Duarte Gomes analisa arbitragem do Sporting-Atalanta
Disciplinarmente com várias falhas
Alejandro Hernández Hernández dirigiu o Sporting CP / Atalanta de ontem. O seu compatriota Guillermo Cuadra desempenhou a função de VAR.
O internacional espanhol, de 40 anos, natural de Lanzarote (Ilhas Canárias), ascendeu à primeira categoria em 2012. Dois anos depois foi promovido à FIFA. Tem solidificado a sua carreira além-fronteiras na qualidade de vídeo árbitro, função que exerce com frequência nos últimos tempos.
Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
3' Fora de jogo bem assinalado a Paulinho, após remate de Nuno Santos. O árbitro deixou que o jogo continuasse, porque o guarda-redes italiano ficou de posse de bola. Fez bem.
20' Vantagem bem aplicada pelo espanhol, permitindo que o ataque da Atalanta seguisse para a frente, na direção de Éderson.
33' Golo de Scalvini, a finalizar jogada de ataque legal da equipa Atalanta.
35' Pedro Gonçalves atingiu, com a sola da bota, o pé esquerdo de Éderson, em infração negligente que devia ter sido sancionada com o primeiro cartão amarelo da partida. O árbitro espanhol entendeu não o fazer, porventura por ter sido a primeira falta "acima" até então.
43' Segundo golo legal da equipa italiana, marcado por Ruggeri. O avançado italiano partiu de trás, em posição legal. Esteve bem o árbitro assistente ao validar o lance.
Nota - A primeira parte teve apenas sete faltas (assinaladas). Mérito até então de Hernández, que permitiu que o jogo fluisse, interrompendo-o apenas quando a situação o exigia.
48' Matheus Reis protestou, sem razão, com o árbitro espanhol. O lateral usou o ombro e o braço direito, de forma ostensiva, para cometer falta em zona atacante. Valeu-lhe a sensatez de Hernández, para compreender a sua frustração momentânea sem recorrer ao cartão.
51' Djimsiti fez uma "tesoura" às pernas de Marcus Edwards, cometendo infração claramente negligente, em zona perigosa para a sua baliza. Viu com justiça o cartão amarelo.
60' Tolói derrubou Geni de forma manifestamente antidesportiva e foi bem advertido pelo árbitro da partida.
61' Geni chocou com De Roon (cara com cara), sem que nenhum dos dois cometesse infração.
62' Pela segunda vez em poucos minutos, Scamacca rematou à baliza do Sporting depois do jogo estar interrompido. Desta vez fê-lo claramente mais tarde (foi assinalado fora de jogo) e devia ter visto o cartão amarelo.
68' Gonçalo Inácio ainda pediu falta para penálti, mas sem razão: o central tinha os braços no corpo de Scamacca na mesma medida que o adversário tinha no seu, em contacto normal para a marcação mútua.
74' Excelente intervenção do VAR a recomendar ao colega de campo que assinalasse pontapé de penálti para o Sporting: o remate de Diomande foi desviado pela mão direita de Scalvini, que estava totalmente fora do corpo, em zona desnecessária, beneficiando do desvio irregular. O cartão amarelo, se não foi por protestos, não devia ter sido mostrado naquela circunstância.
83' Erro quase inaceitável a este nível: Tolói fez falta muito visível, agarrando Gyokeres pelo pescoço de forma continuada e claramente antidesportiva. A infração mpediu taticamente o sueco de progredir no terreno, com a equipa italiana em desvantagem numérica. Como se não bastasse, Tolói ainda pontapeou a bola para longe. Bastava só um cartão amarelo para ver ali o segundo e ser expulso. Teoricamente podia até ter visto dois nessa jogada. Não viu nenhum. Mal.
84' Pedro Gonçalves queixou-se de falta que não sofreu e após provocação de De Roon (que devia ter sido advertido), puxou-lhe o pé em conduta antidesportiva. Amarelo bem exibido.
90+2' Amarelos bem mostrados a Daniel Bragança (pisão negligente) e, poucos segundos depois, a Scamacca (falta tática/antidesportiva).
O árbitro espanhol devia deixar que os minutos de compensação fossem totalmente esgotados. Não o fez nem na primeira nem na segunda partes.
Nota - 5