Estoril-Sporting, 0-1 Destaques dos leões: saber esperar é só uma das virtudes de Paulinho
Mais um jogo que expôs a utilidade do ponta de lança português, que não precisou de muito tempo para decidir o jogo; a influência de Gyokeres e Nuno Santos e as ameaças de Trincão
O melhor em campo: Paulinho (Nota 7)
É em jogos como este que se percebe a utilidade de um avançado com a experiência e paciência de Paulinho. Mesmo sem o estatuto de titular, tenta aproveitar cada minuto para fazer a diferença e beneficiar do espaço que Gyokeres abre nas linhas adversárias. Foi assim que o ponta de lança assinou o único golo do jogo: o sueco a construir de trás, o português a ver onde podia aparecer, sorrateiro, para concluir um lance que já estaria desenhado na sua cabeça, mas também na de Nuno Santos: o resto foi zero precipitação na cara de Marcelo Carné. O 20.º golo na época deu para disfarçar a ressaca e manter o tom de festa que é impossível dissociar destes leões.
Diogo Pinto 5 — Estreia absoluta do jovem guardião na equipa. Terá acusado o momento na forma precipitada como se saiu a uma bola em profundidade para Cassiano, sem controlar o timing (2’), em lance passível de penálti. Melhorou com o tempo, sempre muito bem protegido por Coates e Diomande. Muito seguro a jogar com os pés.
Diomande 6 — Nota-se em quase todas as ações a vontade de construir em cada interceção. Usando o corpo como arma de controlo e posse, não deu grandes hipóteses aos atacantes do Estoril e ainda tentou o golo de cabeça (70’), negado por Marcelo Carné.
Coates 6 — Numa partida controlada do ponto de vista defensivo, tentou as habituais subidas à área contrária para fazer a diferença, porém sem consequências. Percebeu-se um especial cuidado na comunicação com Diogo Pinto. À capitão.
Gonçalo Inácio 6 — Para não variar, foi o central que mais arriscou na construção, tanto no passe longo à procura de Gyokeres como no curto. Sempre com acerto.
Esgaio 6 — Foi dele o primeiro remate enquadrado do Sporting, num tiro fora da área de pé esquerdo. Não esteve muito ativo no ataque, ainda assim esteve perto de dar uma assistência para Gyokeres.
Morita 6 — Recebeu uma grande ovação no momento da substituição em mais um daqueles jogos que mostraram o lado simplista, mas eficaz, de jogar futebol do médio japonês. Foram muitas as vezes que fez a equipa sair a jogar com apenas um toque. Parece fácil, mas não é.
Daniel Bragança 5 — A capacidade habitual de ler o jogo com uma grande angular, mas sem dar sequência às boas ideias que sempre exibe. Foi um dos primeiros a sair.
Matheus Reis 5 — Longe da exuberância de outros jogos, muito atento às movimentações de Cassiano quando caía para a sua zona, mas sem rasgo para fazer a diferença no corredor em momento de ataque. Uma ou outra subida concluída com cruzamentos bloqueados denunciavam uma saída a qualquer momento. Tal como Bragança, o brasileiro foi dos primeiros a ser substituído aos 57’ e a equipa melhorou a partir daí.
Trincão 7 — Um dos melhores da equipa, embora num registo de um Sporting em modo ressaca pela festa do título. Demorou, mesmo assim, a arrancar, notando-se a sua presença desconcertante apenas aos 29’ quando encarou três jogadores do Estoril de frente, na zona central, e por pouco não alcançou o sucesso. Confiante com bola, foi ele o autor do primeiro remate dos leões com relativo perigo (35’), destacando-se pouco depois com um passe de primeira a isolar Pedro Gonçalves. Aos 74’ obrigou Marcelo Carné a esticar-se para defender o tiro de pé esquerdo em arco, uma imagem de marca de um dos pilares do título do leão.
Gyokeres 7 — O Sporting ganhou e não teve golo nem assistência do sueco. Dito assim, para quem não viu o jogo, parece pouco ou apenas mostra o tanto que todos esperam dele em cada encontro, em cada lance dividido. Mas a verdade é que foi novamente uma partida de muita intensidade, sempre bem marcado por Pedro Álvaro e quando teve tempo e espaço fez a pré-assistência: passe para Nuno Santos, que lhe surgiu nas costas, e cruzamento rasteiro para Paulinho.
Pedro Gonçalves 4 — Quase nada lhe saiu bem. Ficou na cara de Carné aos 44’ mas o remate saiu-lhe fraco.
Nuno Santos 6 — O Sporting ganhou maior dinâmica com a sua entrada. Foi dele a assistência para o golo de Paulinho, num movimento com coordenadas perfeitas, repetido até à exaustão, mas que resulta sempre.
Fresneda - — Para Esgaio descansar.
Menino - — Para se tornar, também ele, campeão nacional, levando essa conquista no currículo para a nova aventura.
Koba - — Regresso à Amoreira, de onde veio em janeiro. Mas sem tempo para desfrutar.