«Esta equipa não se pode dar ao luxo de qualquer tipo de vaidades»
Treinador do Portimonense abordou o jogo deste sábado com o Arouca e falou das oscilações de resultados que a sua equipa tem tido; Berto acrescenta qualidade no último terço.
Na antevisão ao jogo com o Arouca, que será «mais uma dura batalha», Paulo Sérgio falou na necessidade do Portimonense ser mais regular nos resultados e exibições e abordou o mercado, que trouxe mais «cinco ou seis jovens com potencial», mas que ainda têm que «crescer». Berto, outro dos reforços já foi lançado no Bessa, frente ao Boavista, e foi «influente no terço ofensivo»
- No Bessa, frente ao Boavista, o Portimonense obteve uma excelente vitória, mas o Arouca também obteve um grande resultado com o Vizela. Vai ser mais uma dura batalha, equilibrada e competitiva?
«De facto, ambas as equipas vêm de grandes resultados, mas isso vale o que vale. Obviamente que são semanas mais agradáveis de se trabalhar, depois de num bom resultado. Mas muda a página e temos aí outra tarefa árdua, porque vamos ter um adversário de muita qualidade, quer no plano individual, como no coletivo, e sabemos que que vai ser difícil e duro, porque vamos defrontar um adversário de muito valor. Temos que nos focar em nós, sermos iguais a nós próprios, no nosso melhor, obviamente. E é trabalhar muito, só assim se conseguem os três pontos numa liga que está muito equilibrada naquilo que à luta da manutenção diz respeito, está tudo muito embrulhado e todos os pontos são fundamentais para podermos fazer a caminhada da forma mais leve possível.»
- Tivemos, provavelmente, o pior Portimonense no jogo anterior, em casa com o Gil Vicente, e talvez o melhor Portimonense da temporada neste último jogo. Como é que se justificam estes extremos?
«Acho que fundamentalmente com concentração, foco e atitude. Por vezes, a imaturidade da equipa leva a estas performances tão desencontradas, digamos assim e esse crescimento, essa maturidade, não acontece num estalar de dedos. Parece que, por vezes, quando as coisas correm bem, que há uma tendência para algum relaxe, digamos assim. E, debaixo de pressão, a equipa reage com caráter e com atitude. Falamos sobre isso durante a semana, não se pode fazer um resultado bom, um resultado mau, porque anda-se sempre ali em zona vermelha. Todos os jogos são muito difíceis e nós sabemos daquilo que é o nosso potencial e que é o potencial dos adversários. E esta equipa não se pode dar ao luxo de qualquer tipo de relaxe ou vaidades, tem que trabalhar do primeiro ao último minuto para conseguir os resultados que nós pretendemos. É com esse foco e com esse objetivo que uma vez mais preparámos as coisas para podermos sair a campo e quando algum dia tivermos que ter um resultado que não nos agrade, que não seja por falta de dar tudo o que temos para dar, mas sim que seja por mérito do adversário. E quando assim é, temos que dar os parabéns e seguir em frente. O que não pode acontecer é o que aconteceu com o Gil Vicente, em que não estivemos no campo - para não dizer mais… - em que não competimos, em que não fomos humildes, em que desistimos, deixamos cair os braços e, de facto, foi provavelmente a pior das performances desde que cá estou. Também vamos ter um fim de semana com dificuldades por alguns atletas que não estão disponíveis, mas os que vão a campo é isto que lhes é exigido, darem tudo o que têm dentro daquilo que é a nossa organização e as nossas potencialidades. Quando assim é, nada mais lhes é exigido. Quando nós não damos tudo o que temos dentro de nós, isso é motivo de grande desagrado.»
- Em contrapartida, poderá haver também mais soluções com os reforços que que, entretanto, chegaram…
«Perdemos o Dener e o Hélio (Varela) por castigo e continuamos sem o Alemão e sem o (Paulo) Estrela. Para um grupo com estas características são, de facto, muitas baixas. Mas vamos à procura, como já disse, daqueles que saírem a campo defenderem o nosso emblema e aquilo que são as nossas ideias, e irem competir. Nós não somos um clube que aposta em jogadores prontos, basta ver as idades daqueles que integraram o grupo. Mais uma vez vai ser gente para crescer, uns estarão mais prontos que outros, neste momento. Mas o projeto e a visão da administração vai sempre por esse caminho portanto, desengane-se quem pensar que nós fomos buscar algum craque que chega aqui e vem resolver algo de um dia para o outro. Eu não gosto de andar a enganar ninguém, nunca o fiz, temos aqui mais um cinco ou seis jovens que têm o seu potencial, que vamos procurar desenvolvê-lo e com o tempo, mostrar-lhes o que é a competição, e para os ter mais prontos possíveis, como fizemos com tantos outros, e que possam realmente tornar-se num curto espaço de tempo, mais-valias para o grupo.»
- No Bessa foi lançado um ‘menos jovem’, o Berto, e com bons resultados…
«Sim, na semana passada o Berto ajudou-nos a decidir melhor no terço ofensivo, foi muito influente naquilo que fizemos no Bessa. O Berto também não tem a preparação dele no ponto ótimo, acho que tem muito mais para dar e para andar, porque veio de uma pausa das férias do campeonato onde ele estava e teve uma pausa prolongada, até que começou a treinar connosco. Temos expectativas que ele continue a acrescentar essa melhor capacidade de decisão no terço ofensivo e que e que melhore com o tempo, porque acredito que ele tem muito mais para dar, do que o que já nos deu, com as suas qualidades técnicas e táticas. Acho que já vimos um pouquinho daquilo que acreditamos nele, mas o andamento e a capacidade de durar ao melhor nível mais tempo, vai também precisar do seu tempo, porque a pausa que ele teve foi larga.»