Estreia cumprida para Beatriz Fonseca: «Quando é para entrar, vamos com tudo, seja pelo tempo que for»
Avançada do SC Braga estreou-se como internacional A no triunfo de Portugal sobre a República Checa; jogou poucos minutos, mas valoriza a importância de contribuir para o coletivo
A alcunha de Beatriz Fonseca – Meio-Metro - é facilmente justificável pelos seus 1,56 metros de altura. Pequena na estatura, mas muito grande nos seus sonhos e ambições, a avançada do SC Braga cumpriu, esta quarta-feira, um objetivo que há muito ambicionava de estrear-se como internacional A quando Francisco Neto a lançou nos instantes finais do triunfo sobre a República Checa. Uma das três estreias promovidas pelo selecionador nacional e um incentivo para regressar e repetir a façanha com regularidade.
A atacante de 25 anos constituiu um dos destaques do embate de preparação realizado pela Seleção Nacional por ter, tal como Maria Alagoa e Nelly Rodrigues, cumprindo o primeiro jogo pela principal equipa de Portugal, num momento que não mais irá esquecer. «Quando ouvi a speaker dizer o meu nome pensei OK, estou aqui, vou desfrutar ao máximo, e pensei nisso quando entrei», recordou, entre risos, e apesar de ter cumprido pouco mais de dois minutos em campo sentiu-se mais uma para ajudar.
«O Professor, quando chama, sabe que é para acrescentar, seja por um ou dois minutos, como foi o caso. Todas as que aqui estão, sentimos que é para acrescentar. Quando é para entrar, vamos entrar com tudo, seja pelo tempo que for», acrescentou Bia Meio-Metro, como é carinhosamente conhecida no meio futebolístico e pessoal, com espírito coletivo, satisfeita por ter cumprido um objetivo de sempre e, como bónus, ter participado numa vitória de Portugal.
«Tínhamos oito derrotas frente a este adversário, a República Checa, e foi bom regressarmos às vitórias depois de quatro derrotas. Por isso, foi bom para ganhar confiança», assumiu a jogadora, que curiosamente se estreou por Portugal no estádio da equipa que a revelou na Liga feminina, o Estoril, pelo qual cumpriu mais de 100 jogos oficiais e apontou 42 golos. «O Estoril foi um clube que para mim era uma casa, muito especial para mim, durante cinco anos, onde mais me mostrei ao futebol e tive as primeiras chamadas às seleções jovens», lembrou.
«Foi, por isso, muito especial», assumiu Beatriz Fonseca, que atualmente cumpre a sua segunda temporada ao serviço do SC Braga. Nas guerreiras do Minho, a avançada tem estado em destaque com um registo de 14 golos em 32 partidas na época transata. Em 23/24, já soma cinco golos em 17 participações e, por conseguinte, chamou sobre si a atenção de muitos…e inclusivamente da equipa técnica nacional, que agora a premiou com a chamada à seleção A.
«Os golos são também o fruto de toda a equipa, gosto de coletivizar a equipa, mas também de contribuir com golos e estar em destaque na equipa é sinal de que estou a fazer o trabalho bem feito», reconheceu, feliz.
Antes de rumar a Braga, Beatriz Fonseca saiu da sua zona de conforto e competiu no Chipre, onde representou o Apollon Ladies, que lhe permitiu conquistar títulos e ainda disputar a Liga dos Campeões, regressando a Portugal mais forte e apta a ser opção para a equipa nacional. No fim, um sacrifício que parece ter valido a pena. «Sim, foi bom. Foi diferente, fez-me crescer a nível pessoal e profissional, o estar aqui tem muito que ver com isso», reconheceu, feliz pelo que conseguiu também além-fronteiras.
Um exemplo de dedicação e desenvolvimento que pode ser seguido por várias jovens portuguesas para chegar a patamares mais elevados. «Espero que sim, que essa parte do crescimento seja uma imagem para as mais novas. Há que fazer acreditar que é possível», transmitiu, com humildade, antes de participar na sessão de treino realizada na manhã desta quinta-feira, na Cidade do Futebol, com o grupo dividido - as titulares no embate da véspera realizaram ginásio, ao passo que as restantes trabalharam no relvado às ordens de Francisco Neto.