«Di María enchia sacos de carvão para ajudar o pai e depois vinha treinar»
Di María (Foto: Sports Press Photo)
Foto: IMAGO

«Di María enchia sacos de carvão para ajudar o pai e depois vinha treinar»

NACIONAL15.07.202418:45

Palavras emocionadas do primeiro treinador da carreira do extremo, no El Torito; Benfica será a próxima paragem do canhoto

Ángel Di María conquistou a Copa América pela Argentina, despediu-se da seleção e deve assinar em breve um novo contrato com o Benfica.

Sucedem-se as reações na Argentina à decisão de abandonar a seleção e foram dadas a conhecer palavras apaixonadas do primeiro treinador da carreira de Di María.

Em entrevista ao programa 'El primero de la mañana', da rádio LT8, Rubén Tomé, que recebeu Di María no El Torito há quase três décadas, falou de alguém que «é um exemplo de vida».

Rubén Tomé (Foto La Capital)

«Digo sempre aos miúdos do clube que quando ele veio treinar para este pequeno campo tinha 6 ou 7 anos e via-se o seu entusiasmo, apesar de ter acabado de encher sacos de carvão para ajudar o pai no seu trabalho», disse, Tomé, lembrando «o esforço e sacrifício» de Ángel.

«Ele próprio disse em várias entrevistas que [o dinheiro que ganhava a trabalhar] era para as suas botas ou para os sapatos da escola da irmã. Digo aos miúdos que o tomem como um exemplo de vida, de trabalho. Sabem que os futebolistas se levantam cedo todos os dias para ir treinar e que, com disciplina, podem chegar muito longe, como ele fez», explicou.

Rubén Tomé recorda que Di María começou a jogar no El Torito «porque o médico disse à mãe que ele precisava de gastar energia», uma vez que era visto constantemente «a saltar de árvores e de muros».

«Quando ele começou a jogar futebol, via-se que aquele pequeno canhoto estava pronto para muita coisa. Nunca imaginei ter relação com um jogador assim, porque eu era apenas um grão de areia em todo o seu ensino, mas houve grandes mestres que poliram depois esse diamante em bruto que levaram consigo», observou Tomé.

Por fim, a despedida da seleção: «Ele está na mesma, não sei o que lhe passou pela cabeça para decidir retirar-se. Mas ele tem de ter a certeza de que nos deixou muito orgulhosos. Vi-o jogar pela primeira vez nestes pequenos campos do bairro e agora para ele terminar a sua carreira na seleção nacional desta forma... Estes rapazes fizeram-nos ganhar tudo e como treinador tenho orgulho em ser argentino.»