Entrevista A BOLA: Patrocinador da Taça da Liga diz estar focado em... Portugal
José Francisco Neves, membro do comité executivo da Allianz, deixa tudo em aberto relativamente à parceria com a Liga Portugal para o futuro da Taça da Liga. (Foto: MIGUEL NUNES/ASF)

Allianz Cup Entrevista A BOLA: Patrocinador da Taça da Liga diz estar focado em... Portugal

NACIONAL27.01.202408:30

José Francisco Neves, membro executivo da Allianz Cup, prefere não abordar cenários hipotéticos sobre o futuro da Taça da Liga, que pode passar pelo estrangeiro. Em entrevista exclusiva a A BOLA, destaca os proveitos da parceria que, em termos de naming sponsor, já vai no sexto ano consecutivo, e reafirma que a ligação ao futebol tem sido muito importante para a marca. Nova ligação à FPF, através do futebol feminino, ou protocolo para naming de estádios portugueses não estão fora de hipótese

Há seis anos que a Allianz é o principal sponsor da Taça da Liga. Como surgiu esta parceria com a Liga Portugal?

- Nós já pertencíamos a este mundo da Taça da Liga desde o início, mas nunca como naming sponsor. Sermos naming sponsor era para nós muito importante, uma vez que estávamos a colocar o nome numa competição tão importante e que estava a reestruturar-se. Foi isso que aconteceu, tivemos uma conversa com a Liga e decidimos avançar com esta parceria. Um dos nossos principais objetivos é estarmos onde os portugueses estão, os portugueses estão com o futebol e ser naming sponsor de uma prova destas foi ótimo e foi uma decisão muito rápida.

Esse interesse que esteve na génese dessa parceira potenciou-se também com o desenvolvimento da Taça da Liga. Sentem que foi um processo em crescendo?

- Isso também faz parte da nossa relação ‘win/win’ com a Liga. Eu quero acreditar que nós também ajudamos a competição a ficar melhor. A marca Allianz é uma marca internacional, muito credível e que também estou no futebol noutras localizações geográficas e tudo isso traz credibilidade à competição. E depois também a ligação ao adepto, algo que é claramente diferente relativamente às outras competições. Esta Fan Zone, esta semana de ‘final four’ onde se fala realmente de futebol é uma relação ‘win/win’. Estou muito convicto que o crescimento da competição tem muito que ver com esta vontade que a Liga trouxe de mudar a competição e pelo facto de sermos uma marca tremendamente conhecida. Foi uma conjugação de fatores extremamente importante.

Responsável destaca o crescimento conjunto da Allianz e da Liga Portugal através da Taça da Liga. (Foto: MIGUEL NUNES/ASF)

Esta é a sexta edição da Taça da Liga com o nome de Allianz Cup. Que balanço faz?

- Lembro-me muito bem do primeiro ano. Era uma competição que vinha com alguns problemas do passado e sempre pensamos que a primeira forma de a rentabilizar era ter um naming sponsor durante muitos anos. Foi isso que conseguimos fazer, não só com o nosso mérito, como também com o mérito da Liga e também da Olivesdesportos, que foi sempre um intermediário entre estas duas instituições. Eu diria que esta competição tem vindo em crescendo. Tivemos finais fantásticas, vamos ter, certamente, mais uma final fantástica amanhã [hoje], mas tem sido uma prova que tem vindo em crescendo e não só pelo futebol que se tem praticado. Não falo só dos clubes contendores, dos jogos realizados ou das audiências televisivas que, provavelmente, não teríamos em nenhuma outra competição. Aliás, a ‘final four’ da Taça da Liga foi praticamente a única prova que houve no mundo durante a pandemia. Estes seis anos foram tão impactantes que, porventura, quem se tentar lembrar das edições anteriores a estes seis anos não se vai lembrar. Tem sido um percurso fantástico. 

Que pujança é que esta competição tem trazido noutras áreas para a Allianz, tanto em Portugal como no estrangeiro?

