Dois Benficas em Toulouse
David Neres frente ao Toulouse. Foto: IMAGO/HMB-Media
Foto: IMAGO

O MISTER DE A BOLA Dois Benficas em Toulouse

NACIONAL23.02.202418:05

João Alves, treinador e antigo médio do Benfica, analisa o empate das águias frente ao Toulouse

João Alves quando treinava os juniores do Benfica. Foto: ASF/MIGUEL NUNES

Duas partes distintas

O Benfica teve, na primeira parte, três situações de golos em que, se alguma delas tivesse entrado, o jogo ter-se-ia alterado. Na primeira parte deu lamirés de Benfica. Houve ali momentos em que realmente se viu algo de Benfica, e podiam ter chegado ao final da primeira parte em vantagem no marcador. Um golo numa dessas ocasiões poderia ter sido importante para o resto do jogo. Na segunda parte, sem justificação aparente, houve duas substituições… só o treinador é que saberá o porquê das substituições, mas os jogadores pareciam estar em condições, não havia motivos para mexer na equipa, as coisas estavam a correr de feição até àquele momento. Com as trocas, o Benfica piorou. Mais, o Toulouse na 2ª parte foi bem melhor, e o resultado acabou por ser injusto na segunda parte par aos franceses.

‘Too loose’ para ser verdade, Herr Schmidt

23 fevereiro 2024, 09:00

‘Too loose’ para ser verdade, Herr Schmidt

Roger Schmidt está a sentir dificuldades em perceber aquilo que é mérito seu e demérito dos outros, e em Toulouse contribuiu também ele para o desnorte da equipa

Valeu Trubin e falta de pontaria

O Trubin e a má pontaria dos franceses permitiram que o jogo fosse até ao fim com o resultado em branco, resultando na qualificação do Benfica. Houve ali um momento do jogo – há quem possa até considerar que foi um milagre – em que o Toulouse cria duas chances seguidas contra o Benfica que não entraram: numa delas, o Benfica foi muito feliz, aos 65 minutos teve muita sorte. Benfica qualificou-se com uma grande estrelinha.

Di María a defender?

O Benfica foi completamente ultrapassado pelo Toulouse. O lado esquerdo do Benfica esteve constantemente – especialmente na segunda parte – muito vulnerável, o Toulouse carrilou por aquele lado e provocou muitos danos. O meio-campo não foi capaz de aguentar o adversário, foi sempre ultrapassado pelo meio-campo do Toulouse, com a exceção do miúdo João Neves. Uma nota positiva, fiquei admirado com Di María, esteve muito fora do que é o seu registo habitual e que tem a ver com as suas características: também defende, e entregou-se ao trabalho em termos coletivos. Causou-me admiração a maneira como vi o Di María mais em processo defensivo do que em situações ofensivas.

As dúvidas de Schmidt

Apraz-me dizer que Schmidt vai dormir muito mal nos próximos dias, com tantas dúvidas que o próprio também vai criando, porque o Benfica da primeira parte foi muito diferente do da segunda. A ideia que dá é que o próprio treinador ainda anda à procura das soluções para que a equipa seja mais competitiva e segura: e não se pode é dizer que não há jogadores, há muitos e, às vezes, quanto mais jogadores um treinador tem mais duvidas há.