É nas alas do ataque que o técnico tem mais soluções: Sorriso, Óscar Aranda, Puma Rodríguez, Chiquinho, Théo Fonseca e Alex Dobre são os seis principais candidatos a.. dois lugares; e ainda há Florian Danho e Otso Liimatta, que pelas bandas também podem atuar; triângulo do meio-campo a ser trabalhado
Costuma dizer-se que as (boas) soluções nunca são de mais. Ou que quando há opções variadas isso significa uma boa dor de cabeça para os treinadores. Pois bem, olhando aos jogadores que Armando Evangelista tem à sua disposição para as alas do ataque, é caso para dizer que a escolha do técnico deverá provocar-lhe dores de cabeça... ao(s) extremo(s).
O sucessor de João Pedro Sousa no comando técnico dos minhotos tem privilegiado, ao longo da sua carreira, o 4x3x3. Mesmo que os sistemas táticos, já se sabe, comportem várias variantes e/ou dinâmicas.
Ora, tentando antever aquilo que Evangelista poderá vir a decidir nesta nova etapa do seu percurso, convém analisar a matéria humana que tem à sua disposição. E se o técnico poderá (ainda) ter algumas dúvidas sobre o onze a apresentar no jogo de estreia - na próxima sexta-feira (15.30 horas), diante do Gil Vicente -, então o problema maior residirá na escolha dos dois elementos que alinharão pelos corredores do ataque.
Olhando ao plantel dos famalicenses, saltam, desde logo, seis possibilidades para apenas... dois lugares: Sorriso, Óscar Aranda, Puma Rodríguez, Chiquinho, Théo Fonseca e Alex Dobre são, em teoria, os principais candidatos.
Olhando aos números (que, tendo a sua importância, valem o que valem...), Chiquinho e Puma Rodríguez são aqueles que contam mais minutos de utilização na presente temporada - em todas as competições - no que a extremos diz respeito. O português leva 19 jogos (1118 minutos), o panamiano 15 (977 minutos). Mas Théo Fonseca (15 jogos e 780 minutos) e Óscar Aranda (18 jogos e 721 minutos) andam por perto... Já Sorriso, e é importante referir, chegou apenas no passado mês de janeiro, pelo que contabiliza apenas 6 jogos (472 minutos). Apesar de ser uma contratação recente, o brasileiro já conseguiu ultrapassar neste particular o romeno Alex Dobre (15 jogos, mas apenas 379 minutos de utilização).
E se, perante o exposto, já não é nada fácil tentar descodificar o que vai na cabeça de Armando Evangelista, então ainda há mais dois nomes que prolongam esta lista de hipóteses: Florian Danho e Otso Liimatta. Ainda que numa outra perspetiva, a verdade é que tanto o costa-marfinense (que pode jogar em qualquer posição da frente de ataque) como o finlandês (que tem caraterísticas para jogar também como médio-ofensivo) podem entrar nesta equação.
Ainda recentemente, durante a sua apresentação como novo treinador do Famalicão, e apesar de não falar em nomes, Armando Evangelista elogiou a qualidade do plantel que tem à sua disposição:
Mas se no último terço ofensivo haverá muito que ponderar por parte de Armando Evangelista, também no setor intermediário as dúvidas subsistem.
Desde logo, porque será necessário perceber qual o triângulo de meio-campo que será o eleito para a deslocação ao terreno do Gil Vicente. Ainda na passada quinta-feira, em declarações exclusivas a A BOLA, Arsénio, atual jogador da União de Leiria e que foi orientado por Armando Evangelista no Arouca durante duas temporadas e meia, recordou que o técnico tanto pode utilizar um médio mais defensivo e dois criativos, como dois elementos mais recuados, formando o famigerado duplo pivô e um número 10 puro.
Extremo foi orientado pelo técnico durante duas temporadas e meia no Arouca e não poupa nos elogios aos métodos de trabalho; a relação de proximidade com os jogadores e a capacidade de deles extrair o melhor; modelos táticos e ideias de jogo
Nesse sentido, Zaydou Youssouf e Mirko Topic, dupla mais utilizada ao longo da época, partem, em termos probabilísticos, em vantagem para as tarefas relativas aos duelos individuais.
Ao francês e ao sérvio poderá juntar-se Gustavo Sá, o criativo que está, por estes dias, ao serviço da Seleção Nacional de sub-21 e que logrou mesmo vestir pela primeira vez a camisola das quinas.
Médio do Famalicão estreou-se na seleção nacional de sub-21, aos 19 anos, com uma assistência para o golo de Chermiti.
Mas a zona central do meio-campo famalicense pode também albergar outros elementos com capacidade para o desempenho das funções, como são os casos de Gustavo Assunção, Tom Lacoux, Filipe Soares (ainda a recuperar de lesão) ou Otso Liimatta. Isto só para citar alguns. Tudo dependerá, lá está, das dinâmicas que Armando Evangelista pretenda implementar.
A matéria humana existe, a qualidade dos artistas é indiscutível, caberá agora ao novo treinador escolher bem - em função da estratégia que delineará para cada jogo, evidentemente - para que o Famalicão consiga inverter o rumo dos acontecimentos e possa regressar a patamares exibicionais já patenteados na época em curso. Algo que, logicamente, deixará mais perto a obtenção de bons resultados.