Gonçalo Costa (Estoril): «O meu objetivo de vida é motivar as pessoas a não desistirem dos sonhos»
Sofreu uma grave lesão, nunca desistiu, recuperou e agora vê-se como um exemplo; grato ao Sporting, quer desfrutar
Foi um dos muitos reforços do Estoril para a temporada. Como está a correr a experiência até ao momento?
Está a ser boa. Estou a sentir-me em casa, muito bem tratado pelos meus colegas de equipa, que me acolheram muito bem, o staff... sinto-me muito bem no Estoril, todos me acolheram aqui. Aos poucos vou-me sentindo cada vez melhor.
Como avalia a performance da equipa na época até agora?
O que avalio é que estamos a trabalhar jogo a jogo e não podemos olhar muito para o futuro sem pensar no que vamos ter no próximo fim-de-semana. Cada treino é um progresso para o jogo e se conseguirmos fazer bons treinos, obviamente ficaremos mais perto de trazer resultados positivos.
«Uma pré-época só, não chega. É preciso tempo»
Ao fim de duas semanas de interregno - o primeiro fim-de-semana devido aos compromissos das seleções nacionais e o mais recente devido ao facto de já não se encontrar em competição na Taça de Portugal - o Estoril irá voltar a competir.
Pela frente, os canarinhos terão o Famalicão, este domingo, pela 12.ª jornada da Liga e Gonçalo Costa ambiciona o melhor regresso possível para a equipa. «Acho que estas semanas nos fizeram muito bem», avaliou.
«Com uma equipa quase nova, é preciso algum tempo, porque uma pré-época só não chega. É preciso tempo para entrosar com os colegas e conhecer-nos melhor uns aos outros», considerou o esquerdino.
Gonçalo Costa voltará a ter a oportunidade de ser titular até porque o seu concorrente, Pedro Amaral, continua a recuperar de uma lesão muscular. «Sinto-me bem, os colegas passam-me bastante confiança e dizem-me para jogar o meu melhor futebol. É isso que faço», garantiu o lateral de 24 anos, que se mostra sereno na luta para se fixar no onze estorilista.
No Estoril, protagoniza uma luta muito concorrida com Pedro Amaral pela titularidade na lateral esquerda. Ter um concorrente com a mesma qualidade motiva-o ainda mais?
Claro, é sempre motivador trabalhar com colegas de equipa que tenham qualidade, que a qualquer momento podem jogar, e depois haver a decisão do mister. A competitividade que temos é saudável, temos uma boa relação e as coisas dependem do mister. Estamos ambos a ajudar a equipa, porque quando a equipa necessitar mais de mim ou do Pedro o mais importante é que estamos sempre dispostos a ajudar a equipa.
O Gonçalo particulariza-se pelo facto de jogar tanto como lateral, como a extremo. No fundo, considera-se um ala esquerdo?
Acho que sou mais um ala esquerdo, era assim que me definiria. Acredito que, desde que seja na esquerda, sinto-me confortável.
Ao contrário da maior parte dos reforços do Estoril para esta temporada, a sua contratação implicou um investimento financeiro. Sente que isso reflete a expectativa que o clube alimenta no seu potencial?
Sim, sinto responsabilidade. Claro que, se tivesse vindo a custo zero ou independentemente de qual seja o valor, penso que tenho de me sentir responsável pelo meu compromisso e é o que tenho sido.
Ultrapassou uma grave lesão, quando era júnior, e deixou o Sporting como um dos jogadores referência da equipa B na altura. Está grato pela forma como o trataram?
Claro, o Sporting ajudou-me bastante. Tive um departamento médico que me ajudou muito no tratamento e na recuperação, psicologia que me ajudou muito e também treinadores e diretores que me passaram muita confiança.
Todos disseram que eu era capaz e mostrei que posso ser um exemplo para as pessoas, que por maior que seja a gravidade do que for, há sempre uma oportunidade, basta querermos. Há coisas que não conseguimos controlar, não consegui controlar a lesão que me aconteceu, mas consegui dar resposta. Então, o meu objetivo de vida é motivar as pessoas a não desistirem dos seus sonhos. Cada vez que eu consiga isso, e cada vez que uma pessoa se lembre de mim, não tanto pelo jogador que sou, mas pela referência de me dizerem passaste por isto, mas conseguiste superar, parabéns, deixa-me lisonjeado.
Tem referências dentro do balneário do Estoril?
Sim, uma referência para mim é o Hélder Costa, que me passa sempre muitas mensagens, tenho o Fabrício ou o Wagner Pina, que são muito bons colegas... são vários e dou-me bem com todos, mas tenho mais proximidade com o Hélder Costa.
É ainda muito jovem - apenas 24 anos - e o auge da carreira ainda está para chegar. Que objetivos alimenta para o curto e o longo prazo?
Para agora é jogar, desfrutar do jogo e conseguir mostrar o meu melhor, demonstrar melhor a confiança depositada em mim pelo mister. Para mais tarde... não penso muito nisso e tenho uma frase dos treinadores, que me dizem dia a dia, jogo a jogo.
Acho que quando não criamos expectativas muito altas é que é o melhor, então temos de ter um equilíbrio de, jogo a jogo, melhorar a cada dia. Venho aqui todos os dias para melhorar, para ser melhor que ontem, porque todos os dias temos uma coisa que fazemos a menos. Então, tenho de chegar ao balneário e dizer gastei tudo: acho que esse é o meu melhor compromisso e depois ao longo do caminho as coisas vão refletindo o que vão acontecendo.