FC Porto, Seleção e se não chegar um avançado não há problema: tudo o que disse Amorim

NACIONAL30.08.202414:15

Treinador abordou vários temas do quotidiano leonino: mercado, convocatória de Roberto Martínez, desempenho de Maxi Araújo e, claro, a desforra da Supertaça, na receção ao FC Porto, amanhã, a partir das 20.30 horas, em Alvalade

- Que espera deste jogo com o FC Porto? E sobre Maxi Araújo, o que pode trazer de novo este jogador?

- Começamos já pelo Maxi. Acho que enquadra-se muito no nosso projeto, um jovem, internacional pelo seu país. Numa posição onde tínhamos o Nuno Santos, adaptámos um bocadinho o Geny [Catamo], o [Matheus] Reis também pode lá passar, mas tem umas características completamente diferentes e o Reis também treina muitas vezes a central. Portanto, necessitávamos de mais um jogador e a lesão do Nuno mostrou-nos isso. Depois vamos entrar numa sequência de jogos onde o Quenda não pode aguentar os jogos todos, o Geny tem um historial que ainda se está a construir para jogar de três em três dias e, portanto, juntámos a qualidade, é uma idade que entra no projeto, é internacional e pelos primeiros treinos estou muito satisfeito com ele. Em relação ao jogo com FC Porto, a verdade é que mudou muito desde a Supertaça. Jogam de uma forma completamente diferente. Só o facto de o Galeno estar a defesa-esquerdo e nós não o sabermos, cria-nos muitas dificuldades na abordagem do jogo, principalmente defensiva, porque a ofensiva nós vamos jogar da nossa maneira, acho que é muito claro, sempre jogámos com nuances, obviamente, de posicionamentos, mas a nossa maneira é muito clara, é como jogamos. E, portanto, foi difícil preparar a parte defensiva. Temos que ir muito nos nossos princípios e não tentar adivinhar o que o FC Porto vai fazer e tentar bloquear o jogo, defender melhor nos momentos chaves, ser melhor nos lançamentos, ser melhor nas bolas paradas, mas acho que também temos ali espaço para melhorarmos com a bola. O nosso posicionamento, a nossa capacidade com a bola, a nossa decisão. E, portanto, eu disse que íamos usar muito o jogo da Supertaça, mas depois, ao olhar muito diretamente para o FC Porto, mudou completamente a forma de jogar. Há alguns posicionamentos do Namaso a baixar, mas jogando o Pepê e o Galeno no mesmo corredor a equipa joga de uma forma completamente diferente daquela que jogou na Supertaça. Portanto, olhámos para isso, preparámos o jogo e acho que o segredo está em melhorar ainda mais com a bola.

- O Sporting tentou contratar Ioannidis, Vítor Roque, agora Harder... A poucos dias do fecho do mercado preocupa-o não haver um avançado para substituir o Paulinho? Está preparado para isso?

- Sim, estamos preparados para isso, porque isso faz parte também da nossa vida. O importante aqui é que eu estou muito satisfeito e muito orgulhoso daquilo que o clube está a fazer, porque está a fazer o máximo. Estamos a tentar o máximo para ter os jogadores que queremos. E isso para mim, sempre o disse, desde a confusão que houve, por exemplo, do Matheus Nunes e desse planeamento, para mim o importante é estarmos todos do mesmo lado a tentar o máximo. Portanto, venha avançado ou não, estou satisfeito porque o clube fez tudo e mais alguma coisa para trazer os jogadores que nós todos entendemos que deviam entrar. Mas, o mercado ainda não fechou... Vamos ver até ao fim do dia, a esperança é a última a morrer.

- Como preparou este jogo? Já falou da 'nuance' da forma como o adversário vai jogar... Conta com Hjulmand? Se não conseguir um avançado o Sporting terá de fazer 25 jogos até à reabertura do mercado de transferência de inverno, não é arriscado ter só Gyokeres?

- Temos mais jogadores, temos o Rodrigo [Ribeiro], já jogámos com jogadores na frente que não são avançados. Vamos ao limite das nossas capacidades, sabendo que temos um clube para hoje e também para amanhã. Obviamente é arriscado, mas, por isso, tentamos trazer os jogadores que queremos. Não há novidade no avançado, mas há o Maxi [Araújo] pode ser adaptado. Em relação à preparação do clássico com o FC Porto, teremos um treinador novo a meter o seu cunho, nós podemos melhorar com bola, foi uma preparação normal. Sobre o Hjulmand, está convocado, mas não digo se vai a jogo.  

- É boa notícia o facto de Gyokeres ficar no Sporting? Como viu desejo de Cristinao Ronaldo para que o Sporting faça uma «época brutal»? Pode arriscar o onze do FC Porto?

