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22 setembro 2023, 20:50
Fábio Silva: «Às vezes choro sozinho em casa»
«Por vezes, tenho dúvidas sobre mim próprio, sobre o futebol, sobre o que as pessoas dizem», disse o português abordando as suas inseguranças
Fábio Silva, Wolverhampton, IMAGO
Foto: IMAGO
Fábio Silva: «As pessoas esperam que marques 30 golos e não sabem que tens de crescer»
Avançado português lembrou chegada ao Wolverhampton
Fábio Silva lembrou a chegada ao Wolverhampton, confessando que sente que teve de crescer «demasiado depressa».
«Às vezes digo que tive de crescer demasiado depressa. Aos 18 anos, a maioria dos jogadores joga na segunda equipa do seu clube ou na segunda divisão. Eu cheguei e tinha o Raul Jiménez na minha posição. Depois da lesão dele, tive de ir para dentro de campo para me mostrar. Não tive tempo para aprender, sentir o campeonato e saber a forma como jogámos. Foi tudo muito depressa e às vezes as pessoas esquecem-se, mas isso é normal no futebol», começou por dizer, em entrevista ao Express & Star.
«Naquela altura, quando ouvia alguns comentários sentia-me mal, agora não me importo com aquilo que dizem ou pensam sobre mim. Sei quando jogo bem e mal, por isso tiro a minha própria perspectiva do jogo. Posso ver por mim mesmo os vídeos do jogo, onde tenho de melhorar. Quando as pessoas falam, não tenho de ouvir ou ler. Nos momentos, tu lês e pensas que és bom, mas depois tens um jogo mau e as mesmas pessoas criticam-te. Tenho de aproveitar e dar o meu melhor. Continuo a trabalhar e a acreditar em mim», prosseguiu.
O avançado português, de 21 anos, revelou que a sua segunda temporada nos Wolves foi a mais «difícil» da carreira.
«A minha segunda temporada no Wolves foi a mais difícil na minha carreira. Às vezes é difícil, por causa do valor que pagaram por mim. Digo sempre que não controlo isso, mas gostei dessa pressão. É por isso que o Wolves fez o investimento que fez com a idade que eu tinha. As pessoas esperam que marques 30 golos na Premier League e não sabem que tens de crescer e aprender. Com todo o respeito, a liga portuguesa não é a mesma coisa que a Premier League, onde jogam os melhores jogadores do mundo. Na liga portuguesa, às vezes, tens 30 segundos para pensar. Na Premier League tens cinco. Tens de ser mais rápido e inteligente», atirou.
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Fábio Silva foi orientado pelos portugueses Nuno Espírito Santo e Bruno Lage.
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«[Com Bruno Lage] Não me senti 100 por cento valorizado, porque joguei pouco. As pessoas vão dizer que fiz 35 jogos, mas se forem ver os meus minutos, talvez não tenha feito cinco jogos completos. É difícil quando entras cinco minutos. Para mim, foi frustrante no início, porque fiz uma boa época com o Nuno [Espírito Santo], aos 18 anos, com quatro golos e três assistências, e com o Bruno [Lage] queria continuar. Foi a pior época da minha carreira, mas acho que foi a chave para me mudar também, porque aprendi muitas coisas e cresci», completou.
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