Diogo Queirós: «Sempre serei FC Porto, pena não me ter estreado pela equipa»
Hoje no Farul, da Roménia, Diogo Queirós foi em tempos uma das grandes referências da formação do FC Porto, vencendo a Youth League e ganhando estatuto entre os adeptos. Fazia dupla com Diogo Leite, outro valor que saiu dos azuis e brancos e atualmente é titular no Union Berlim. Em entrevista ao jornalista luso-francês Rémi Martins, o central diz ter vencido os seus fantasmas e estar feliz na Roménia. Lamenta, contudo, nunca ter chegado à equipa principal do FC Porto, apesar de ter feito pré-épocas.
«Às vezes é preciso sair. Foi uma decisão difícil, toda a gente idealizava uma carreira para mim, mesmo eu idealizava uma carreira que não se estava a concretizar, então acho que foi uma coisa que ganhei nos últimos tempos, que é ser mais racional, pensar as coisas com frieza e colocar as coisas em pratos limpos. Tenho pena de não me ter estreado pela equipa principal do FC Porto, mas é assim. Via que não teria grande espaço para jogar e na altura acreditava que tinha alguma capacidade para pelo menos ser opção ou ajudar a equipa. Visto que as ideias do treinador não iam ao encontro das minhas, o melhor seria procurar a minha oportunidade em outro lugar», afirmou.
«É óbvio que o FC Porto será o meu clube do coração, é o clube que sempre gostei desde pequeno. Nada irá alterar isso. Por isso, sim, foi difícil sair, mas é a vida. Para alguns corre bem, para outros há que seguir caminhos diferentes», constatou, não guardando rancor a Sérgio Conceição. Pelo contrário. «Guardo do treinador a memória de uma exigência que nunca tinha tido antes. Mesmo na pré-época da equipa principal tu és o representante máximo do clube, enquanto jogador. A exigência é máxima, ainda para mais num clube como o FC Porto, que tem isso mesmo presente na sua génese. É um treinador muito exigente, que dá tudo pelo clube e quer que os jogadores sejam também eles assim, que se entreguem a 100 por centro e demonstrem dentro de campo os valores que é preciso ter para ser um jogador de futebol», indicou.
Por fim, uma visão sobre a mudança de patentes no clube, com a saída de Pinto da Costa e a eleição de Villas-Boas: «Quando penso no Pinto da Costa, penso no FC Porto, porque nasci com ele como presidente, e só agora que ele está a sair. Foram 42 anos de presidência. É um legado que ninguém tem, é o presidente mais titulado do mundo. Agora o FC Porto pode estar a passar numa fase mais baixa e não estar com tanta força como nos habituou todos estes anos. Foi notório o recorde de votos nas eleições do clube e quero acreditar que todos os portistas pensam que será um passo em frente e que o presidente André Villas-Boas irá trazer coisas boas e positivas e fazer o clube andar para a frente e progredir. Esse é o objetivo.»