Central dos dragões deu os primeiros pontapés na bola na Amadora, onde os azuis e brancos vão medir forças com o Sintrense, para a Taça de Portugal. Edmundo Silva, ex-presidente do Damaiense, relata a A BOLA o potencial que já se via no defesa em tenra idade
Ainda sem minutos com a camisola azul e branca, Tiago Djaló espreita a estreia pelo FC Porto já no próximo encontro, referente à terceira eliminatória da Taça de Portugal, diante do Sintrense.
O duelo com o emblema do Campeonato de Portugal vai ser disputado no Estádio José Gomes, numa cidade que o central bem conhece: a Amadora, de onde é natural.
Sem nunca ter somado minutos numa equipa sénior em solo luso, depois de ter abandonado os sub-23 do Sporting para rumar ao Milan, em 2018/19, o defesa pode, por coincidência, estrear-se de dragão ao peito na terra natal.
Em conversa com A BOLA, Edmundo Silva, ex-presidente do Damaiense, clube onde despontou antes de ir para Alcochete, lembrou a «irreverência» do pequeno Djaló e sublinhou que o atleta já se diferenciava dos colegas, aos 12 anos: «Esteve um ano cá no Damaiense e já demonstrava que tinha muito potencial, pela irreverência sobretudo. Era um miúdo que se diferenciava dos demais já na altura. Depois subiu de patamar e foi para o Sporting, ao fim de uma época. Na altura, o Sporting estava interessado e ele acabou por ira para a Academia.»
O antigo líder do emblema amadorense destaca ainda o caráter «muito forte» que o central demonstra desde cedo, característica que lhe permitiu queimar etapas e conquistar títulos na formação verde e branca: «Tem um caráter muito forte. Foi campeão de iniciados, juvenis e juniores no Sporting e depois saltou logo para a equipa B, ainda com 17 anos.»
No Sporting, partilhou balneário com outros jogadores que passaram pelo Damaiense. «Na época dele na equipa B do Sporting, jogou com mais três jogadores que passaram pelo Damaiense: Abdu Conté, Thierry Correia e Ivanildo Fernandes», salientou Edmundo Silva, que presidiu o clube até 2022.
Tiago Djaló nunca chegou a jogar pela equipa A dos leões. Depois de um ano nos juniores do Milan, foi contratado pelo Lille, onde esteve em grande plano durante quatro temporadas, principalmente nas últimas três, nas quais foi titular indiscutível. Foi peça importante na conquista do título francês em 2020/21, com 24 jogos, muitas vezes atuando ao lado do compatriota José Fonte, no eixo defensivo.
Após uma experiência menos positiva na Juventus, onde passou grande parte do tempo a recuperar de uma rotura dos ligamentos cruzados que sofrera no emblema francês, chegou à Invicta no último dia do defeso de verão, numa cedência da Vecchia Signora que não contempla opção de compra.
Numa altura em que muito se discute a capacidade defensiva da turma de Vítor Bruno, o novo número 3 dos dragões – sucedeu a Pepe como dono da mítica camisola – deverá ter a primeira oportunidade para se mostrar aos adeptos portistas na prova rainha, já no dia 20 deste mês.
Azuis e brancos muito vulneráveis no momento da transição defensiva, sobretudo nas partidas de maior exigência. Mudanças à vista frente ao SC Braga, este domingo.