Campeão pelo Botafogo em 1995 e jogador do Benfica no ano seguinte, antigo avançado diz a A BOLA ter «comemorado muito esta semana». «Agora espero que o nosso treinador fique por muitos anos», pede
Donizete foi um dos pilares do Botafogo campeão brasileiro de 1995. Ao lado de Túlio Maravilha, goleador daquele Brasileirão, compôs a imparável dupla de ataque de uma equipa que começava em Wagner, eleito melhor guarda-redes do torneio, e tinha Paulo Autuori no banco. No ano seguinte, Autuori foi para o Benfica e levou o Pantera consigo para a Luz. Hoje com 56 anos, a glória botafoguense comemorou as conquistas de Brasileirão e Libertadores até às tantas.
«Título é título e eu comemorei muito esse Brasileirão e a Libertadores, fizemos uma festa maravilhosa», disse Donizete a A BOLA. Mas, segundo ele, a conquista de há 29 anos foi mais difícil: «Em 1995 conseguimos o título com uma equipa parecida com a atual mas a conquista foi ainda mais difícil, tivemos concorrência mais pesada e menos apoios do que os jogadores de hoje, que têm estádio, que têm salário em dia, que têm tecnologia e profissionalismo ao seu serviço, nós não tínhamos nada disso mas unimo-nos e, com sacrifício, vencemos».
Treinador construiu máquina com peças novas. E, ao contrário do que é tradição no Botafogo, mostrou firmeza mental nas horas decisivas. Profissionalização do clube ajudou
Um dos responsáveis pela conquista é o treinador, dizem todos os observadores e diz também Donizete, em particular. «Artur Jorge veio abençoar o futebol brasileiro com o seu talento, com a sua forma de trabalhar, mostrou em muitas partidas que sabe muito, que entende de futebol», assinala o antigo atacante. «E, assim, está, juntamente com a sua equipa técnica, revolucionando o nosso futebol com o seu trabalho, só espero agora que ele seja mantido no cargo por muitos anos...»
Voltando a 1995, aquele título levou à contratação de Donizete (e do médio Jamir) pelo Benfica, então com Autuori ao leme, primeiro nos gabinetes, como diretor desportivo, e depois já no banco, como treinador principal. «Sim, em 1995 fomos campeões e em 1996 fui para o Benfica, a minha passagem por Portugal não foi muito boa por causa do pouco tempo e porque tive problemas já que estava muito envolvido com a seleção brasileira naquele período, o que dificultou muito a minha afirmação no clube...».
«Mas eu gostei muito da experiência», diz o jogador que ainda marcou sete golos em 16 jogos pelos encarnados na Primeira Divisão de 1996/97 e jogou nove vezes, com dois golos marcados, pelos canarinhos, de 1995 a 1998. «O Benfica é um clube maravilhoso, enorme, fiquei muito feliz de ter vestido aquela camisola e de todos os amigos que deixei», lembra. E agora deixa um desejo: «Gostaria muito de voltar a Lisboa e de assistir a um jogo já nesse novo Estádio da Luz.»