Dinâmica de vitória sem politiquices, o papel de Aursnes e o abraço aos bombeiros: tudo o que disse Bruno Lage

NACIONAL18.09.202420:31

Bruno Lage na antevisão do Estrela Vermelha-Benfica desta quinta-feira, em Belgrado, na Sérvia, 1.ª jornada da fase de liga da Champions

Bruno Lage falou aos jornalista já em Belgrado, no estádio do Estrela Vermelha. O treinador abordou com coragem os desafios deste jogo, que antecipa serem muitas. Leia em baixo a totalidade da conferência de imprensa do treinador dos encarnados na antevisão à entrada do Benfica na Liga dos Campeões.

- Boa exibição aqui poderá ter peso importante no crescimento da equipa? Num ambiente fervoroso?
- Sobre o ambiente, acho que para nós, enquanto equipa, é saber e perceber se os nossos se fazem ouvir, isso para nós é que vai ser importante. Viajámos com os adeptos e é esse apoio que esperamos e que neste jogo, e neste ambiente, os nossos se façam ouvir e nos apoiem. Depois, aquilo que vai fazer crescer a equipa são os jogos e o número de treinos e o trabalho, porque as coisas não acontecem sem tempo, e esse tempo, com treinos, tem de nos dar consolidação de comportamentos e, claro, a dinâmica de vitória é muito importante. E é com esse espírito que a equipa vai encarar esse jogo, não olhar apenas para a vitória do último jogo e para a boa exibição que fez no último jogo, mas dar continuidade a esse trabalho, principalmente a essa dinâmica de vitória.

- Considera este jogo fundamental para o futuro próximo da equipa, do próprio Bruno Lage, da Direção, de Rui Costa, por todo o ambiente que no fundo levou à demissão do anterior treinador? Este jogo tem esse peso dramático?
- Não tenho tempo a perder com essas questões, o meu tempo é tão curto, é sair de um jogo, preparar o jogo seguinte e preparar a equipa para vencer. Aquilo que eu quero, e a ambição que eu tenho, é que a equipa tenha dinâmica de vitórias, que vá atrás e procure a cultura de vitória que dê sequência ao trabalho que começámos há uma semana. Essa é que é a minha preocupação, não tenho tempo a perder com isso, a equipa não tem tempo a perder com isso, a equipa tem de se focar é naquilo que tem de fazer amanhã [hoje] no campo.

- Para este jogo, que alterações, olhando para o jogo com o Santa Clara, pode introduzir na equipa?
- Há logo uma diferença à partida… aquilo que nós preparámos e verificámos do nosso adversário deste jogo… o Santa Clara com uma linha de três e esta equipa com uma linha tradicional de quatro. A partir daqui, a dinâmica defensiva da equipa é diferente. E depois é perceber, e nós tivemos esse tempo para perceber, como é que o adversário pressiona, como é que o adversário pressiona em casa, que tipo de espaços é que nos oferece e ter a inteligência, com bola, de procurar esses espaços para criarmos oportunidades de golo. É sempre assim a nossa forma de olhar para os jogos: olhar para o adversário e, em função daquilo que são os nossos comportamentos e as nossas dinâmicas, em função também das características dos nossos jogadores, escolher a melhor estratégia para o jogo. Estratégia quer a defender, que a atacar. Acho eu fizemos um bom trabalho nos últimos três dias, demos todas as informações para os atletas estarem preparados e fazermos um bom jogo.

- Aursnes, qual é o plano para ele e vê-o mais como médio, extremo… e se há probabilidades de ele jogar aqui?
- Neste momento ainda não vou revelar nada sobre as nossas conversas, porque eu acho que ele é que tem de demonstrar dentro de campo, assim como a equipa tem de mostrar dentro de campo qual o caminho que quer fazer no futuro. São excelentes oportunidades para nós para a todo o momento provarmos aquilo que somos, e prova-se dentro de campo e não com promessas. Por isso… isso fica já… é a exigência que quero para mim e é o desafio que lanço aos meus jogadores. Aursnes não tem muito tempo de treino, ainda hoje participou pouco, mas deixa-nos realmente satisfeitos que ele seja uma solução para este jogo.

- Tem sido fácil blindar os jogadores, pegando em palavras suas, à politiquice à volta no clube? Tem sido fácil esse trabalho?
- Acho que tem sido fácil… estamos focados naquilo… é direcionar a nossa atenção para aquilo que é o trabalho. E os atletas têm essa experiência de perceber aquilo que têm de fazer, que é foco. Foco no trabalho. É aquilo que por vezes nos acontecem nos jogos, quando as coisas correm menos bem, nós temos de orientar a nossa atenção para aquilo que são as nossas diretrizes de equipa. Aqui é a mesma situação, precisamos estar muito focados naquilo que se passa no nosso dia a dia, no treino, nas análises que fazemos do treino, as informações que passamos aos jogadores, o tempo de qualidade que passamos com eles, que é essencialmente criar dinâmicas, criar comportamentos. E o nosso foco tem sido essencialmente esse, sair do jogo com o Santa Clara, referir determinados comportamentos que foram muito bons, e um deles foi ver a equipa com uma ambição enorme de tentar fazer bem as coisas, de vencer e é isso que queremos prolongar no tempo. Olhar para a equipa e ver que dentro do campo a equipa representa aquilo que o nosso clube representa.

- Tendo em conta as alterações que fez na equipa para a Chamopions na sua primeira passagem pelo benfica, como planeia esta Champions, agora num novo formato?
- Nunca houve da nossa parte uma rotação de plantel, eventualmente… recordo-me que no primeiro jogo fizemos duas ou três alterações, que tivemos de fazer em função do momento. Normalmente as circunstâncias colocam-se quando existem dois dias entre os jogos, aqui a equipa teve tempo para recuperar, quatro dias entre os jogos, op onze para este jogo vai ser em função disso, aqueles jogadores que estão melhor neste momento, em função das características deles, em função da nossa estratégia tentar que eles estejam confortáveis em campo para aquilo que é mais importante, que é o rendimento e o que eles podem oferecer à equipa. Aproveito para deixar uma palavra de apreço aos bombeiros do nosso País, muitos deles a colocar a vida em risco para nos protegerem. Um grande abraço e muito obrigado.