Treinador do Casa Pia defrontará o emblema no qual se notabilizou por cinco temporadas e onde foi capitão; revelou que ainda hoje reside no Estoril, mas a sua ambição de vencer é intocável
Gonçalo Santos será, entre todos os intervenientes que participarão no embate desta segunda-feira entre Casa Pia e Estoril, aquele que viverá o encontro de uma forma mais especial. Afinal, na Amoreira cumpriu cinco temporadas e meia como jogador e de lá saiu como capitão de equipa. «O Estoril será sempre um clube muito especial para mim, porque não se pode apagar o nosso passado e como jogador fui muito feliz no Estoril», recordou o agora técnico dos gansos.
«Estive nos maiores anos de glória do Estoril, faço parte da sua história e isso não se poderá apagar, deixei muitos amigos lá, gosto muito de muita gente que ainda lá está, dos adeptos, tivemos sempre uma relação muito próxima. A minha residência é no Estoril, é onde continuo a residir e onde escolhi residir com a minha família. Será sempre um clube especial e amanhã será um jogo especial, mas durante os 90 minutos o que mais quero é ganhar ao Estoril porque é essa a minha profissão», assegurou.
Gonçalo Santos elogiou também a capacidade e a conduta do seu homólogo, Vasco Seabra, com o qual ainda coincidiu – em estruturas diferentes – na Amoreira. «Cruzei-me algumas vezes com o mister Vasco Seabra, quando ele era treinador dos sub-23 do Estoril e eu jogador. Não temos uma relação muito próxima, falamos e na primeira volta, no final do jogo, ainda fiquei algum tempo a falar com as pessoas e é uma pessoa de quem gosto, muito simpático, estável e penso que trouxe isso ao Estoril», analisou.
Técnico reencontrará pela primeira vez, enquanto principal, o clube que representou por cinco épocas e meia como jogador e que cuja equipa de juniores orientou na época passada, apenas focado em somar vitória
O técnico não esquece o embate relativo à primeira volta, no qual o emblema de Pina Manique realizou uma exibição pálida e foi goleado por 4-0. Cinco meses depois, o técnico espera mostrar um Casa Pia diferente para melhor. «Foi um jogo menos conseguido, que levou também à saída do mister Filipe Martins. Um jogo que, numa fase inicial, correu muito bem ao Estoril, tive a oportunidade de rever o jogo esta semana», revelou.
«Não é que me tenha saído da memória porque nós, treinadores, muitas vezes dizemos que os jogos que nos correm menos bem não são jogos para esquecer, mas sim para nos relembrarmos e revi-o com outros olhos, com a minha equipa, um Casa Pia com outro treinador e momentos diferentes» perante um adversário cujas dinâmicas mereceram toda a sua atenção e cuidados. Parece que é fácil de contrariar, mas é mentira, porque fazem sempre um jogo posicional muito difícil de contrariar», assinalou.
Vasco Seabra considerou o Casa Pia um adversário à altura dos 'canarinhos' e alertou para a necessidade de ter a sua equipa no seu melhor de forma a alcançar o resultado positivo que procura
«O Estoril tem um jogo posicional muito característico, mas que muda muito pouco, ou seja, durante este campeonato mantiveram sempre o seu jogo posicional. Parece que é fácil de contrariar, mas é mentira, porque fazem sempre um jogo posicional muito difícil de contrariar com bons jogadores, jovens, com muita qualidade técnica, que vão fazer grandes carreiras com toda a certeza. É um jogo especial de preparar, porque vai-me criar muitas dúvidas, mas é muito bom quando temos adversários difíceis», considerou.
Além de deixar o Casa Pia mais perto de manutenção, a vitória sobre os canarinhos permitirá aos gansos pôr termo a mais de 22 anos (em 2001/2002) sem vencer o seu adversário, altura em que as duas equipas disputavam a extinta II Divisão B – hoje equivalente à Liga 3 – e um dos golos do triunfo casapiano foi apontado por… Rui Vitória, conhecido treinador de futebol. Mais de duas décadas depois, Gonçalo Santos mostra-se pronto para mudar o histórico do clube frente a este opositor.
«Tínhamos uma desvantagem grande em relação ao Vizela e conseguimos uma vitória», lembrou o treinador, que comparou a realidade dos dois clubes, hoje bem diferente, e Gonçalo Santos enalteceu o trabalho das duas estruturas. «O Casa Pia cresceu muito e muito rápido. Se olharmos atrás, há três ou quatro anos era um clube que passava algumas dificuldades, subiu de divisão, conseguiu manter-se e as pessoas que entraram fizeram o clube crescer muito rápido», salientou, feliz por representar o clube.