Dia D nas competições europeias
Imagens do Roma-Leverkusen (IMAGO / Eibner)

ANTEVISÃO Dia D nas competições europeias

INTERNACIONAL09.05.202408:00

Na quinta-feira jogam-se as partidas decisivas para apurar quem estará na final da Liga Europa e da Liga Conferência

Quinta-feira é Dia D na Europa! O 'D', neste caso, é de decisivo. A partir das 20 horas jogam-se os acessos às finais da Liga Europa e da Liga Conferência. Leverkusen, Roma, Atalanta e Marselha lutam por um lugar em Dublin. Olympiakos e Aston Villa querem juntar-se a (Brugge ou Fiorentina, depende de quem vencer) para a final em Atenas.

Uns clubes têm uma tarefa mais acessível do que outros. Não é, de todo, o caso da Roma. O conjunto de De Rossi viaja para a Alemanha com a difícil missão de reverter uma destavantagem de 2-0 obtida na primeira mão, em casa. Em teoria até parece bastante exequível, não fosse o adversário em questão ser, nada mais nada menos, que o Leverkusen.

Já existem poucas palavras para descrever o Leverkusen. Os comandados de Xabi Alonso partem numa posição muito confortável para o encontro. Não bastasse a vantagem de dois golos marcados no Olímpico de Roma por Florian Wirtz e Robert Andrich, os farmacêuticos ainda contam com impressionantes 40 vitórias e oito empates em jogos oficiais esta temporada.

Além disso, partem para o encontro após uma goleada por 5-1 ao Frankfurt, fora de portas, na jornada 32 da Bundesliga.

Na conferência de imprensa de lançamento do duelo, o técnico espanhol desvalorizou a vantagem da primeira mão: «Um jogo de segunda mão é sempre uma situação perigosa. Um golo pode mudar rapidamente o rumo do jogo e a forma como uma equipa o aborda. Queremos ser agressivos e defender bem. Esperamos uma Roma muito focada e com esperança na reviravolta e temos de estar preparados para isso».

Tendo em conta as palavras de Xabi Alonso, a expectativa é ter um jogo «de grande nível». Apesar da grande forma em que se encontra o Leverkusen, o espanhol não esquece a «dor do ano passado» quando foi eliminado na Liga Europa, precisamente, pela Roma.

Onze provável do Leverkusen:

Matej Kovar, Edmond Tapsoba, Jonathan Tah, Piero Hicapié, Josip Stanisic, Granit Xhaka, Robert Andrich, Grimaldo, Jeremie Frimpong, Florian Wirtz, Amine Adli

A Roma não parte numa posição tão confortável quanto o Leverkusen. Os comandados de De Rossi não vencem há três jogos, ainda que destes três só tenham perdido um, precisamente, contra os alemães na primeira mão. No último jogo, os giallorossi empataram, no Olímpico de Roma, contra a Juventus, na jornada 35 da Serie A.

De Rossi terá em mãos a difícil gestão do plantel para esta partida. Isto porque, o próximo jogo da Roma é contra a Atalanta, a rival direta na disputa pelos lugares de acesso à Liga dos Campeões. Contudo, De Rossi garante que não vai «poupar ninguém para a visita a Bérgamo». «As avaliações que farei serão feitas com os jogadores e os médicos, mas não serão feitas com vista a Bérgamo».

Sobre aquilo que deve e não deve ser repetido em relação ao jogo da primeira mão, o treinador dos giallorossi afirma: «Temos de repetir a vontade na procura do golo. Não conseguimos fazê-lo foi porque eles eram bons. Pressionámos bem e criámos».

Apesar da confiança, De Rossi não tem receio de assumir que o resultado do primeiro jogo é «pesado» e também não esquece a excelente forma do Leverkusen: «é difícil porque eles nunca perderam, mas acreditamos e tentamos até ao fim, como fizemos na primeira mão. Sabemos que será difícil trazer o resultado para casa, mas é por isso que viemos cá».

Onze provável da Roma:

Svilar, Spinazzola, Chris Smalling, Mancini, Zeki Çelik, Pellegrini, Paredes, Bryan Cristante, El Shaarawy, Dybala, Lukaku

Os carrascos de Sporting e Benfica, respetivamente, enfrentam-se por um lugar na final.

O empate a uma bola no estádio Vélodrome deixa o encontro entre Atalanta e Marselha totalmente em aberto. O Estádio Atleti Azzurri d'Italia, em Bérgamo, é palco da partida da segunda mão entre italianos e franceses.

Gian Piero Gasperini, treinador da Atalanta, não tem medo de assumir que este é o encontro mais «importante» da sua carreira. Talvez não seja para menos já que esta se trata da melhor campanha da história da Atalanta na Liga Europa.

Sabendo da importância da partida, Gasperini espera contar com o famoso fator casa: «o fator casa em Marselha foi muito forte e amanhã [quinta-feira] os adeptos estarão do nosso lado. O que eu espero é que a Atalanta possa sempre voltar a jogar estes jogos com o estádio cheio».

A confiança é muita e prova disso é o momento atual da Atalanta. Os comandados de Gasperini entram neste jogo com uma vitória obtida contra a Salernitana (2-1) que lhes permitiu ultrapassar a Roma e ascender ao 5.º lugar da Serie A.