- Esta competição faz com que os nossos colegas, internamente, se sintam tão orgulhosos também. Comercialmente, apostamos muito na notoriedade. A marca Allianz não está em Portugal assim há tantos anos, lidamos no mercado com marcas muito importantes na realidade portuguesa, e esta proximidade que nós queremos que a marca tenha a Portugal é muito importante porque depois tem, obviamente, repercussões a nível comercial.

Troféu esteve, literalmente, no centro da entrevista de José Francisco Neves a A BOLA. (Foto: MIGUEL NUNES/ASF)

Está projetado que Leiria não volte a ser o local escolhido para a ´final four’. Tem estado na ordem do dia a possibilidade de, no futuro, a Taça da Liga ser disputada no estrangeiro. Caso isto se confirme, e independentemente do país ou até do continente para onde a competição possa ir, a Allianz vai continuar a ser parceira desta competição?

- O futebol é para nós o principal meio que utilizamos para aumentar a notoriedade da nossa marca. Queremos que os portugueses nos conheçam, se identifiquem com os nossos valores e que nos escolham no momento de comprar o seu seguro. É importante que sejamos cada vez mais reconhecidos como uma marca global, mas ao mesmo tempo como uma seguradora que opera em Portugal, com colaboradores portugueses e para clientes portugueses. Dessa forma apostamos em 2024 numa comunicação com o objetivo específico de nos ligar aos consumidores… portugueses. A Allianz Cup ajudou-nos nesse caminho da portugalidade e por isso foi tão importante estarmos em Braga e em Leiria. A Taça da Liga no estrangeiro será sempre um momento importante para a divulgação do futebol português, mas um desafio para a Allianz Portugal.

Ponderariam lançar o repto à FPF para uma parceria para uma eventual Taça Federação?

- É uma pergunta que eu não lhe sei responder. Da mesma forma que as marcas estão aqui para apoiar, mas que quem faz o sucesso são os artistas que estão dentro das quatro linhas, eu também tenho uma fronteira muito clara. Nós trabalhamos e discutimos ideias com pessoas do futebol, mas nós sabemos de seguros. As pessoas do futebol, que sabem de futebol, vêm ter connosco e fazem as suas propostas se acharem interessante. Nós não fazemos isso de irmos ter com a Liga ou com a FPF e dizermos que tivemos uma ideia. Nós apoiamos as ideias e discutimo-las. Tal como acontece, lá está, com esta Allianz Cup. Cujo responsável é a Liga Portugal. 

Membro do comité executivo da Allianz diz que a marca está sempre aberta a discutir projetos no futebol. (Foto: MIGUEL NUNES/ASF)

A Allianz teve, no passado, uma ligação ao campeonato feminino português. Qual a razão para que essa parceria não tenha continuado?

- A ligação que nós fizemos ao futebol feminino é uma das parcerias que eu mais me orgulho de poder ter participado. A mim, enquanto responsável, mas também à Allianz. Fomos a primeira marca que, em conjunto com a FPF, relançou o futebol feminino. Muito antes da Liga BPI houve a Liga Allianz. Aconteceu não continuarmos, é a dinâmica, faz parte. Mas não excluo a hipótese de voltarmos a ter uma parceria no âmbito do futebol feminino. Sentimos um orgulho enorme nesse caminho. Não houve nenhum litígio e saímos da ligação com a FPF da mesma forma como entrámos, ou seja, muito bem. A porta continua aberta.

Haverá possibilidade de, no futuro, a marca ponderar uma ligação com um clube português?

- Nós estamos presentes em bastantes estádios por esse mundo fora. Existe uma estratégia do grupo Allianz de presença em estádios com o nome da nossa marca. Em Portugal não terei nenhuma novidade para lhe dar, mas as hipóteses de a Allianz se poder ligar a estádios existem no mundo Allianz. Em Portugal não tenho nenhuma novidade para lhe dar, repito.