Espanha-Itália: um verdadeiro clássico é cabeça de cartaz do 'grupo da morte'
Espanha e Itália já se enfrentaram 18 vezes (IMAGO)

Antevisão Espanha-Itália: um verdadeiro clássico é cabeça de cartaz do 'grupo da morte'

Campeonatos do Mundo e da Europa não faltam de parte a parte. A cultura está lá, resta saber se o futebol também

É, possivelmente, o grande jogo desta fase de grupos. Esta quinta-feira, em luta pela liderança do grupo B, encontram-se Espanha e Itália, duas das maiores seleções do Mundo do futebol.

Espanha e Itália, frente a frente

Cinco campeonatos do Mundo, outros tantos Europeus. É preciso tratar-se de um confronto de titãs quando, em vez de se comparar resultados, a comparação feita é... em títulos. Neste capítulo, a Itália, com quatro Mundiais e dois Europeus, bate a Espanha, três vezes campeã da Europa, mas só uma vez do planeta, em 2010.

É o 19.º jogo entre espanhóis e italianos e os resultados dificilmente podiam ser mais equilibrados. Cinco vitórias para Espanha, quatro para Itália e nove empates entre ambos. Símbolo de uma rivalidade internacional que começou em 1934 e que, também no Euro, tem muita história. Em 2021, a squadra azzurra venceu nas meias-finais para alcançar a final e, depois, o troféu. Em 2016, a vitória valeu passagem aos quartos de final. No entanto, nas duas edições anteriores, foi la furia roja que se fez sentir: em 2008, uma vitória nos penáltis abriu caminho espanhol até às meias-finais. Em 2012, não houve dúvidas: na final do Euro, goleada por 4-0.

Goleada sobre Itália deu o Euro 2012 à Espanha (IMAGO)

Espanha

Os jogadores mudam, a filosofia, nem tanto. A posse de bola continua a ser o prato principal na mesa espanhola, com o 4x3x3 a ser a principal tática de Luis de la Fuente. Este tiki-taka, porém, não dispensa alguma verticalidade: os médios têm mais dinâmica, sobretudo com bola, os laterais fazem o corredor, sobretudo, por fora e, nas alas, Lamine Yamal e Nico Williams são letais armas de um para um, no apoio ao matador Álvaro Morata.

Onze provável: Unai Simón; Carvajal, Le Normand, Nacho e Cucurella; Rodri, Pedri e Fabián Ruiz; Yamal, Morata e Nico Williams.

A figura: Rodri

Para toda esta máquina funcionar, há que haver equilíbrio. Além daquilo que dá sem bola, porém, é uma mais-valia com ela também. Distribui, temporiza, é forte no jogo aéreo e, na aproximação à área, pode sempre fazer golo. Um verdadeiro diferenciado.

O que disse Luis de la Fuente:

Luis de la Fuente, selecionador da Espanha (IMAGO)

«Em todos os momentos, podemos melhorar. Tentamos ser superiores aos adversários a vários níveis. A nossa essência é controlar a bola, mas o futebol está a mudar para as transições rápidas. Interpretamos os sistemas e queremos criar um que nos ajude a vencer. Temos de melhorar porque os adversários assim o exigem. Sabemos aquilo que Portugal, França, Alemanha, Itália ou Inglaterra podem fazer.»

Itália

Se a mentalidade espanhola não mudou, tal não se pode dizer da italiana. No meio está a virtude desta equipa que, com Jorginho, Frattesi e Barella, montam ataque e asseguram o equilíbrio. A dualidade de Scamacca, mais fixo e possante, com Chiesa, ágil, móvel e imprevisível, dá perigo constante a esta dupla, com Pellegrini, do lado contrário ao do extremo da Juventus, a assumir papel mais criativo.

Onze inicial: Donnarumma; Di Lorenzo, Calafiori, Bastoni e Dimarco; Jorginho, Barella e Frattesi; Pellegrini, Chiesa e Scamacca

A figura: Barella

Jogador polivalente, está em todo o lado. Sozinho, tem pulmão por uma equipa inteira. No meio-campo, joga mais à frente, mais atrás, mais à esquerda ou mais na direita. Ganha divididas, sabe soltar a bola e é perigoso no remate. É um faz-tudo dos melhores - um faz tudo bem feito.

O que disse Luciano Spalletti:

Luciano Spalletti, treinador de Itália (IMAGO)

«Às vezes, vamos atacar, outras vezes, vamos ser obrigados a defender, mas a ideia será sempre jogar futebol. A escola da Espanha é conhecida porque mantiveram sempre a mesma filosofia de jogo. Queremos testar-nos contra as melhores equipas, como a Espanha, e ver como estamos em nível de performance. Tentamos jogar de forma positiva e manter a posse. Acredito que se dermos a bola, as coisas não vão correr bem. Vamos ver se conseguimos fazer o que queremos.»

O pontapé de saída dá-se pelas 21 horas locais, menos uma em Portugal Continental, na Arena auf Schalke, em Gelsenkirchen.