FC Porto: Villas-Boas mantém 'naming' Pinto da Costa no museu
Atos de gestão danosa não interferem na vontade do presidente do FC Porto valorizar a obra do seu antecessor. Ambas as partes estão a trocar minutas do contrato e a mudança será efetivada em breve
Apesar dos factos graves e danosos que constam do relatório divulgado pela Deloitte na auditoria forense às contas do FC Porto no período compreendido entre 2014 e 2024, com os cofres do clube a serem lesados em quase 60 milhões de euros, o desejo de André Villas-Boas dar o nome de Pinto da Costa ao museu do clube mantém-se inalterado. As irregularidades financeiras conhecidas esta semana não alteram a vontade de o atual presidente perpetuar no tempo o legado do antigo dirigente, que deixou obra feita em termos patrimoniais e também desportivos, mantendo na atualidade o estatuto de dirigente mais titulado a nível mundial.
A divulgação da auditoria forense revelou a existência de graves atos danosos de gestão na última década, mas apesar de o universo azul e branco estar bastante dividido quanto ao assunto, André Villas-Boas continua empenhado em finalizar esta proposta de dar o nome de Pinto da Costa ao espaço emblemático visitado por milhares de pessoas todos os dias.
Villas-Boas pretendia ter este dossiê encerrado a tempo do 87.º aniversário de Pinto da Costa, que se celebrou em dezembro, mas o estado de saúde do presidente honorário. Para consumar esta sua vontade, além das negociações entre as partes diretamente envolvidas, André Villas-Boas teve de consultar uma terceira entidade, a Ithaka. Esta empresa detém 30% dos direitos económicos da Porto Stadco, uma sociedade criada após a cisão da Porto Comercial, responsável pela exploração comercial do Estádio do Dragão e que inclui também o museu, mas recebeu luz verde para que a proposta avançasse.
Recorde-se que, fruto desta parceria, inicialmente estabelecida por Pinto da Costa e posteriormente reforçada sob a liderança de Villas-Boas, o FC Porto recebeu €50 milhões em outubro passado. Apesar disso, o clube mantém total controlo sobre a gestão das operações do Estádio do Dragão, beneficiando da experiência da Ithaka neste tipo de negócios. Villas-Boas acredita que associar o nome de Pinto da Costa ao museu não só presta uma justa homenagem ao antigo presidente, como também reforça a relevância e atratividade deste espaço, um dos mais visitados da cidade por adeptos e turistas.
Os drafts estão alinhavados e prontos para serem selados, o projeto será lançado assim que Pinto da Costa goze de melhor saúde. André Villas-Boas revelou na Gala Dragões de Ouro, em dezembro passado, que lançou um desafio a Pinto da Costa, quando o visitou no hospital, após operação ao fémur. Ambas as partes já estão a trocar as minutos do acordo, que contempla o espólio de Pinto da Costa e obriga a alargar o espaço.