Destaques do Sporting: Triokeres é uma máquina de golos 'made in' Suécia
Três golos, uma assistência de trivela e (mais) uma exibição de luxo do homem da máscara; Paulinho tinha fome de golo e bisou; Nuno Santos fez uma letra e também balançou as redes
A figura - Gyokeres (9)
A fábrica sueca que criou esta máquina de golos tem de registar a patente. Já há poucos adjetivos para o avançado, que tem justificado cada cêntimo que custou. Aos 22’, remate de pé esquerdo a rasar o travessão; aos 31´, rodou e virou-se para rematar de pé esquerdo, à figura; aos 36’, cruzamento tenso, era meio golo, mas Paulinho chegou tarde; aos 45’, fez o que lhe competia, a passe de Paulinho, e empatou. Aos 68’, a jogada que o caracteriza: conduziu na esquerda, puxou para o meio e fez o bis de pé direito; irrepreensível no penálti, que lhe valeu o hat trick; aos 89’, arrancou na esquerda, deixou Malheiro para trás e teve o discernimento de levantar a cabeça e, de trivela, serviu Nuno Santos.
Franco Israel (6) — No lance do golo do Boavista, socou a bola para a frente, sendo claro que poderia ter ficado melhor na fotografia. De resto, diga-se, pouco ou nada se viu no jogo, tendo uma noite mais do que tranquila, mas mostrando-se sempre de olhos na trajetória da bola.
Diomande (6) — Vestiu o fato de bombeiro, numa primeira parte trabalhosa. Aos 50’, teve uma perdida daquelas, com bruá a ecoar das bancadas, ao falhar completamente a baliza, numa recarga a remate de Coates, na sequência de um canto. Limpou um lance de Agra, que seguia a todo o vapor para a baliza, aos 71’. Ao intervalo saiu a coxear e quando foi substituído, aos 72’, dava sinais de cansaço físico.
Coates (6) — O capitão sabe ser cirúrgico em momentos cruciais. Subiu sempre à área axadrezada nas bolas paradas, tentando valer-se da sua estatura (1,96 m) e, aos 49’, após cabeceamento, viu João Gonçalves brilhar entre os postes. Apenas uma distração, aos 56’, em que facilitou e perdeu a bola em zona proibida. Já nos descontos, respondeu com classe (e eficácia) a cruzamento tenso de Onyemaechi.
Matheus Reis (6) — Atuação dentro daquilo que tem sido o seu registo: certinho a preencher a sua zona de ação. Fez um bom cruzamento, aos 20 minutos, com a bola chegada à baliza, mas não apareceu ninguém para encostar. Saiu aos 55’, com Rúben Amorim a refrescar a defesa para aguentar a vantagem conseguida no minuto anterior.
Geny Catamo (6) — Tem vindo a crescer e neste jogo deixou a sua marca. No golo dos axadrezados deixou Onyemaechi cruzar para a área, mas foi um dos poucos lances em que claudicou. Aos 54’ na direita, cruzou para a área para Paulinho faturar; aos 67’, aproveitou mais uma incursão de Gyokeres pela esquerda, e tentou o remate, mas contra um adversário e aos 86’, já mais avançado no terreno, apareceu bem na área a responder a cruzamento do sueco, mas um segundo de indecisão entre rematar ou cabecear foi suficiente para perdeu oportunidade de ouro.
Hjulmand (7) — Um diamante no miolo, que aos 17’, foi ao coração da área fazer corte de luxo, para desespero de Malheiro; aos 22’, com excelente leitura de jogo, combinou na perfeição com Gyokeres, mas o sueco atirou por cima do alvo. Desentendimento com Agra, aos 33’, valeu-lhe um amarelo, a tensão entre os dois jogadores durou até ao apito para o intervalo. Ficou no balneário, com Amorim a evitar uma possível expulsão.
Morita (7) — Discreto, mas fulcral. Uma exibição categórica, em que trabalhou e jogou que se fartou. Destaque para o excelente passe para o golo do empate; antes já tinha punhado de ações diferenciadas.
Nuno santos (7) — Um passe de letra, com a bola a chegar ao sítio certo, aos 38’, com Gyokeres a tentar cabeçada de peixe, mas a falhar. Mal festejou o empate, agarrou na bola e colocou-a no centro: a garra de um leão que queria ferir mais o adversário. Passe em profundidade a lançar Gyokeres para o bis; aos 88’, bateu um canto com peso conta e medida, para a cabeça de Paulinho (marcou) e a fechar a contagem só teve de encostar passe de Gyokeres.
Trincão (6) — É um craque do drible. Um pé esquerdo de muita qualidade, sem medo de rematar, aos 42’viu João Gonçalves voar e negar-lhe golo, após excelente passe de Morita. Aos 82’ ficou no chão com queixas no pé esquerdo, foi assistido e saiu...
Paulinho (8) — Apanhado algumas vezes em fora de jogo, corrigiu posicionamento na segunda metade. Destaque-se lance no primeiro golo, a tocar com Morita e a servir o homem da máscara; no momento certo respondeu a cruzamento de Catamo e assinou o segundo; cruzamento aos 72’ com Gyokeres pronto, não fosse Filipe Ferreira a cortar na hora H; aos 84’ ficou zangado consigo próprio, percebendo que podia ter feito bem melhor. Trabalhou muito e bisou.
Daniel Bragança (6) — Muito bem a colocar-se entrelinhas, a atrai adversários, abrindo mais espaço rumo à baliza; deu grande tranquilidade à equipa e no lance do terceiro golo foi quem tirou a bola da pressão, metendo em Nuno Santos.
Gonçalo Inácio (5) — Entrou os 55’ e depressa se integrou no ritmo. Foi agarrado por Seba Pérez na área e o Sporting beneficiou de um penálti.
Eduardo Quaresma (5) — Entrou aos 72’, com a equipa na mó de cima.
Ricardo Esgaio (-) — Apenas meia dúzia de minutos em campo.
Koindredi (-) — Sem tempo para acrescentar algo.