Estrelas anuladas, lacunas exploradas e vitória incontestável do Liverpool sobre o Real Madrid

Os golos só surgiram na segunda parte, mas os 'reds' mostraram-se muito eficazes a explorar o meio-campo débil e a 'secar' Mbappé e Bellingham

Anfield encheu para ver o jogo grande desta jornada 5 da Liga dos Campeões. Frente a frente, Liverpool e Real Madrid recriavam as finais de 2018 e 2022 da prova milionária, com muita expectativa mas contextos, no imediato, diferentes: o Liverpool queria manter-se 100% vitorioso, o Real Madrid procurava fugir às zonas mais perigosas de acesso ao play-off.

É, aliás, um esboço daquilo que tem sido o ano de cada um destes clubes. O Liverpool, líder de Liga dos Campeões e Premier League, tem mostrado uma consistência quase sem comparação no mundo do futebol. Já o Real Madrid, que até só está a quatro pontos, com menos um jogo, do topo da tabela, tem sofrido para conseguir os resultados. A intranquilidade até aos níveis físicos se nota, com Raúl Asencio, defesa de 21 anos, a estrear-se na Champions, face à lesão de Éder Militão. Mbappé aproveitou a saída de Vinícius Jr., também lesionado, para encostar à esquerda, posição preferida, mas com poucos dividendos retirados, muito por culpa da consistência defensiva da segunda equipa menos batida da prova.

Apesar de estreante, porém, Asencio não se negou ao papel de protagonista desde início. Foi logo ao minuto 5 que o espanhol quase fazia autogolo, após ressalto, mas depressa corrigiu com um corte na linha. Sete minutos depois, até podia ter sido expulso, mas o árbitro não considerou que o empurrão a Darwin foi ainda dentro dos limites do punível apenas com amarelo. Nessa altura, já os reds mostravam domínio no encontro. O meio-campo do Real Madrid foi, em várias ocasiões, ultrapassado pelas iniciativas do adversário e, na frente, Mbappé foi constantemente silenciado, tanto por Van Dijk, como por Conor Bradley - que ainda se mostrou com um corte sensacional em deslize ao astro francês.

Ainda assim, a primeira parte terminava com muito domínio, mas sem grandes oportunidades. Essas estavam reservadas para a seguir do intervalo.

O Liverpool apareceu mais forte, com mais vontade de procurar Salah do lado direito e cedo chegou à já merecida vantagem, com remate cruzado de Mac Allister, ele que foi distinguido como Homem do Jogo talvez também o fosse mesmo se não marcasse, tal foi o seu domínio no miolo. O golo provocou uma reação no Real Madrid, que se assumiu mais atacante e teve, à hora de jogo, momento-chave, com penálti assinalado sobre Lucas Vázquez.

Não foi o jogo das grandes estrelas, como Mbappé fez questão de mostrar no momento em que, com a oportunidade de empatar, permitiu que Kelleher defendesse a grande penalidade. E Salah fez questão de o confirmar aos 70', quando, depois de sofrer falta de Mendy, não converteu da marca dos 11 metros. O 2-0 tardou mas não falhou, com Gakpo a saltar sozinho na sequência de um canto para fixar o resultado final.

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Na batalha entre consistência e inconsistência, o Liverpool manteve o registo 100% vitorioso na Liga dos Campeões. Já o Real está, neste momento, no último lugar da zona de acesso ao play-off. Foi a primeira vitória do Liverpool frente a los blancos desde 2009.