Técnico dos amadorenses à beira da estreia como treinador do clube quase década e meia depois de ter liderado o balneário como jogador, em tempos conturbados; conduta de profissionalismo e personalidade mereceu elogios de António Oliveira, presidente com o qual trabalhou em 2009
Este domingo arrancará a edição 2024/2025 para o Estrela da Amadora na estreia de Filipe Martins ao comando técnico dos tricolores, quase quinze anos após ter efetuado o último jogo ao serviço do clube, ainda como futebolista, em 2010. Uma altura em que o atual treinador estrelista trabalhou com António Oliveira, que não escondeu o orgulho e satisfação por constatar o nível a que o seu antigo jogador chegou.
«Tem-se visto o trabalho que ele tem feito», declara, a A BOLA, quem na altura era o presidente do clube e teve parte ativa na sua escolha para as funções de capitão de equipa. «O Filipe viveu comigo momentos conturbados, ao nível de pagamentos e vencimentos e, como é sabido, os capitães de equipa nessa altura são importantíssimos na condução daqueles jogadores por vezes mais descontentes», recordou.
«O Filipe era, realmente, uma peça-chave além do excelente jogador que era pela maneira de ser dele, como era e como conduzia os colegas e falava com eles, com os mais novos ou os mais descontentes. Mostrava, logo aí, que ia ser um excelente condutor de homens», contou António Oliveira, ligado ao período mais conturbado da história do Estrela da Amadora – foi, de resto, o último presidente dos tricolores antes do seu interregno de quase 15 anos.
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O dirigente liderou o clube amadorense entre dezembro de 2002 e outubro de 2009, até que se abateu a insolvência que levou à interrupção da atividade do clube durante década e meia e obrigou à sua refundação, recordou esses tempos e afirma, sem rodeios, que «quiseram que o Estrela fizesse isso, ninguém quis saber porque é que o Estrela acabou. Agora já não vale a pena», lamentou, ainda abalado por lembrar uma página tão negra na Reboleira.
«Durante muito tempo eu esperei que alguém quisesse saber porque é que o Estrela tenha acabado como acabou. Houve muita coisa a acontecer para que o Estrela acabasse», apontou, com tristeza, antes de elogiar o trabalho atualmente desenvolvido pela administração que reergueu o Estrela e o conduz novamente na Liga principal, reservando palavras de incentivo a Paulo Lopo e Dinis Delgado pelo papel para o regresso dos tricolores.
«O Dinis fez com que isso fosse possível, sem ele nunca teria sido possível que o Estrela estivesse hoje onde está. Depois disso, com a pessoa com quem fez isto, o Paulo Lopo, fez uma parceria bem-sucedida porque, realmente, vê-se que têm conseguido levar o Estrela bem longe porque o Estrela é, na realidade, o grande embaixador da Amadora», vincou, por fim.