Sintrense-FC Porto, 0-3 Do mimo de Fábio Vieira, o momento de Djaló: tudo o que disse Vítor Bruno
Declarações do treinador do FC Porto na conferência de imprensa após a vitória sobre o Sintrense, na 3.ª eliminatória da Taça de Portugal
Uma análise à partida.
Foi um jogo bem conseguido, a equipa foi muito séria e honesta. A vitória não oferece contestação, podia ter sido por outros números, frente a uma equipa que está a fazer um bom trajeto, com mérito para o treinador do Sintrense e os seus jogadores. A nossa equipa cumpriu na íntegra com o desafio que lhes foi lançado. Pedi no balneário que os jogadores que têm estado a jogar mais, dessem tudo para ajudar os que não têm tido tantos minutos. E nunca é fácil mesclar tantos jogadores que não têm jogado tanto tempo, com alguns que têm estado permanentemente no onze. Isso é o que me dá mais alento. Claro que não preciso desta resposta para tomar decisões, porque sei o que eles dão diariamente, mas foi um sinal forte. Depois compete-me decidir, mas começa a criar-me mais dificuldades porque estão num nível muito próximo. Quem ganha é o FC Porto.
Fábio Vieira ficou a queixar-se e a pedir a substituição, mas no banco mandaram-no levantar. O que aconteceu?
«Ele [Fábio Vieira] precisava de mimo naquela altura. Mas faz-lhe bem competir. Agora fora de brincadeiras. Antes o Fábio teve um lance em que ficou no relvado e pediu ao doutor para ir, mas levantou-se. Às vezes os jogadores precisam de um amparo. Fábio tem muito de genial, está cada vez mais com o compromisso que tem de ter quando não tem bola. E falo Fábio, do [Iván] Jaime, do [Rodrigo] Mora, do Gonçalo Borges, do Fran Navarro… Gente que pisa zonas mais adiantadas, mas que no momento de correr para trás eles têm de dar ao chinelo. Porque eles sabem que comigo, para quem não der ao chinelo fica muito difícil. Quanto ao Fábio, quisemos que ele se segurasse mais um pouco, porque lhe falta tempo de competição e queríamos que tivesse o maior número de minutos possível. Claro que quando percebemos que era inviável ele continuar, não íamos comprometer a saúde do jogador.
Tiago Djaló esteve bem para agarrar o lugar?
Não há jogos que garantam a titularidade, tem de se provar diariamente, com compromisso e trabalho. E depois cabe-me a mim decidir. Há várias duplas que podem casar, dependendo também do perfil dos avançados que defrontamos. O Tiago tem feito o seu caminho, teve um momento complicado e foi bom ter marcado um golo, porque tinha aqui muita gente que o amparou nessa altura. E não foi só pelo golo. Ele tem qualidade, como têm os outros. E isso é uma boa dor de cabeça porque sei aquilo que cada um pode dar.
Como viveu a sua estreia como treinador principal na Taça de Portugal?
A minha estreia era pouco importante. Só era importante não ser igual à da Liga Europa [derrota com o Bodo/Glimt].
Como está a situação do Wendell?
O Wendell teve um contacto cabeça com cabeça. Tentámos que se mantivesse em campo mais tempo porque não tem jogado tanto. Ele não estava capaz de continuar, sentia tonturas. Mas no final do jogo já não tinha tantos sintomas. Se for necessário fazer mais exames quando chegarmos ao Porto, faremos.
Apostou em jogadores com perfis diferentes nos dois flancos. O que pretendia?
Não jogamos sozinhos, precisamos do par para dançar. E temos de ver se encaixamos bem com alguém de determinado perfil. Quisemos ter gente que garantisse largura, outros com um contra um forte, gente metida por dentro em níveis diferentes… A ideia era ter gente com características diferentes no campo. Mas não há jogos iguais e todos os adversários nos levam para níveis de dificuldade elevados. Acho que só uma equipa da Liga ganhou de forma folgada, que foi o Arouca. Toda a gente trabalha bem e quer crescer na carreira. Por isso tivemos de estar num nível de rendimento alto, com nuances diferentes que nos podem ser úteis no futuro.