FC Porto: um dragão em agonia
Francisco Conceição e Wendell: a imagem da desilusão (foto: GRAFISLAB)

FC Porto: um dragão em agonia

NACIONAL08.04.202415:04

Equipa emocionalmente frágil ao reagir às adversidades; erros das arbitragens têm originado completo desnorte dos jogadores em campo; Pepe devia dar o exemplo, mas também não fica indiferente a um clima de grande agitação

É uma verdade insofismável: o FCPorto atravessa uma grande crise de resultados e confiança e depara-se com um cenário inédito na era Sérgio Conceição, estando a lutar pelo último lugar do pódio quando nas épocas anteriores ficou sempre nas duas primeiras posições da classificação. Diante do V. Guimarães, contra quem a equipa azul e branca assinou mais uma exibição descolorida, ainda que se possa queixar pelo menos de um penálti que ficou por assinalar por Galeno nos instantes iniciais do jogo, os jogadores do FC Porto mostraram-se emocionalmente debilitados em face de uma campanha aquém das expectativas no campeonato, estando já a uma distância enorme dos rivais Sporting — este lançado rumo ao título — e Benfica.

Depois do que se verificou no Estoril, em face do penálti revertido sobre Francisco Conceição, o dragão voltou a apresentar queixas na receção aos vitorianos, numa arbitragem em que Fábio Veríssimo deixou os portistas à beira de um ataque de nervos. O clima de crispação com o setor da arbitragem tem deixado os jogadores fora de si, incontroláveis nas suas ações dentro das quatro linhas e isso, por inerência, tem reflexos ao nível do desempenho da equipa.

Até Pepe, que devia ser o exemplo pelo seu estatuto de capitão, não consegue controlar as emoções que estão à flor da pele e excede-se nos protestos, prejudicando a equipa que ficou, pela terceira vez esta temporada, reduzida a dez elementos.

SEM PARALELO NA ERA CONCEIÇÃO

A derrota com o V. Guimarães (1-2), a sexta na Liga, acentuou a má temporada realizada pelos azuis e brancos, que não perdiam tantos jogos numa edição da prova desde 2015/2016. Esta temporada, os dragões têm a lamentar seis derrotas no campeonato, duas em casa, ante Estoril (0-1) e V. Guimarães. No total, já lá vão 26 pontos desperdiçados, um recorde na era Conceição. Desde 2015/2016 que o FC Porto não perdia tantos jogos oficiais. Esta época já são 11 – três na Liga dos Campeões, seis na Liga, uma na Supertaça e outra na Taça da Liga – menos três desaires, ainda assim, face a 2015/2016.