Em dia de 70.º aniversário, o que estava Jorge Jesus a fazer em cada final de década na carreira?
De jogador da segunda divisão a treinador recordista, um olhar à passagem do tempo de um dos mais icónicos treinadores portugueses
Hoje é dia de aniversário. Esta quarta-feira, marca o 70.º aniversário de Jorge Jesus, uma carreira tão marcada pelos troféus e conquistas quanto pela irreverência que mostrou antes, durante e depois dos jogos.
20 anos, entre empréstimos
No dia em que fez 20 anos, Jorge Jesus estava entre empréstimos. O futebolista acabou por ser cedido ao Olhanense, depois de uma época no Peniche, e fez a época mais goleadora da sua carreira, com cinco golos apontados em 29 jogos no campeonato português. Infelizmente, os 17 pontos conquistados não foram suficientes para evitar o penúltimo lugar e, consequentemente, a despromoção dos algarvios. Individualmente foi uma temporada de afirmação e, no ano seguinte, apontou um golo em 12 jogos pelo Sporting.
30 anos, na 2.ª divisão
Com 30 anos, Jorge Jesus tinha terminado uma temporada absolutamente alucinante no campeonato português. Jesus realizou 24 partidas pelo Farense, que terminou com 21 pontos, os mesmos que Salgueiros, Penafiel e Estoril mas, ao contrário dos canarinhos, que desceram, e dos penafidelenses, que recorreram à liguilha de despromoção para conseguirem a manutenção, os algarvios garantiram a permanência. Jesus, porém, não: rumou ao Estrela da Amadora, que militava na segunda divisão e onde começou a carreira de formação.
40 anos, treinador do Felgueiras
Aos 40 anos, Jorge Jesus entrava na primeira época completa da segunda experiência enquanto treinador. O agora técnico, que já tinha passado pelo Amora, chegou ao Felgueiras a meio da temporada 93/94 e por lá ficou até 97/98. A temporada de 1994/95 foi um sucesso: o Felgueiras ficou em terceiro lugar e conseguiu a promoção para o campeonato nacional.
50 anos, sem clube
Depois de levar o V. Guimarães ao 14.º lugar em 2003/04, Jorge Jesus deixou o comando técnico dos vimaranenses, estando quase um ano sem treinar. Voltou em abril de 2005, para treinar o Moreirense, que só comandou em sete partidas.
60 anos… de campeão
10 anos volvidos, a vida do treinador Jorge Jesus já havia dado muitas voltas. Depois de alcançar uma final da Taça de Portugal no Belenenses e uma Taça Intertoto com o SC Braga, foi escolhido, em 2009, para treinar o Benfica, decisão que teve efeitos imediatos. Foi campeão no primeiro ano ao serviço das águias, mas os três anos que se seguiram foram dominados pelo FC Porto.
Depois de, em 2013, perder o campeonato na penúltima jornada, a Taça de Portugal e a Liga Europa, ambas nas finais, o ano seguinte foi de sucesso quase total: apesar de mais uma queda na decisão da segunda competição europeia, agora nos penáltis com o Sevilha, o Benfica de JJ venceu Liga, Taça e Taça da Liga. No ano de 2014/15, faria o bicampeonato, antes de se mudar para… o Sporting.
70 anos: regresso desapontante e recordes lá fora
Nos últimos 10 anos, a carreira de Jorge Jesus tomou outro tipo de rumos. Na temporada que agora terminou, o técnico bateu o recorde de vitórias consecutivas na história do futebol, ao comando do Al Hilal, campeão saudita de forma invicta. Antes, já havia estado no clube, em 2018, mas saiu a meio da temporada, reforçando o Flamengo no início de 2019. No Brasil, foi campeão, conquistou a Taça Libertadores e foi aclamado como um dos melhores treinadores da história recente do emblema rubronegro.
Entre estas passagens, há ainda um regresso ao Benfica, de má memória e que terminou na segunda temporada, e uma época no Fenerbahçe, em que conquistou a Taça da Turquia.
Aos 70 anos, Jorge Jesus é e, ao que tudo indica, continuará a ser treinador do Al Hilal, com quem renovou no final da temporada passada.