Estrela da Amadora: estreia de Tashan 'apadrinhada' pelo Dragão

Médio inglês, que reforçou os tricolores no último dia da reabertura do mercado, estreou-se oficialmente frente ao FC Porto; deixou indicações positivas e intensifica concorrência pelos lugares ocupados por Aloísio e Léo Cordeiro

Na derrota averbada no Estádio do Dragão ante o FC Porto, o Estrela da Amadora estreou mais uma dos seus reforços de inverno, neste caso Tashan Oakley-Boothe, que necessitou de cerca de duas semanas após ter chegado ao clube amadorense para ser, finalmente, opção. O inglês entrou em jogo aos 66 minutos, quando a equipa já perdia, e deixou alguns sinais promissores, podendo a breve trecho imiscuir-se na luta por um lugar a meio-campo apesar da forte concorrência existente.

Tashan, de 24 anos, não temeu o ambiente adverso com que se deparou – o reduto de um dos candidatos ao título nacional, composto por mais de 30 mil espectadores – e contribuiu para algumas recuperações de bola e um aumento de agressividade positiva no meio-campo estrelista, contribuindo para alguns momentos com bola. Ainda assim, insuficientes para que os tricolores pudessem criar situações de relevo na área adversária, discutir o resultado e evitar a derrota perante os azuis e brancos (2-0).

O próximo encontro para o Estrela constituirá uma batalha pela manutenção na Liga, frente ao Desportivo de Chaves, que visita a Reboleira no próximo sábado e se encontra a apenas quatro pontos dos amadorenses, e o inglês de ascendência jamaicana espera voltar a somar minutos e dar continuidade à sua integração nos processos da equipa. O próximo desafio residirá numa eventual participação no plano A da equipa, que consiste num meio-campo composto por dois elementos a par no miolo.

Uma situação que Tashan Oakley-Boothe certamente conhece em treino desde a sua chegada ao Estrela, mas que na verdade ainda não conhece em jogo, pois o momento da sua entrada em jogo coincidiu com uma mudança tática, com Sérgio Vieira a transformar o 3x4x3 preferencial dos tricolores num 4x3x3 que procurou reforçar o efetivo a meio-campo. Assim, o britânico assumiu funções de médio defensivo, como cabeça de área, permitindo maior liberdade de movimentos a Léo Cordeiro e Leonel Bucca, que entrou ao seu lado.

Apesar de, naturalmente, se ter verificado uma margem para crescimento e alguma inexistência de automatismos, o campeão do Mundo por Inglaterra em sub-17 mostrou virtudes no posicionamento e capacidade nos duelos que poderão torná-lo uma opção válida. As próximas semanas ditarão o seu grau de relevância num setor também composto por Aloísio Souza e Léo Cordeiro – ambos titulares no Dragão – e ainda Pedro Sá, Bucca e ainda Manuel Keliano, que regressou lesionado da participação na CAN ao serviço de Angola.

A receção aos flavienses terá nesse setor uma interessante dúvida: Aloísio e Léo Cordeiro contam agora com os reforços, Tashan e Bucca, a ganhar ritmo e minutos de jogo; o inglês contabilizou no Dragão os primeiros 24 minutos com a nova camisola, ao passo que o argentino já conta 46, distribuídos por três encontros. A integração será progressiva, mas ambos poderão, em breve, bater à porta da titularidade e colocar a predominância dos dois brasileiros em causa nas próximas semanas.