Fábio Carvalho fala da relação com Klopp e deixa garantia para a próxima época
Segunda parte da entrevista a Fábio Carvalho, atualmente emprestado ao Hull City
Contratado ao Liverpool em 2022, Fábio Carvalho teve um bom arranque no clube da cidade dos Beatles, mas foi perdendo espaço durante a época. Ainda assim, terminou o ano com mais de 20 jogos disputados - em todas as competições, incluindo a Liga dos Campeões - e marcou três golos. Em entrevista, o médio ofensivo admite que lhe soube a pouco aquilo que viveu dentro do campo nos Reds, aborda a relação com Klopp e revela os melhores amigos no clube.
- Que balanço faz da época que fez no ano passado em Liverpool?
- Foi um pouco como tem sido a minha carreira: com altos e baixos. Mas aprendi muito ali, com jogadores de outro nível. Eu fui para o Liverpool porque quero ser o melhor jogador do Mundo. E para chegar lá, tenho de competir todos os dias com os melhores do Mundo. Aprendi muito com aqueles jogadores que têm tanta experiência na Premier League e na Champions. É um grupo muito forte, dentro e fora de campo, que me acolheu como um deles. Estou-lhes muito grato a eles e ao mister Klopp.
- Como foi o relacionamento com ele?
- Foi bom. Ele ajudou-me. Mas quando cheguei ao clube, estávamos num período muito difícil, dentro e fora de campo. Havia problemas com a equipa e ele precisou de recorrer aos jogadores em quem confiava mais. Eu tinha acabado de chegar e ele não tinha a maior confiança em mim, mas sempre me ajudou muito e apontava o que eu precisava de fazer melhor e o que não devia fazer. Mas tínhamos ali jogadores com muita experiência, que estavam a jogar muito bem, mesmo a equipa não estando no melhor momento. Eu estava ali para aprender e continuar a treinar.
- Sente que não tinha a confiança dele?
- Sim. Houve jogos em que entrava e faltava-me confiança, talvez pela forma como estava a jogar, ou por ter poucas oportunidades. Mas como estávamos numa má fase, acho que ele decidiu apostar em jogadores mais experientes para tentar ultrapassar esse momento.
- No final da época, ele disse que nenhum jogador o tinha surpreendido mais do que o Fábio. O que sentiu ao ouvir essa declaração: mágoa por não ter tido muitas oportunidades, ou força para continuar a trabalhar?
- [riso nervoso] Um bocado dos dois. Claro que eu quero jogar todos os jogos, mas essas palavras também me deram motivação para continuar a trabalhar. Porque ele é um grande treinador, que já ganhou tudo o que há para ganhar. Ouvir esse elogio vindo dele é bom, e foi mérito do meu esforço.
- E ficou surpreso pelo anúncio de que vai sair no final da época?
- Sim, um bocado. Ele adora o Liverpool, o clube também gosta muito dele e os adeptos amam-no. Por isso, surpreendeu-me. Mas são coisas do futebol. Tudo o que é bom chega ao fim.
- Conta voltar ao Liverpool na próxima época?
- Sim! Vou voltar na pré-época.
- Quem eram os seus melhores amigos no clube.
- Eu falava muito com o Jota, que me ajudava muito. O Firmino também, e o Trent [Alexander-Arnold]. Passávamos um bom bocado juntos fora de campo. Saíamos, íamos comer, às compras. E muito com os brasileiros: com o Alisson e o Firmino. Eles são jogadores muito bons, são muito experientes, e também têm fé em Deus. Eles ajudaram-me muito na minha caminhada para encontrar Jesus.