Ainda assim, o técnico do conjunto de Bérgamo reforça que, especificamente, para o jogo contra o Marselha, «é preciso fazer um plano» e que as melhorias que a Atalanta pode fazer «são infinitas».

Onze provável da Atalanta:

Juan Musso, Scalvini, Berat Djimsiti, Isak Hien, Zappacosta, Éderson, Marten de Roon, Matteo Ruggeri, Koopmeiners, Ketelaere, Scamacca

A ambição do Marselha é grande. É inegável que a camisola do clube francês é a mais pesada deste encontro. Nem por acaso, é o único clube francês que já conquistou uma Liga dos Campeões.

No que diz respeito à Liga Europa, essa tem escapado das mãos dos franceses. Contudo, os orientados de Jean-Louis Gasset têm neste jogo uma oportunidade de regressar, 6 anos depois, à final da prova e, quem sabe, poder fazer diferente da final de 2017/18 quando perdeu por 3-0 frente ao Atlético de Madrid.

O Marselha parte para esta partida com uma semana inteira de descanso, já que, ao contrário da Atalanta, não teve jogo no fim de semana. De qualquer forma, Jean-Louis Gasset alerta para as dificuldades que o adversário pode causar, ainda que tenha menos tempo de descanso: «Foi impressionante ver a Atalanta ganhar 3-0 em Liverpool, mas não estivemos longe de fazer o jogo perfeito em casa. Faltou-nos algo do ponto de vista técnico, mas houve momentos em que conseguimos ser mais perigosos do que eles».

Questionado se as hipóteses de passagem eram de 50% para ambas as equipas, o técnico do Marselha atirou: «Não sou grande matemático, mas é evidente que uma equipa que empata fora é ligeiramente favorecida».

Apesar da aparente vantagem que dá à Atalanta, Gasset confia na sua equipa e usou até mesmo o jogo contra o Benfica como exemplo: «tal como contra o Benfica, estamos dispostos a dar tudo para nos podermos qualificar».

Onze provável do Marselha:

Pau López, Murillo, Balerdi, Samuel Gigot, Jonathan Clauss, Amine Harit, Geoffrey Kondogbia, Veretout, Ismaila Sarr, Aubameyang, Luís Henrique

Saindo da Liga Europa passamos agora para a Liga Conferência. O primeiro finalista ficou definido na quarta-feira, com a Fiorentina a garantir a sua segunda final consecutiva desta prova após empatar a uma bola, na Bélgica, contra o Club Brugge.

Apesar do empate, valeu ao conjunto de Florença o 3-2 obtido na primeira mão, em casa, para passar com um agregado de 4-3.

Assim, falta apenas definir um finalista. Olympiakos e Aston Villa decidem, na Grécia, quem jogará contra a Fiorentina na final. A armada portuguêsa do clube helénico leva uma vantagem de 4-2 obtida na primeira mão, jogada no Villa Park.

Não é para menos que referimos o Olympiakos como 'armada portuguesa'. São, nada mais nada menos, que seis jogadores portugueses a atuar no conjunto helénico- Rúben Vezo, João Carvalho, Chiquinho, André Horta, Gelson Martins, Daniel Podence- fora os atletas que ainda passaram pela nossa liga.

Foi com alguma surpresa que o Olympiakos foi ao Villa Park golear o 4.º classificado da Premier League. O clube grego joga, em casa, uma oprotunidade soberana de chegar à primeira final europeia da sua história.

Caso consiga chegar à final, esta teria um gosto especial para o conjunto de José Luis Mendilibar. A final da Liga Conferência vai ser disputada no Agia Sophia Stadium, nada mais nada menos, que o estádio de um dos maiores rivais do Olympiakos, o AEK. Desta forma, a equipa grega tem a oportunidade de jogar a primeira final da sua história na Grécia e logo no estádio do rival.

Onze provável do Olympiakos:

Tzolakis, Rodinei, Retsos, David Carmo, Francisco Ortega, Vicente Iborra, Santiago Hezze, Daniel Podence, Chiquinho, Fortounis, El Kaabi

Do outro lado está o Aston Villa. Apesar da pesada derrota caseira, ainda estamos a falar do 4.º classificado da Premier League, pelo que não seria sensato da parte dos adeptos do Olympiakos atirar, para já, os foguetes.

O ambiente na Grécia promete ser escaldante, como já é habitual, mas não é, certamente, nada a que Unai Emery, treinador dos villans não esteja já acostumado. A tarefa pode ser difícil, mas é exequível e o Aston Villa, que esta temporada já venceu Manchester City e Arsenal, os dois líderes da Premier League, tem armas suficientes para fazê-lo.

Caso consiga chegar à final, Unai Emery vai poder colocar no seu currículo o facto de ter levado o Aston Villa a uma final europeia 40 anos depois. É preciso recuar a 1982 para termos um vislumbre da última vez que os villans jogaram uma grande decisão neste tipo de contexto.

Foi, na altura, na Supertaça europeia contra o Barcelona, competição essa que o Aston Villa venceu e para a qual se qualificou após ter vencido a Taça dos Campeões Europeus em 1982, contra o Bayern.

Onze provável do Aston Villa:

Robin Olsen, Matty Cash, Ezri Konsa, Pau Torres, Lucas Digne, McGinn, Douglas Luiz, Leon Bailey, Morgan Rogers, Moussa Diaby, Watkins