Sporting-Benfica, 1-1 (6-7) Destaques do Sporting: Hjulmand, mais do que a ponta do icebergue

NACIONAL11.01.202523:17

Dinamarquês indestrutível, não derretendo perante o esforço ou a pressão. Israel deu boa resposta a Rui Silva, Diomande, St. Juste e Maxi Araújo foram frieza e calor

A figura do Sporting: Hjulmand (7)

Em noite aquecida pelos nórdicos, foi o melhor dos homens que vieram do frio. O capitão do Sporting foi mais do que a ponta do icebergue, foi o próprio icebergue, o homem de gelo, o homem inquebrável, que nunca derreteu, que foi sobressaindo a ganhando dimensão à medida que as dificuldades foram aumentando. Depois de uma primeira parte razoável, em que nem sempre foi feliz nas ações ofensivas, subiu o nível e foi capaz de preencher praticamente todo o terreno de jogo, fosse preciso pressionar e intercetar no meio-campo defensivo ou ofensivo. Quando a equipa parecia já bastante desgastada, e falamos de uma equipa que tinha no eixo do setor um jogador com 18 anos ainda frescos, Hjulmand disse presente. E nem mesmo no penálti vacilou, atirando com subtileza, um pontapé carregado de personalidade.

ISRAEL (7) — Primeira defesa ao minuto 8, sujando o equipamento para ir à relva segurar bola disparada de longe por Di María. Aqueceu a sério ao minuto 21, quando se esticou e cortou, junto ao relvado, bola de Tomás Araújo que iria para Schjelderup, ao segundo poste. Ao minuto 62, dupla intervenção, a primeira mais difícil, voando para afastar bola em arco de Di María, logo a seguir parou disparo de Kokçu em zona frontal. E quase parava penálti de Renato Sanches. O que poderia fazer, fez bem, respondendo positivamente, perante a pressão da chegada de Rui Silva.

EDUARDO QUARESMA (5) — Começou por passar um ou outro mau bocado defensivo, com Carreras e Schjelderup, mas encontrou oportunidade para lançar Gyokeres com bom passe ao minuto 8. As dificuldades defensivas, porém, agravaram-se e ao minuto 29 não teve a capacidade para responder às simulações de Schjelderup, que fez o 1-0 mesmo ao seu lado. Poderia ter compensado ao minuto 35, quando fugiu a Carreras e disparou na área do Benfica, errando por pouco a baliza. E quando tinha Gyokeres a pedir bola. Saiu cedo, sem nunca se render.

DIOMANDE (7) — Excelente passe longo, rasteiro, a isolar Quaresma na direita ao minuto 35, foi momento ofensivo mais notado, ele que dominou o seu raio de ação com categoria e imponência, não facilitando nos duelos individuais. Que o diga Di María, que sentiu a força do central sportinguista.

ST. JUSTE (7) — Um belo corte de cabeça, ao minuto 66, quando marcava Aursnes e Pavlidis no coração da área sportinguista, terá sido a ação mais saliente, mas sucederam-se as ações oportunas para a equipa, limpando com clase a maioria dos lances que se desenrolavam na sua zona de ação. Joga limpo, joga rápido, joga bem.

MAXI ARAÚJO (7) — Um bom remate, de primeira, aos 9', à figura de Trubin, foi a entrada em cena no dérbi, mas o uruguaio tinha muito mais para dar. Com vocação ofensiva, não fosse ele um extremo, conquistou o penálti, combinando bem com Gyokeres, e tentou sair lance após lance em drible, mesmo quando pressionado junto à sua área. Calma olímpica! Nos penáltis também não vacilou.

GENY CATAMO (5) — O momento em que andou mais perto de repetir o golo do dérbi da Liga foi ao minuto 63, quando disparou forte e a bola desviou em Tomás Araújo antes de ir contra a face de António Silva, interrompendo ali a viagem na direção da baliza. Não foi incisivo em termos ofensivos, mas ajudou a fechar a ala.

JOÃO SIMÕES (6) — Verticalidade ao minuto 14, fugindo a Florentino, conduzindo a bola até ao passe desequilibrador para Quenda. Do alto dos seus 18 anos ainda frescos, nunca tremeu, jamais tentou esconder-se do jogo, sendo ajuda competente para Hjulmand.

QUENDA (6) — Ao minuto 6 fugiu pela esquerda, mas não levantou a cabeça e tomou a decisão errada, disparando contra um adversário em vez de oferecer a Geny Catamo, que estava sozinho do lado contrário. Aos 14', nova tentativa, agora melhor, defendendo Trubin. A terceira possibilidade para visar a baliza chegaria ao minuto 31, mas o remate foi mal dirigido e a bola saiu ao lado. Passou a segunda parte em zona mais central e de braços abertos, pedindo a bola, com vontade de fazer algo. O penálti foi de veterano, enganando Trubin.

TRINCÃO (4) — Ao minuto 24, um cruzamento longo, para fora, quando tinha espaço para fazer melhor, muito melhor. Serve o exemplo para ilustrar o jogo pobre do ponto de vista ofensivo do atacante, pouco inspirado, algo lento, talvez acusando o desgaste. Não impediu esse cansaço que seguisse Carreras ao minuto 90+4, não desistindo até cortar para canto. Não era o seu dia, a sua noite, o seu jogo, o seu dérbi e falharia o penálti que determinou o vencedor.

GYOKERES (6) — Primeira tentativa ao minuto 8, bola ao lado, aos 31' serviu bem Quenda, depois combinou com Maxi Araújo no lance do penálti, que ele próprio converteu. Rematou para o centro, não evitou Trubin, a bola entrou mesmo, mas terá servido de alerta para o desempate: que bomba de penálti! Esteve sempre muito marcado, enfrentando várias vezes dois (ou mais) marcadores.

FRESNEDA (5) — Entrou aos 67' e manteve o flanco direito do Sporting vivo.

HARDER (5) — Entrou aos 81', rapidamente entrou em ação, fugiu um par de vezes, foi egoista numa delas, rematando em vez de passar. Penálti com personalidade.

DEBAST (5) — Entrou aos 81', cumpriu a meio-campo e também não falhou no momento do desempate por penáltis.

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