Do grande Manu Silva à lição cruel para um Benfica campeão: tudo o que disse Bruno Lage

O Benfica joga com o Casa Pia este sábado e Bruno Lage avisa que não quer distrações com a UEFA Champions League. Para o treinador das águias só o campeonato importa

Que antevisão faz do jogo com o Casa Pia, um adversário que não perder há seis jogos?

Sim, realmente o nosso adversário está a fazer uma campanha muito boa, por isso o nosso foco tem de ser total no próximo jogo. É fundamental que estejamos todos com energia, a 100 por cento, porque realmente vai ser um jogo difícil. É uma equipa competente, que joga com uma linha de cinco, mas uma linha de cinco ofensiva, com os dois laterais projetados e muita velocidade nos corredores. Os três homens da frente com dinâmica, com um bom ataque à profundidade. Trata-se de um adversário muito difícil, mas nós, olhando para aquilo que fizemos no último jogo, sentimos que a equipa está cada vez mais próxima das ideias que eu pretendo e de uma mentalidade ofensiva. Estamos prontos e determinados para fazer um grande jogo.

Nesta semana recebeu um reforço, o Manu Silva. Está pronto para jogar? O que é que ele pode oferecer de diferente à equipa?

Ele está pronto para jogar e é uma grande contratação. Até vou confessar: foi a oportunidade e foi um nome proposto pelo presidente. Quando ele falou no nome, eu não o larguei mais enquanto ele não conseguisse trazer o Manu. O Benfica fez um trabalho fantástico a convencer um grande jogador e benfiquista, é com estes jogadores - além de ser português -, que a equipa pode crescer e evoluir. É mais uma solução para o meio-campo. Pode dar-nos uma solução como defesa-central, pode dar-nos como 6, porque como 6 de raiz só tínhamos o Florentino. Vai ser muito interessante perceber como é que os dois vão crescer e evoluir. Também pode dar-nos soluções como 8. Tem capacidade de construção, tem qualidade de passe. É um grande jogador, uma grande contratação. Foi um trabalho muito bom do Benfica em trazer um jovem português e benfiquista para junto de nós.

Como é que está a equipa, depois de toda a polémica do jogo contra o Barcelona?

Nós olhámos para o jogo para valorizar aquilo que fizemos e aquilo que temos feito. O nosso objetivo, e foi uma das minhas intervenções junto ao relvado, é levantar a cabeça após esta lição cruel. Por isso, é seguir já em frente, valorizar muito aquilo que fizemos no último jogo, valorizar muito aquilo que temos feito e amanhã apresentarmo-nos na máxima força perante o nosso adversário.

O Pavlidis marcou três golos. O que é que este hat trick pode significar para o internacional grego?

Espero que lhe dê mais confiança. Da nossa parte, sempre teve confiança, não apenas nas palavras aqui, porque fui referindo, e até brinquei, com a celebre frase do Ketchup. Tenho a certeza que o Ketchup ainda não terminou. É um enorme jogador, está apenas à meia época no Benfica, tem muito para dar. E nesta situação do Pavlidis, aproveitar também para falar do Arthur, do Zeki [Amdouni] e do miúdo que já está a trabalhar frequentemente connosco, o Rego. São homens em quem nós acreditamos muito para jogar nas duas posições da frente. Homens com golo, que têm uma enorme confiança da nossa parte, e têm de continuar a trabalhar, para que a cada momento nos consigam ajudar com golos para as vitórias.

Depois do jogo com o Barcelona, há um novo jogo europeu a seguir com a Juventus. Planeia fazer algum tipo de rotação com o Casa Pia, pensando nesse jogo? Há algum problema físico com algum jogador?

Seria um erro estratégico da nossa parte estar a pensar no jogo à frente. O foco total tem de ser no jogo do Casa Pia. É isso que eu quero, foi esse o sentimento que eu passei aos jogadores. Sinto os jogadores completamente focados no jogo do Casa Pia, porque dependemos de nós para vencer o campeonato. Precisamos destes três pontos para vencer o campeonato, por isso o foco total é no jogo do Casa Pia. Amanhã logo decidirei, em função também daquilo que foi o eventual desgaste, o melhor momento de cada um, para escolher o onze certo para fazermos um grande jogo frente ao Casa Pia.

