Estatuto de Otamendi, (sem) margem de erro e reação positiva: tudo o que disse Bruno Lage

FUTEBOL26.10.202414:18

Treinador do Benfica fez o lançamento do jogo com o Rio Ave e voltou a abordar exibição menos conseguida diante do Feyenoord, da Liga dos Campeões

- Naquele que será o regresso do Benfica aos jogos do campeonato como antecipa o jogo com o Rio Ave? Bah está disponível?

- Temos de reagir e fazer um grande jogo. Essa é a nossa determinação. Senti muita energia no treino estamos convictos que vamos fazer um grande jogo. É um adversário difícil, que já jogou com o FC Porto, com o Sporting, com o SC Braga, sempre com boas prestações. Joga numa linha de cinco, muito compactos, temos de encontrar o caminho do golo, e tem uma dinâmica interessante em termos ofensivos. Sobre o Bah, sim, está disponível.

- Haverá alterações em relação ao jogo com o Feyenoord, nomeadamente Otamendi? Vai sair do onze?

- Não vou individualizar. Não há lugares garantidos, nem lugares em risco. Estamos a falar do Nico [Otamendi], que se trata de um grande jogador com o passado que tem e campeão do mundo. Já venceu, tanto no Benfica como no FC Porto, também já venceu lá fora. Aquilo que toda a gente tem de fazer é trabalhar. É isso que tenho visto. As minhas decisões são em função do rendimento da equipa em termos coletivos de toda a gente e projetar o jogo seguinte. Perguntaram sobre o Nico, mas há várias situações que eu gosto de colocar na resposta para o jogo seguinte. Tenho repetido algumas vezes na equipa e tenho ficado satisfeito com muita gente que tem saltado do banco e ajudar a equipa a ser melhor. Quanto aos centrais, o António [Silva] não saiu por algum erro. Saiu por opção, por sentirmos que o Tomás [Araújo] em determinado jogo nos podia dar uma solução diferente. Resultou... A dinâmica será esta quando se joga de três em três dias. Ninguém tem lugar seguro nem o lugar em risco. É de três em três dias que vamos definido o onze. Se o Nico será titular? Não quero dizer o onze [risos].

- Como sente a equipa psicologicamente? Não teme que a equipa volte a entrar numa espiral negativa?

- A maior crítica é nossa e logo minha. Aquilo que quero a seguir aos jogos é entender o que se passou. Gosto de perceber como se ganha e como é que perdemos. Já transmiti isso aos jogadores. A melhor forma de crescermos é sermos honestos connosco mesmo. Transmitir essa mensagem aos jogadores. Não há tempo para voltar atrás. Vamos olhar para aquilo que temos de fazer amanhã para vencer e voltar a jogar bem. Preparar o jogo, motivar a equipa, com energia e a melhor estratégia, para marcarmos golos e vencer o jogo.

- Após o jogo com o Feyenoord disse que faltou alguma energia à equipa. Isso pode levar a mudanças na equipa em face do calendário carregado?

- Não temos margem de erro nas competições internas. Todos os jogos são importantes. Quando referi a questão da energia era o que via durante o jogo. Posso voltar a tocar nisso: senti que a equipa em termos ofensivos e defensivos correspondeu até sofrer o golo. Aí senti, falámos sobre isso, a equipa tentou fazer coisas à pressa. O nosso adversário a circular com muita gente no espaço interior, a vencer, levava para determinados espaços. Em vez de se manter compacta, a equipa tinha muita gente a correr. Com bola, era manter a tranquilidade, ter a posse e quisemos também fazer tudo à pressa. Esse foi o desgaste que tivemos, de manter a paciência. Sofremos um golo aos dez minutos, temos oitenta para jogar. Falámos isso ao intervalo. Nestes jogos podíamos ter feito o 2-1 aos oitenta minutos. Tínhamos dez minutos para virar. Quando falei em energia era isso. Fazer o que fizemos com Santa Clara e Gil Vicente, tínhamos de manter a tranquilidade suficiente para continuar a jogar em função do que acreditamos e criar oportunidades, que foi o que infelizmente não conseguimos. Não ganhámos três pontos aos seis que temos, agora amanhã é campeonato, senti que novamente a equipa recuperada com enorme determinação para dar uma resposta.

- O treinador do Sporting, Rúben Amorim, disse que tinha mais estabilidade. É uma desvantagem e torna o Sporting mais forte e principal favorito a vencer o campeonato?

- É muito interessante essa questão, mas não vou comentar as palavras do Rúben. Mas, o mais importante para nós é a reação. A equipa apresentar-se determinada a vencer o jogo.

- Já disse que não há intocáveis. É mais difícil retirar Otamendi do onze, tendo em conta o estatuto dele? Pode explicar o que valoriza num central?

- Estamos muito satisfeitos com a prestação dos centrais, porque qualquer um deles pode ter um desempenho muito bom. Individualizar um quando os dois têm de jogar coordenados é um exagero. O mais importante é corresponder. Se olharem para trás, quer aqui, no Wolverhampton ou no Botafogo, nunca olhei para estatutos. Tenho de tomar as decisões que acho mais indicadas a cada momento. Independentemente do estatuto, é o rendimento a cada momento.