Sporting-FC Porto, 1-0 Destaques do Sporting: Catamo e Quenda a abrir a porta para Gyokeres levar o leão à final
O sueco teve uma primeira oportunidade que desperdiçou antes do intervalo, mas à segunda não perdoou e bateu Cláudio Ramos; sociedade Geny e Geovany a funcionar em pleno, com a defesa do Sporting e aguentar muito bem a resposta dos dragões
O melhor em campo: Gyokeres (8)
Da esquerda para dentro, passou por Nehuén Pérez e Martim Fernandes e aplicou pontapé venenoso – a bola disse olá ao poste portista. Primeira ação aos 41’, tardia, mas que se explica pela dificuldade que o Sporting sentiu em sair eficazmente com a bola controlada e contornar a barreira portista, no primeiro tempo. Na segunda oportunidade, mostrou a sua eficácia: rompeu com precisão entre os defesas para finalizar, com um remate certeiro, o passe de Quenda, colocando a bola no fundo das redes. Demonstrou enorme poder nos duelos, mantendo os centrais e Martim Fernandes constantemente em alerta, reféns da sua imprevisibilidade. A presença do sueco em campo deixou sempre no ar a sensação de que, a qualquer momento, poderia surgir mais uma jogada decisiva e mais um golo.
6 Franco Israel – Primeira ação aos 39’ a sair a um cruzamento e a sofrer falta de Franco. Na 1.ª parte, o sofrimento foi mais por ver a sua área seriamente ameaçada por Nico, Samu e Mora do que propriamente pelo trabalho efetivo, inexistente nesse período. A realidade é que saiu do clássico sem uma única defesa de risco, apenas uma intervenção a um remate de muito longe de Otávio.
7 Fresneda – Corte providencial quando Samu avançava de forma ameaçadora pela área leonina, dobrando bem os centrais (12’). Jogo exigente, especialmente com Pepê e Galeno a pressionarem pelo seu flanco, mas deu resposta à altura, num encontro que poderá ter marcado a despedida dos leões. A qualidade não está em questão, mas sim o perfil do espanhol, que revela uma menor predisposição para subir e cruzar, aspeto crucial no modelo de Rui Borges. Mas a defender, esteve impecável.
8 Diomande – A força física do central revelou-se crucial, anulando por completo Samu e contribuindo para uma noite pouco inspirada do jogador portista. No mínimo, conseguiu limitar significativamente o seu melhor enquadramento para a baliza de Israel. Foi uma exibição praticamente irrepreensível, marcada por uma entrega fulgurante e uma eficácia notável em todas as abordagens na área, mesmo nas mais arriscadas.
7 St. Juste – Agitação a mais nos instantes iniciais do jogo. O domínio do FC Porto assumiu proporções que o neerlandês teve dificuldades em interpretar até atingir o plano de excelência com que elevou a sua atuação num jogo de alta intensidade. Aquele chuveirinho dos dragões nos últimos 10 minutos foi mel para ele e Diomande, que se sentiram confortáveis a despachar bolas.
3 Matheus Reis – Primeira contrariedade para o Sporting. Durou menos de 14 minutos a presença do lateral brasileiro em campo. Saiu em dificuldades físicas, com queixas na perna direita, acabando substituído por Quenda.
8 Geny Catamo – A criar o desequilíbrio que resultou no golo de Gyokeres. Não é novidade, joga muito à direita, mas em combinações com Trincão também soube surgir em zonas interiores para criar miséria no equilíbrio do meio-campo portista. Diferenciado e com uma alma tremenda, trouxe ao relvado a melhor faceta do Sporting.
7 Hjulmand – Dificuldades iniciais em controlar os espaços de Nico, teve a inteligência de se ajustar aos vários momentos do jogo e o mérito de construir uma exibição em crescendo, até sentir ter as operações completamente controladas, especialmente até ao Sporting chegar ao golo. Depois, foi preciso mais sacrifício e agressividade – com um amarelo a acompanhar tudo isto.
6 Morita – Assumiu um papel central na equipa, tentando conduzir o jogo leonino com inteligência e esforço. Contudo, a tarefa de encontrar soluções para Gyokeres revelou-se extremamente desafiante, devido à organização eficaz do adversário. Incansável a abrir espaços e a fechar linhas, acabou por pagar o preço do desgaste físico, saindo aos 70 minutos após receber um cartão amarelo que também o condicionou.
6 Maxi Araújo – Recuou para lateral-esquerdo assim que Matheus Reis saiu. Entre ações meritórias e lapsos que desafiam a paciência do adepto, o uruguaio nunca se escondeu dos duelos, e até os procurou na tentativa de criar dúvidas no adversário e agitar as águas. Raça q.b, a pedir um certo refinamento nos processos, tanto os defensivos como os atacantes.
6 Trincão – Não se deu muito por ele, mas esteve lá, ora a segurar Galeno, ora a atrair Otávio, a desgastar e a criar mossa na defesa portista e a abrir espaço para Catamo descobrir os benefícios de explorar zonas centrais para fazer a diferença.
7 Quenda – Valeu a classe de Cláudio Ramos para evitar o golo do jovem leão, num pontapé em que a bola criou efeito traiçoeiro após bater em Eustáquio (45+1). Começou bem a 2.ª parte e assistiu Gyokeres para o golo do sueco, um passe seco, mas com tremenda precisão. Perde, por vezes, a noção do espaço e toma decisões erradas e numa delas quase oferecia aos dragões a possibilidade de empatarem.
5 João Simões – Entrou no olho do furacão, com o FC Porto a dar tudo para empatar. Saiu abalado, mas sem arranhões.
(-) Eduardo Quaresma – Rendeu um esgotado Fresneda, aos 89’
(-) Harder – Pouco tempo para fazer a diferença.