Destaques do SC Braga: Moutinho com a bola nos pés, Borja com os olhos na bola
Meio-campo bracarense melhorou muito com a entrada de André Horta. Defesas-centrais deram pouca segurança, mas os laterais compensaram nas subidas. Melhor marcador da Liga só ficou a zeros por causa de Trubin
A FIGURA - JOÃO MOUTINHO (8)
São quase 20 anos ao mais alto nível e com exibições não muito diferentes desta. Foi o pêndulo do SC Braga, o primeiro homem a pensar o jogo e várias vezes o último a dar a bola aos colegas da frente para tentarem o golo. Foi crescendo ao longo do jogo, também porque este foi deixando de estar tão partido. Quanto menos o futebol em campo dependeu da correria e do caos, mais João Moutinho pudemos ver - e ainda bem. Foi dele o brilhante passe para Ricardo Horta marcar, num lance que acabou anulado. Aos 71 minutos tentou mesmo o próprio Moutinho, mas o remate saiu por cima. Os golos nunca foram o seu forte. A jogar assim, nunca precisaram de ser.
Matheus (6) - Não podia fazer muito quando Tengstedt lhe surgiu à frente no golo do Benfica e, de resto, disse presente quando a equipa precisou, com um par de defesas seguras. Contou ainda com a ajuda do poste e da trave para não sofrer mais.
Víctor Gómez (6) - Mais cauteloso a defender nos primeiros 45 minutos e com pouca vontade de arriscar no corredor direito. Veio do intervalo com outro espírito e dos seus pés começaram a nascer lances de perigo na área do Benfica. Saiu aos 84 minutos, cansado de tanto correr.
José Fonte (5) - Tal como Moutinho, dá ao SC Braga a experiência que por vezes faltava à equipa nos últimos anos, sobretudo nos jogos grandes. No entanto, desta vez teve muitas dificuldades em acompanhar as transições rápidas do Benfica e terá de fazer melhor no futuro para justificar o estatuto.
Serdar (4) - Amarelado desde os 27 minutos, acabou substituído aos 55 para evitar males maiores. Esteve intranquilo e inseguro, permitindo que os avançados do Benfica se desmarcassem na cara de Matheus.
Borja (7) - