Destaques do Sporting: Patrão abriu a porta, faltou quem a tivesse fechado...
Coates fez tudo para quebrar a maldição polaca: marcou, liderou e foi o verdadeiro operário. Gyokeres, desta vez, não foi herói e prejudicou a equipa. Pouca inspiração e leão sem garra
Melhor em campo: Coates (8)
Patrão. O nome assentou-lhe na perfeição por tudo o que fez (e evitou fazer...) ao longo de todo o jogo. Foi o primeiro a abrir a porta, com um golo à Coates, nas alturas, após um belo golpe de cabeça na sequência de um canto de Pedro Gonçalves. Cortou (aos 54’ e 57’) lances iminentes de golo, liderou toda a equipa, em grande plano no apoio ofensivo, destacando-se, também, nos passes de longa distância (isolou Paulinho e Geny Catamo com lançamentos de elevado grau de dificuldade e enorme visão). Uma exibição de mão cheia do capitão que acabou traído no lance do golo. E a irritação, após o empate, foi visível. Frustação de quem tudo fez para evitar um resultado penalizador.
Franco Israel (5) — Surpresa. De forma surpreendente voltou a ser aposta na baliza. Com segurança, eficaz nas saídas, pouco trabalho entre os postes e um (bom) jogo de pés que foi facilitando uma circulação positiva da equipa. Traído no golo após um remate que acabou num cruzamento... perfeito.
Diomande (5) — Corajoso. Encheu o peito e abordou todos os lances com determinação. A fechar o corredor, veloz nas ações, impondo o físico sempre que necessário. Quebra de ritmo nos instantes finais (dele e de toda a equipa) foi penalizada com o golo polaco.
Gonçalo inácio (5) — Instável. Após primeira parte positiva, o segundo tempo, com o crescimento de Plavsic, acabou por estar ligado a alguns erros de marcação no seu corredor. Foi ali que os polacos mais atacaram o leão.
Esgaio (5) — Disponível. Muita vontade, entrega, mas com más decisões (sobretudo no apoio ofensivo) criando desequilíbrios no seu corredor. Faltou-lhe assertividade no passe e nas raras ocasiões em que conseguiu sair em profundidade pelo flanco.
Morita (4) — Perdido. Sem ritmo, sem ideias e sem... bola. Um jogo distante do que já mostrou esta época. Foi bem vigiado, é certo, mas esteve (cumpriu os 90 minutos...) demasiado tempo em campo dado rendimento.
Morten Hjulmand (6) — Dedicado. Foi um dos melhores nos primeiros 45 minutos. A dar o desejado equilíbrio após a inferioridade númerica, passe curto e objetivo, bom timing de corte. Com pouco apoio no miolo (dada a pouca inspiração de Mortita) correu que se fartou e saiu esgotado.
Matheus Reis (4) — Aplicado. Sim foi dos que mais correu... mas nem sempre bem. Chegou atrasado num duelo com Yeboah (33’) que quase dá golo e foi perdendo muitos confrontos com Jean Carlos no segundo tempo.
Edwards (4) — Frágil. Com a equipa reduzida a 10 foi obrigado a um trabalho extra na pressão sobre a primeira linha de construção do Raków e essa é uma missão que não tem a cara do inglês. Viu-se, sobretudo, em alguns raides ofensivos, mas com a equipa em vantagem pedia-se um maior trabalho operário. Que ele não teve...
Gyokeres (2) — Precipitado. Desta vez, ao contrário de muitas vezes esta época, não foi herói. Foi sim um dos responsáveis pelo sofrimento da equipa que se viu reduzida a 10 logo aos 5 minutos após uma entrada precipitada sobre Arsenic. Saiu mais cedo e obrigou toda a equipa a fazer-se pela vida... E até estabeleceu recorde negativo: com a expulsão mais rápida de sempre dos leões nas competições europeias.
Pedro Gonçalves (6) — Firme. Não foi um dos seus melhores jogos, longe disso, mas foi, por certo, dos que mais tentou evitar que a maldição polaca se prolongasse no leão. Apontou o canto perfeito para o golo de Coates, correu, lutou, quase marcou (50’) e nunca atirou a toalha ao chão. Nota, também, pelo esforço e inconformismo da equipa. Saiu esgotado e com sentimento de dever cumprido.
Paulinho (4) — Focado. Foi a primeira aposta a sair do banco, não lhe faltou vontade e ambição em querer ser trunfo decisivo, mas para conciliar essa entrega faltou-lhe maior inspiração com bola. Até porque essa seria uma das missões (de gestão) dadas pelo técnico nessa fase do jogo. E nesse âmbito também não foi aposta certeira.
Geny Catamo (4) — Valente. Está num bom momento, confiante, e essa irreverência é visível sempre que tem a bola nos pés. O problema? É que a teve poucas vezes e não conseguiu dar a explosão que a equipa precisava. Pela inteligência do adversário, que soube fechar espaços e precipitação do ala moçambicano que muitas vezes quis resolver depressa. Uma ansiedade que lhe retirou alguma clarividência.
Nuno Santos (-) — Curto. Com a equipa leonina a sentir problemas enormes a fechar o corredor esquerdo não se percebeu a entrada tardia. Em cima dos 90’ quando pouco (ou nada...) haveria a fazer para inverter o resultado.
Daniel Bragança (-) — Idêntico. Ao que se passou com Nuno Santos. Uma entrada para jogar uns... segundos. E se
a intenção seria para conseguir ter bola nos últimos instantes não conseguiu, pois não teve tempo nem... bola.