Estoril confirma que vai impugnar o jogo com o Chaves
Presidente da SAD do Chaves repudia graves incidentes ocorridos no jogo com o Estoril. (Foto: Pedro Sarmento Costa/Lusa)

Estoril confirma que vai impugnar o jogo com o Chaves

NACIONAL22.04.202416:33

Equipa canarinha emitiu um comunicado onde repudia o facto de o jogo não ter sido dado por concluído quando os adeptos do Chaves invadiram o campo para agredir os jogadores do Estoril

Em comunicado divulgado esta segunda-feira, o Estoril confirmou que vai impugnar o jogo contra o Chaves, que terminou empatado 2-2, após diversos incidentes nos quais os jogadores da equipa canarinha foram agredidos por adeptos que invadiram o relvado.

Segundo afirma o Estoril, a decisão de continuar o jogo é «incompreensível e inaceitável», uma vez que «uma equipa beneficiou e o agressor foi quem obteve vantagem» com as agressões dos adeptos do Chves aos jogadores canarinhos.

Recorde que, no momento em que os adeptos do Chaves invadiram o campo para agredir os jogadores do Estoril, conjunto de Vasco Seabra vencia o encontro por 2-1, numa altura em que a partida já se encontrava no tempo de compensação.

Segundo o Estoril, o jogo devia ter sido «terminado de forma definitiva», mas tal não aconteceu e este foi retomado tendo a equipa canarinha de jogar o tempo restante reduzida a 9 unidades, uma vez que Pedro Álvaro e Marcelo Carné foram expulsos pelas suas reações à agressão dos adeptos.

Desta forma, o clube informou que está a «tomar medidas legais para que seja feita justiça pela defesa dos seus atletas, dos seus elementos, e também pelo melhor interesse do futebol profissional português».

Leia o comunicado na íntegra:

«O Estoril Praia é um Clube com valores, orgulhoso de competir na Liga Betclic, um Campeonato moderno, profissional e prestigiado. O Estoril acredita nos valores do desporto, do fair play e da justiça desportiva.

O futebol profissional deve dar o exemplo ao futebol não profissional sobre quais são as melhores práticas e comportamentos a serem adotados, e não o contrário. Este fim-de-semana, numa divisão distrital, um jogador foi agredido por um indivíduo que assistia ao encontro e, apesar de ainda faltar bastante tempo regulamentar, foi tomada a decisão de interromper imediatamente o jogo. Na Liga Betclic aconteceu o mesmo, mas decidiu-se retomar a partida. Uma equipa beneficiou e o agressor foi quem obteve vantagem.

Perante a gravidade dos factos, o Estoril Praia considera incompreensível e inaceitável que não se tenha dado o jogo por terminado de forma definitiva. O Estoril comunicou ao árbitro a situação de insegurança sentida pelos seus jogadores e equipa técnica, solicitando que desse o jogo por concluído, por entender que os atletas já não estavam em condições mentais e anímicas de voltar a competir. Mesmo após a decisão do árbitro de retomar a partida, continuaram os arremessos de objectos para dentro do campo, comprovando que não estavam reunidas as condições de segurança necessárias. As forças de segurança são responsáveis pela segurança do terreno de jogo, mas é o árbitro quem decide sobre o estado anímico dos jogadores, tal como aconteceu recentemente no jogo da Serie A italiana entre Udinese e Roma em abril de 2024, quando o árbitro decidiu suspender definitivamente a partida após um defesa da Roma desmaiar em campo aos 70 minutos de jogo, entendendo que os jogadores não estavam emocionalmente aptos a continuar. Permitir a continuação da partida trouxe um enorme prejuízo desportivo ao Estoril e à competição, representando um sinal errado de que atos de violência podem ser tolerados em campo.

O Estoril Praia está a tomar medidas legais para que seja feita justiça pela defesa dos seus atletas, dos seus elementos, e também pelo melhor interesse do futebol profissional português. A capacidade de decisão e reação de todos os envolvidos nas competições profissionais tem de ser implacável.

Acima de tudo, o Estoril Praia procura justiça e a defesa do Futebol Profissional em Portugal. O episódio gravíssimo que ocorreu em Chaves é consequência da falta de sensibilidade e de força para serem tomadas as melhores decisões em defesa do espetáculo e da verdade desportiva.

Gostaríamos de agradecer a todos aqueles que demonstraram solidariedade e palavras de apreço para com o Estoril e os nossos jogadores neste momento difícil, não só para nós, mas para todo o futebol português».