Manchester City «Gosto quando o Pep grita comigo»
Norueguês questionado sobre quem o assustava mais - Guardiola, o treinador, ou Alf Inge Haaland, o pai
Erling Haaland foi distinguido, pela primeira vez, com o prémio da UEFA para o melhor jogador da época, superando largamente Lionel Messi e Kevin de Bruyne (que acabaram quase empatados), numa votação feita pelos treinadores que participaram nas fases de grupos das três provas da UEFA na época passada e por 55 órgãos de comunicação social, um por cada federação europeia, entre os quais A BOLA.
Aos 22 anos, o norueguês coleciona troféus, coletivos - venceu Champions, Premier League e Taça de Inglaterra com o Manchester City - e individuais - há dias recebera o do sindicato de jogadores ingleses para jogador da temporada da Premier League. Mas garante não perder a motivação. «Tenho muito para melhorar. Ainda hoje [ontem], antes de vir para aqui, estive a trabalhar com os treinadores do City em várias coisas. Quero construir novas coisas e continuar a vencer.» E um dos objetivos passa pela seleção nacional. «Não quero ter uma carreira sem jogar pelo menos um Europeu ou um Mundial. É um dos meus grandes objetivos, a Noruega merece, e vou fazer tudo para que aconteça.»
No palco, com o troféu na mão, Haaland foi questionado sobre quem o assustava mais - Guardiola, o treinador, ou Alf Inge Haaland, o pai, antigo jogador que o ajuda a gerir a carreira. Erling Haaland hesitou, mas defendeu-se: «Gosto quando o Pep grita comigo, quer tornar-me melhor, meter-me na cabeça coisas que eu não tenho lá», brincou, arrancando gargalhadas à plateia. «Com o meu pai também discuto muito mas também temos grandes momentos. Não me queixo de nenhum deles.»
Minutos depois, em conversa com os jornalistas que o elegeram, o avançado do City manteve a boa disposição, mesmo quando teve de falar dos maiores desafios para se adaptar ao estilo de jogo de Guardiola - que, eleito melhor treinador, esteve ausente da cerimónia, por recuperar de operação de urgência às costas: «O Pep é muito exigente, não foi fácil, mas nunca é fácil chegar a um novo clube. O Manchester City estava habituado a não jogar com ponta de lança, o meu desafio era chegar e mostrar que comigo podia ser ainda melhor. Para ser honesto, acho que consegui.»
Admitindo estar a «viver o sonho» com a conquista do troféu, garantiu não se incomodar com a fama. «Gosto. Não posso queixar-me, estou aqui esta noite…» E falou da relação especial com o golo, sobretudo a forma como começou. «Quando era pequeno e via futebol, via as celebrações e pensava ‘adorava ser eu’. Por isso, foi natural que me tornasse ponta de lança. Mas não acho que o golo seja uma coisa que tenha nascido comigo. Trabalhei muito e agora, sim, vem naturalmente. Adoro a sensação», confessou.