Gonçalo Santos revê 'vizinho' e bem conhecido: «Continuo a residir no Estoril»
Técnico do Casa Pia satisfeito com o rendimento da sua equipa no embate frente ao Estoril. (Foto: Casa Pia)

Gonçalo Santos revê 'vizinho' e bem conhecido: «Continuo a residir no Estoril»

NACIONAL07.04.202419:54

Treinador do Casa Pia defrontará o emblema no qual se notabilizou por cinco temporadas e onde foi capitão; revelou que ainda hoje reside no Estoril, mas a sua ambição de vencer é intocável

Gonçalo Santos será, entre todos os intervenientes que participarão no embate desta segunda-feira entre Casa Pia e Estoril, aquele que viverá o encontro de uma forma mais especial. Afinal, na Amoreira cumpriu cinco temporadas e meia como jogador e de lá saiu como capitão de equipa. «O Estoril será sempre um clube muito especial para mim, porque não se pode apagar o nosso passado e como jogador fui muito feliz no Estoril», recordou o agora técnico dos gansos.

«Estive nos maiores anos de glória do Estoril, faço parte da sua história e isso não se poderá apagar, deixei muitos amigos lá, gosto muito de muita gente que ainda lá está, dos adeptos, tivemos sempre uma relação muito próxima. A minha residência é no Estoril, é onde continuo a residir e onde escolhi residir com a minha família. Será sempre um clube especial e amanhã será um jogo especial, mas durante os 90 minutos o que mais quero é ganhar ao Estoril porque é essa a minha profissão», assegurou.

Gonçalo Santos elogiou também a capacidade e a conduta do seu homólogo, Vasco Seabra, com o qual ainda coincidiu – em estruturas diferentes – na Amoreira. «Cruzei-me algumas vezes com o mister Vasco Seabra, quando ele era treinador dos sub-23 do Estoril e eu jogador. Não temos uma relação muito próxima, falamos e na primeira volta, no final do jogo, ainda fiquei algum tempo a falar com as pessoas e é uma pessoa de quem gosto, muito simpático, estável e penso que trouxe isso ao Estoril», analisou.

O técnico não esquece o embate relativo à primeira volta, no qual o emblema de Pina Manique realizou uma exibição pálida e foi goleado por 4-0. Cinco meses depois, o técnico espera mostrar um Casa Pia diferente para melhor. «Foi um jogo menos conseguido, que levou também à saída do mister Filipe Martins. Um jogo que, numa fase inicial, correu muito bem ao Estoril, tive a oportunidade de rever o jogo esta semana», revelou.

«Não é que me tenha saído da memória porque nós, treinadores, muitas vezes dizemos que os jogos que nos correm menos bem não são jogos para esquecer, mas sim para nos relembrarmos e revi-o com outros olhos, com a minha equipa, um Casa Pia com outro treinador e momentos diferentes» perante um adversário cujas dinâmicas mereceram toda a sua atenção e cuidados. Parece que é fácil de contrariar, mas é mentira, porque fazem sempre um jogo posicional muito difícil de contrariar», assinalou.

«O Estoril tem um jogo posicional muito característico, mas que muda muito pouco, ou seja, durante este campeonato mantiveram sempre o seu jogo posicional. Parece que é fácil de contrariar, mas é mentira, porque fazem sempre um jogo posicional muito difícil de contrariar com bons jogadores, jovens, com muita qualidade técnica, que vão fazer grandes carreiras com toda a certeza. É um jogo especial de preparar, porque vai-me criar muitas dúvidas, mas é muito bom quando temos adversários difíceis», considerou.

Além de deixar o Casa Pia mais perto de manutenção, a vitória sobre os canarinhos permitirá aos gansos pôr termo a mais de 22 anos (em 2001/2002) sem vencer o seu adversário, altura em que as duas equipas disputavam a extinta II Divisão B – hoje equivalente à Liga 3 – e um dos golos do triunfo casapiano foi apontado por… Rui Vitória, conhecido treinador de futebol. Mais de duas décadas depois, Gonçalo Santos mostra-se pronto para mudar o histórico do clube frente a este opositor.

«Tínhamos uma desvantagem grande em relação ao Vizela e conseguimos uma vitória», lembrou o treinador, que comparou a realidade dos dois clubes, hoje bem diferente, e Gonçalo Santos enalteceu o trabalho das duas estruturas. «O Casa Pia cresceu muito e muito rápido. Se olharmos atrás, há três ou quatro anos era um clube que passava algumas dificuldades, subiu de divisão, conseguiu manter-se e as pessoas que entraram fizeram o clube crescer muito rápido», salientou, feliz por representar o clube.