Destaques do Sporting: existem jogos de génio e depois existe... Geny Catamo!
Geny Catamo foi figura maior do dérbi de Alvalade (Miguel Nunes)

Destaques do Sporting: existem jogos de génio e depois existe... Geny Catamo!

NACIONAL06.04.202423:35

Da euforia nos primeiros segundos até às lágrimas no final; E ainda a... lenda Coates, que foi imperial em tudo; Daniel Bragança e Edwards foram apostas certeiras num leão que nunca deixou de acreditar

Melhor em campo: Geny Catamo (8)

Frenético. São estes jogos que marcam uma carreira, uma vida. E se olharmos para o percurso deste ala que, entre empréstimos e lesões, parecia arredado destes grandes palcos, percebemos as lágrimas no final de uma vitória que poderá ser determinante nas contas do título. Foram dois golos, um abrir e outro a fechar, 90 minutos de alta voltagem, para frente, para trás, acima, abaixo, a ser obrigado a defender e a atacar, sem nunca se encolher mesmo com um amarelo aos 5’, inúmeras ações determinantes no capítulo ofensivo, o moçambicano foi figura maior com jogo memorável.

Franco Israel (7)
Valioso. Uma defesa incrível a Di Maria (81’) desviando uma bola que ainda toca no ferro foi ponto altíssimo de uma noite muito competente, com poucos deslizes, diante de um adversário que teve pouco acerto na sua baliza. Pouco em jogo, mas com aquela defesa a frio que salvou o leão num momento que poderia ser critico.

St. Juste (6)
Acutilante. Velocidade na recuperação, sempre atento às movimentações de Di Maria, mas a pecar em momentos de decisão. E como diz o ditado… fazer depressa e bem não há quem. Como a falta (perfeitamente) evitável a Neres no lance que originou o golo de Bah. Nota para (excelente) frescura física, pois acabou ainda melhor do que quando começou…

Coates (8)
Lendário. Será um daqueles nomes que, por certo, vão perpetuar na história dos leões. Pela liderança, fidelidade, influência, profissionalismo e competência. Um capitão sem medo que se agiganta quanto maior for o desafio. Ontem, não fosse uma noite memorável de Geny, e Coates seria nome maior do dérbi. Notas? Muitas. Evitou dois golos a Neres (21’ e 65’), um em cima da linha, quase marcou (45+2’), um corte arrojadíssimo a Rafa (69’), bloco registos positivos para um central que aos 33 anos provou ter ainda muito para dar.

Gonçalo Inácio (6)
Irregular. Noite de altos e baixos, atento às movimentações dos alas encarnados, mas com algum nervosismo nos duelos, timings errados e sem a preponderância nas saídas e naquele primeiro passe onde muitas vezes inicia o jogo do leão. Não foi a melhor das noites, acabou por dar lugar a Diomande, mas os poucos deslizes acabaram por não ter consequências…   

Morita (4)
Escondido. O nipónico mostra-se ao jogo pela dinâmica e sentido posicional. Neste dérbi faltou-lhe claramente intensidade, demasiado passivo, amorfo até, longe de ser um elemento diferenciador nas manobras ofensivas. Foi, por isso, o primeiro a sair num jogo abaixo daquilo que já mostrou esta época.

Hjulmand (7)
Prevenido. Uma leitura perfeita das movimentações encarnadas, com alargado raio de ação, a cair nos espaços onde as águias prometiam fazer estragos. Muito possante, brioso nos duelos, impetuoso por vezes, mas com posicionamento e inteligência brilhante a cair nas zonas de pressão aos encarnados. Foi amarelado muito cedo, obrigando a maior cautelas nos confrontos mas terminou com a fasquia elevada. Saiu nos últimos minutos, numa altura de maior desgaste, pois o risco de um novo cartão poderia ser muito penalizador para a equipa.  

Matheus Reis (6)
Penalizador. Jogo competente, muito eficaz a fechar espaços a Neres no corredor, mas não deixa de ficar ligado a um lapso, um erro de marcação a Bah, no golo do dinamarquês. Um único erro numa noite que, porém, feito o balanço (e a vitória…) acaba com saldo positivo para o brasileiro que foi incansável até ao último fôlego.      

Trincão (6)
Tímido. Sem a arte e o engenho demonstrado sobretudo no último dérbi da Taça de Portugal. Com muito menos bola, menos ações, foi obrigado a recuar em demasia e acabou por não dar aquele perfume no futebol do leão. Positiva a sua entrega, ambição, determinação em tentar ferir a águia.

Gyokeres (7)
Completo. E preparado para quase tudo. Querem um futebol mais estético? Basta recuar ao minuto 25’ quando tira António Silva do caminho, com gesto só ao alcance dos mais tecnicistas. Um futebol mais musculado? Vamos ao minuto 52’ quando venceu tudo e todos os que lhe apareceram pela frente e atirou ao ferro da baliza de Trubin. Um futebol mais direto? Quase marcou, com belo golpe de cabeça (48’), no coração da área. O que lhe faltou? O golo. Mas ao contrário de muitos outros avançados não precisa disso para aparecer…  

Pedro Gonçalves (6)
Sensacional. A forma como entrou no jogo, como passou por Florentino e Bah nos primeiros segundos de jogo, a oferecer o primeiro golo a Geny Catamo. É daqueles jogadores que não precisa de muito para fazer a diferença e neste jogo provou isso mesmo, estando longe do ritmo desejado após lesão muscular. Dois remates (19 e 28’), muita vontade, mas precisa de tempo para retomar os índices físicos.

SUPLENTES

Daniel Bragança (7)
Condutor. Foi, sem dúvida, um dos responsáveis pelo crescimento do leão na segunda parte. Entrou para o lugar de Morita e esteve muitos furos acima do japonês. Mais interventivo, com outra frescura, uma melhor capacidade para transportar, o médio foi uma das peças influentes e aos 88’ e 89’ quase marcou.

Edwards (6)
Inventivo. Deu ao leão uma imprevisibilidade que Trincão não conseguiu dar. Mais veloz, com maior poder de aceleração, o inglês acabou, também, por estar ligado à vitória com a marcação do canto que deu o segundo golo a Geny Catamo.

Diomande (6)
Decisivo. Com um corte, aos 90+6’, a Marcos Leonardo, segundos antes do apito final. Entrou bem, sem complicar, eficaz nos duelos aéreos, e na antecipação aos adversários.  

Paulinho (5)
Lutador. Poucos minutos, é certo, mas os suficientes para a equipa não baixar a guarda e manter os índices de combatividade elevados. E ainda conseguiu algumas ameaças à baliza de Trubin.

Koba Koindredi (5)
Marcado. Uma aposta para manter a linha de Hjulmand nos últimos minutos. E o gaulês não comprometeu e ainda conquistou a falta que haveria de ditar o segundo amarelo a Aursnes.