FC Porto: a obrigação de Vítor Bruno contra o Casa Pia
Apesar da contestação, André Villas-Boas protege técnico e a estrutura acredita que o próximo encontro do campeonato pode catapultar a equipa para o trilho do sucesso. FC Porto volta ao Estádio do Dragão após quatro jogos fora
Não obstante a contestação que subiu de tom após o empate forasteiro com o Anderlecht para a Liga Europa, Vítor Bruno mantém a confiança de André Villas-Boas e o cenário de despedimento está afastado. A estrutura do futebol profissional, composta pelo presidente, Andoni Zubizarreta e Jorge Costa, acredita que o técnico tem condições para inverter o ciclo de quatro encontros consecutivos sem vencer — derrotas com a Lazio, Benfica e Moreirense e igualdade a duas bolas em Bruxelas, diante dos belgas — e vê o encontro com o Casa Pia como uma grande oportunidade para servir de ponto de viragem nesta sequência negativa, que tem deixado o universo azul e branco em transe, desgostoso por ver o clube azul e branco longe dos seus tempos áureos em termos de resultados desportivos e exibições.
Como acontece sempre que as vitórias não surgem, o ónus da culpa incide sempre sobre o treinador e Vítor Bruno enfrenta um rol de críticas que neste momento não se cinge apenas à ala pintista, mas engloba também parte dos 80 por cento daqueles que votaram em André Villas-Boas nas eleições de 27 de abril passado.
«Nunca serei um problema para o FC Porto», revelou Vítor Bruno, na conferência de imprensa seguinte ao empate averbado na Bélgica, deixando o seu futuro claramente nas mãos de André Villas-Boas, que mantém a confiança no treinador, ainda que, naturalmente, tudo vá depender dos próximos resultados, a começar já pela receção ao Casa Pia, um jogo extremamente importante e que pode alavancar, em caso de triunfo, a equipa azul e branca para o que resta da temporada. Essa é, pelo menos, a ambição dos responsáveis azuis e brancos, em especial Vítor Bruno, que sabe da importância do encontro com os casapianos.
Chegada pacífica com segurança
Depois do encontro com o Anderlecht, em Bruxelas, a comitiva azul e branco pernoitou em solo belga e viajou ao início da tarde rumo ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, em Pedras Rubras, em ambiente absolutamente tranquilo e sem grandes manifestações, além de uma adepta que gritou «temos de ganhar». Pepê chegou muito cabisbaixo, depois do erro que deu um golo ao Anderlecht no empate 2-2, sendo ladeado por Galeno e Diogo Costa.
O presidente André Villas-Boa, que se recusou a prestar declarações aos jornalistas, surgiu na frente da equipa, tendo ao seu lado Vítor Bruno. O autocarro dos dragões seguiu com escolta policial de imediato rumo ao Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, no Olival, numa chegada revestida de forte medidas de segurança. A GNR esteve presente no local, com pelo menos quatro carros e vários militares, além de um carro-patrulha rondar as proximidades, para garantir a segurança da equipa sem qualquer contratempos.
Conforme A BOLA constatou no local, esteve também presente a equipa privada que faz segurança ao clube com mais efetivos do que é costume, mas tudo se desenrolou sem qualquer problema, não sendo visto sequer um único adepto na parte de fora das instalações do FC Porto.
Vítor Bruno pôde assim dar início à preparação do encontro com o Casa Pia na máxima tranquilidade, ele que sabe da extrema importância que tem conquistar os três pontos na próxima segunda-feira à noite, por forma a serenar um pouco o ambiente que rodeia a equipa profissional portista. O treinador sente-se capacitado para inverter a tendência negativo dos resultados — sem paralelo nos últimos 16 anos —e quer dar um pontapé na crise de identidade de um dragão que também está em claro défice emocional. É neste quadro de incerteza que se aproxima uma verdadeira final para o técnico, que está obrigado a ganhar para sossegar as nervosas hostes azuis e brancas...