- Desta vez não vou arriscar, há mais incerteza. Sobre o Viktor [Gyokeres], se calhar é mais importante ficar do que estar a gastar o dinheiro do Viktor em dois jogadores. Foi feito um esforço para ficarem jogadores importantes como o Morten [Hjulmand], o Ousmane [Diomande], o [Gonçalo] Inácio ou Pote... Esses jogadores ficarem cá é importante e foi feito esse esforço. O Cristiano tem um carinho grande pelo clube, se a época vai ser brutal ou não... Temos muito a fazer. Esta equipa com tantos jogadores jovens, vamos ter um campeonato onde teremos de ganhar quase todos os jogos para sermos campeões, a Liga dos Campeões, com oito jogos de um nível muito alto. Depois, sem contar com as taças, teremos dois dérbis, dois clássicos. Ou seja, já é um número tão elevado de jogos de calibre tão alto, que eu tenho a certeza que esta equipa, aconteça o que acontecer, os jogadores estarão mais preparados no final do ano. Se vai ser brutal, não sei...

- Como encara a dificuldade de o clube conseguir um jogador que é prioritário?

- Se há dificuldades financeiras ou não, é relativo. Portanto, nós temos que imaginar como é que os clubes entram em dificuldades financeiras. Por vezes, quando estão um bocadinho mais folgados darem passos maiores que a perna. Essa parte vai ter que ser o Dr. [Salgado] Zenha a explicar e o [Hugo] Viana. O que sei, tenho uma certeza, e por isso é que eu durmo descansado, é que toda a gente aqui está a dar o máximo. Eles querem mais até do que eu. E isso para mim basta. Se não houver essa solução, não vamos entrar em loucuras e vamos arranjar soluções, porque sempre arranjámos. Já tivemos aqui um momento tão difícil na primeira época, quando eram só miúdos que não tinham experiência de Liga. Era um momento muito mais difícil do que agora. E, portanto, nós agora temos que arranjar soluções. Da mesma maneira que a Direção tenta fazer o máximo para buscar os jogadores e para deixar os melhores aqui, nós arranjaremos soluções para o que der e houver. E não vão ouvir da minha boca, se isto decorrer, se a época não for brutal, que a Direção não deu aquilo que pedimos. Portanto, a prioridade não é minha, é do clube. Se conseguimos ou não, isso depois depende de muitos fatores. A verdade é que há clubes muito mais ricos que chegam ao pé dos jogadores que nós queremos e compram-nos, às vezes para ser uma solução daqui a três anos.

- O presidente Frederico Varandas disse há dias que um leão ferido é mais perigoso. Amanhã estará mais em jogo do que um clássico, depois de nos últimos dois encontros o Sporting ter perdido dois troféus para o FC Porto?

- Acho que isso entra em jogo. Mas não pode entrar demasiado, ou seja, tem que ser uma coisa positiva e não do lado mais negativo da coisa. A verdade é que nós temos que pensar que isto é um campeonato, um confronto direto, queremos ganhar e manter a nossa posição. E, portanto, esquecer o que passou. O que passou, passou. É da mesma maneira que fomos campeões no ano passado e isso já não nos interessa nada, já não conta para nada. Queremos ganhar o jogo para manter a nossa posição.

- Está feliz com a convocatória da Seleção Nacional e as chamadas de Trincão, Pedro Gonçalves e Quenda?

- Fiquei muito feliz, eles estão num momento muito bom, vão ajudar a Seleção. Ninguém esperava o Quenda nesta altura. Claro que olhando para ele toda a gente consegue perceber se o miúdo mantiver a humildade e o trabalho é uma questão de tempo, mas foi já, é merecido. Estou feliz por eles.

- O mercado está quase a fechar, isso traz-lhe medo ou insegurança de não conseguir mais um avançado?

- Medo não tenho. Obviamente precisávamos de mais um jogador de ataque. Se não conseguimos, teremos que arranjar as soluções em tempo.

- O Sporting vem de duas derrotas com o FC Porto, em casa considera-se favorito? Há algum sentimento de vingança?

- Em relação ao jogo do FC Porto, nunca me ouviram dizer que somos favoritos, o que sempre disse é que agora olham para o Sporting de forma diferente, equilibrámos essas contas. Amanhã não somos favoritos. Jogamos em casa, queremos ganhar, é um jogo de campeonato contra um adversário que nos ganhou há pouco tempo.

- Que comentário lhe merece o sorteio da Liga dos Campeões?

- O formato é diferente, é bom haver mais jogos, até para o crescimento dos nossos jogadores. Sobre os adversários, calhámos com as equipas mais fortes em casa. Vai ser aliciante, muito difícil, porque temos de ganhar os jogos todos do campeonato. Vai ser uma temporada dura.

- Com Nuno Santos apto vai voltar à fórmula A: com Catamo na direita e Quenda no banco? Pode fazer um ponto de situação em relação a St. Juste?

- O St. Juste ainda faz o seu tratamento, não temos data para o regresso dele. Em relação ao plano, não vou dizer, mas o Nuno Santos está convocado.