Goleadas que marcam

SC Braga Goleadas que marcam

NACIONAL18.02.202312:49

A derrota pesada com a Fiorentina abriu um novo capítulo no tema das goleadas sofridas pelos guerreiros esta temporada e lançou novos dados acerca da fragilidade da equipa em alguns momentos especiais.


O castigador desaire frente aos italianos deixa o SC Braga em posição de elevada fragilidade na eliminatória europeia mas - e isso talvez seja o mais preocupante - recupera tendência de quebra flagrante já revelada frente a Sporting (duas vezes) e FC Porto.


É certo que as goleadas aconteceram perante adversários renomados, mas não deixa de ser surpreendente que em carreira marcada por 24 vitórias em 35 jogos os guerreiros se deixem abater por quatro resultados perturbadores: duas vezes 0-5, um 1-4 e agora um 0-4.


Ou seja, em apenas quatro jogos o SC Braga sofreu 43 por cento dos golos consentidos em toda a restante temporada, e mesmo considerando que o valor dos adversários é inquestionável são desaires que surgem sem qualquer explicação técnica válida e deixam marca.


No Dragão, os guerreiros sofreram a primeira derrota da época quando surgiam escudados por ciclo de oito triunfos seguidos, e na primeira passagem traumática por Alvalade a base de sucesso não era menor: cinco jogos consecutivos a vencer. Notavelmente, o SC Braga respondeu a 0-5 em Alvalade com nova série de cinco vitórias de uma assentada até por fim levar nova dose na casa dos leões.


 Não existe qualquer lógica derrotista a antecipar as goleadas, portanto, e talvez por isso estes desaires criem tanto alvoroço. De qualquer forma, os guerreiros nem costumam reagir mal a estas situações de stress, a resposta costuma ser bem rápida.
«Por vezes as equipas com identidade ganhadora são surpreendidas por resultados inesperados e quando isso acontece o melhor é ir ao encontro da ferida, a gestão do conflito pode ser elemento apaziguador», assinala José Neto.


Quando se lida com situações de crise, o docente universitário recorda sempre um encontro que marca a história do FC Porto. «Não me esqueço que fomos eliminados na Taça das Taças por uma equipa da 4.ª Divisão inglesa [Wrexham]  e que ficámos até às cinco da manhã a olhar uns para os outros sem saber o que dizer.  Todavia, esse jogo foi um ponto de viragem para o projeto de afirmação do FC Porto a nível internacional.»