Estoril: Mor Ndiaye ‘renasceu’ e já quadriplicou a sua utilização
Médio senegalês aproveitou conjugação de fatores para se afirmar no meio-campo dos 'canarinhos'; somava 43 minutos a 31 de janeiro, hoje já conta 169
O futebol é, na maior parte das vezes, oportunidade e o Estoril apresenta um caso claro disso mesmo no seu meio-campo, onde a partir de janeiro se assiste a um verdadeiro renascer de Mor Ndiaye, que na presente temporada chegou a ser uma das últimas opções para o meio-campo dos canarinhos e nas últimas semanas assumiu a titularidade, com boas prestações. Um sinal de que, tal como Vasco Seabra vem indicando nas conferências de imprensa que protagoniza, todos contam no plantel estorilista.
A atual ascensão de Ndiaye surgiu numa conjugação de fatores que o senegalês soube aproveitar, logo após a disputa da final da Taça da Liga frente ao SC Braga: Jordan Holsgrove contraiu uma entorse e não voltou a ser opção, tal como Koba Koindredi que, tal como se esperava, rumou ao Sporting. A isso acresce a saída de Alex Soares, que chegou a acordo para rescindir amigavelmente e ainda o facto de o reforço Vinícius Zanocelo se encontrar numa fase inicial – embora promissora… - da sua integração no grupo.
Face à junção de todas as realidades, o médio recrutado ao FC Porto no verão de 2022 passou de reserva a elemento indispensável, assumindo a titularidade na deslocação ao Rio Ave e deixando uma boa impressão que se repetiu na jornada seguinte, na receção ao Estrela da Amadora, na qual os canarinhos regressaram às vitórias (1-0). Na escassez de alternativas, Ndiaye agarrou a oportunidade e foi aposta certeira, tornando-se opção válida e criando uma possibilidade que certamente agradará ao seu treinador.
Nos últimos três meses, o meio-campo estorilista passou por uma rotação intencional, que incluiu inicialmente quatro jogadores – Mateus Fernandes, Holsgrove, Koindredi e Alex Soares – e que até passou a cinco, com a inclusão de Michel Costa, promovido desde os sub-23. Com a chegada de Zanocelo e a afirmação de Ndiaye, Vasco Seabra poderá gerir a utilização e o rendimento de cada elemento do miolo, em benefício do coletivo e também do aproveitamento individual de cada ativo.
O caso pessoal do médio defensivo de 23 anos salta à vista: entre 29 de julho e 31 de janeiro, somava apenas…43 minutos, divididos por quatro jogos: 21 minutos frente ao Belenenses, pela 2.ª eliminatória da Taça da Liga, oito minutos perante o Rio Ave, pela 2.ª jornada da Liga, sete minutos frente ao FC Porto, pela 10.ª jornada, e mais sete minutos na meia final da Taça da Liga, frente ao Benfica. Só nos últimos dois desafios, Mor Ndiaye quadriplicou esse somatório, acumulando 169 minutos…e não deverá ficar por aqui.
A utilização de Jordan Holsgrove está ainda em dúvida para a deslocação ao Boavista, marcada para este sábado. Ainda assim, caso o escocês continue de fora e mesmo que recupere até à hora do jogo, a boa resposta dada por Ndiaye torna-o forte candidato a continuar na equipa e a acumular, por isso, a terceira titularidade em toda a época – e a terceira de forma consecutiva, voltando a emparelhar com Mateus Fernandes, como tão bem resultou no triunfo sobre o Estrela, na jornada anterior.