Faltou o xeque-mate a uma partida de xadrez: a crónica do Moreirense-Boavista
Adversários idênticos na abordagem ao jogo; primeira parte teve mais qualidade; ninguém saiu a rir no duelo de tabuleiros
Num duelo de xadrez e de espelhos, face indumentária dos dois clubes e à forma como ambos abordaram o encontro, Moreirense e Boavista anularam-se no objetivo de alcançarem um xeque-mate numa partida de tabuleiro, onde o equilíbrio de forças foi sempre a nota mais dominante, atestada inclusive pelo número de oportunidades criadas de parte a parte. Os cónegos entraram motivados por atravessarem o melhor momento da temporada, procuraram exercer pressão imediata sobre as panteras, mas seria mesmo o clube do Bessa a marcar primeiro, num lance de manifesta infelicidade para Marcelo, que introduziu a bola na sua baliza, após um centro-remate de Seba Pérez.
A reação do conjunto orientado por Rui Borges foi praticamente imediata, com uma jogada de envolvimento entre Franco, Alan e André Luís, com o goleador da casa a fazer valer os seus dotes, fazendo a bola anichar no fundo das redes axadrezadas. Depois de uma primeira parte bem jogada, com intensidade e futebol de bom nível de ambos os intervenientes, o segundo período baixou claramente de qualidade. Muitos duelos, bolas perdidas, mas ainda assim tanto Moreirense como Boavista poderiam ter marcado pelo menos mais um golo.
Na realidade, e tendo em conta o que se passou ao longo dos 90 minutos, o empate ajusta-se perfeitamente ao que ambas as equipas produziram. Esperava-se, no entanto, um maior pendor ofensivo de parte a parte na busca incessante pela vitória. Apenas uns rasgos individuais na reta final do encontro, com Rui Borges a colocar todas as suas armas dentro das quatro linhas, com Aparício a desperdiçar uma soberana chance para ser o homem do jogo, mas acabou por se deslumbrar na hora do remate à baliza do jovem guarda-redes João Gonçalves...