No jogo com o Barcelona, e sabendo que a equipa poderia ter-se apurado, no caso de Di Maria, em vez de ter colocado a bola na área, tivesse passado para trás para o Turbin… O Benfica estaria muito melhor se isso tivesse acontecido, pois o empate teria garantido já o apuramento…

Se eu fizesse isso, os adeptos do Benfica nunca me iam perdoar, os jogadores nunca iam olhar para mim da maneira como olham. Nós fizemos tudo para tentar ganhar o jogo. Se quer colocar a questão no Di Maria, veja o minuto 88. Poderia marcar o golo, era o herói, e já não merecia essa pergunta. Eu não quero falar sobre o jogo, porque acho que é uma falta de respeito minha estar a falar do jogo passado, quando tenho um adversário muito difícil pela frente. Terei todo o gosto de responder às perguntas do Barcelona na próxima conferência. Hoje não, mas poderei receber a essa pergunta depois com mais calma. Todas as dúvidas e todas as questões que vocês tenham sobre o jogo do Barcelona, não vão ficar sem resposta. Mas, neste momento, aquilo que eu quero é um foco tremendo no jogo seguinte.

O que é que o Benfica não pode fazer, ou deve corrigir, para não ser surpreendido pelo Casa Pia?

É entrarmos determinados, como temos vindo a entrar. Aquilo que nós temos privilegiado imenso é a equipa segura, a entrar determinada para vencer o jogo. Ter boas entradas no jogo, como fizemos no último, perante uma das melhores equipas da Europa. Aos dois minutos já estávamos a vencer. É como fizemos no jogo também muito seguro com o Famalicão. É valorizar o que fizemos, valorizar o que temos feito, levantar a cabeça e olhar já para o jogo seguinte com enorme determinação. O Casa Pia é uma equipa com qualidade, está a fazer um campeonato muito bom, mas nós temos de ir a 100 por cento, com energia, e determinados para vencer o jogo.

Relativamente ao Beste tem-se falado muito da questão do mercado. Há de facto essa vontade do jogador em sair, já neste mercado inverno, ou sente o jogador totalmente focado no Benfica?

O que eu lhe posso dizer é que neste momento, o Beste é jogador do Benfica. Vejo-o treinar como os outros, normalmente, por isso, até o momento, é a única coisa que eu lhe posso dizer sobre o assunto.

Depois de todas as incidências de um jogo de alta intensidade, como o de quarta-feira, sabendo que vem aí um outro duelo europeu, como é que os jogadores não têm a cabeça nem um bocadinho na Juventus?

Não podem ter, porque aquilo de que falámos foi do Casa Pia. Nós preparamos sempre e apenas o jogo seguinte. E, partindo do treinador essa mensagem é nesse sentido que eles têm de estar focados. Não conseguimos jogar dois jogos de cada vez. Só conseguimos fazer um jogo de cada vez e preparar um jogo de cada vez. Às vezes até nem eu sei qual é o adversário dois jogos à frente. A minha cabeça está em um ou dois jogos. A dos jogadores está em um jogo apenas. Neste momento jogamos com o Casa Pia, passei toda a informação aos jogadores de como defendem, como atacam. Como é que nós podemos jogar com uma linha de cinco, porque realmente somos muito bons a jogar contra uma linha de cinco, independentemente da nossa saída por trás. Por isso, esse tem de ser o foco e a determinação e o normal destes jogadores é estarem focados nesse sentido. Parte do meu exemplo olhar para o jogo seguinte e prepararmo-nos da melhor forma para o jogo seguinte, porque é muito importante. Dependemos de nós para vencer o campeonato, e estes três pontos preciosos para vencer o campeonato.