedes não marcou, esteve perto de fazê-lo, aos 7’, quando foi servido por João Mário, aguentou a pressão do defesa-central, entrou na área e disparou  ao lado do poste esquerdo. Esse lance que finalizou mal e a estatísticas (um remate, um cruzamento, dois duelos ganhos em seis, oito bolas perdidas, três faltas cometidas e uma sofrida e um fora de jogo) talvez não reflitam, com exatidão, aquilo que o avançado deu à equipa. Aos 54’, por exemplo, participou, num movimento em que recuou e atraiu os defesas e combinou com Rafa e João Neves, no lance em que João Mário marcou, mas o golo foi anulado, justamente, por Gonçalo Guedes estar em fora de jogo. Ilustrou, no entanto, como as características dele podem ser aproveitadas pela equipa.

«Opção muito boa»

No final do jogo, Roger Schmidt declarou-se «feliz» com o contributo de Gonçalo Guedes, assinalando que o avançado está a «voltar de lesão» e que «foi longo caminho até estar preparado outra vez ». «Mostrou a qualidade dele, é um jogador com forte capacidade física e qualidade futebolística. É muito bom nas corridas em profundidade, no timing, pede a bola no momento certo. Se jogar mais e os jogadores se habituarem a ele pode ser uma opção muito boa para o ataque. Também tem experiência ao mais alto nível. Temos de continuar a ajudá-lo a progredir, não está no nível mais alto, é impossível, mas estamos muito felizes por estar de volta», acrescentou o treinador alemão.

Dívida por pagar

O impacto mediático da contratação de Gonçalo Guedes, em janeiro, ainda na época passada, não teve a correspondência em impacto positivo na equipa. Somou 15 jogos, apenas cinco como titular, marcou dois golos. Em março, uma lesão no menisco do joelho esquerdo obrigou-o a intervenção cirúrgica e perdeu um mês de competição. No final da época voltou a ser operado ao mesmo joelho, agora por lesão na cartilagem.

Gonçalo Guedes sentiu que o regresso ao Benfica não correspondeu às expectativas. Quis, por isso, continuar na Luz, não considerando, no mercado de transferências, outras possibilidades. As negociações prolongaram-se mais do que inicialmente prevista e só integrou o plantel a 29 de agosto. Ainda a recuperar de lesão e com forte vontade de pagar uma espécie de dívida sentimental pelo esforço e confiança dos encarnados.

Ainda a começar

Gonçalo Guedes ainda não está na melhor física. Em Arouca, percebeu-se, por exemplo, que ainda não recuperou a capacidade de explosão. Mas está no caminho certo para chegar à forma física. Percebeu-se, já, que Roger Schmidt conta com ele para fazer de Gonçalo Ramos. E não só. Guedes faz qualquer das posições de ataque e, agora, sem David Neres vai mesmo chegar-se à frente. Outra vez, agora em Chaves.

O jogo entre Chaves e Benfica deste sábado pode ter um significado especial para Gonçalo Guedes, que se encontra à porta de um número interessante de águia ao peito: se for titular, então será o jogo 50 no onze inicial.

Com um total de 87 presenças, entre a primeira passagem pela Luz, a segunda, na temporada passada, e esta, além de 13 golos marcados, Guedes está em fase de afirmação e Roger Schmidt foi muito elogioso para o português após o jogo de Arouca.

O internacional português, refira-se, recuperou recentemente de lesão e ainda procura o primeiro golo da temporada. E também não fez ainda a estreia a titular nesta Liga.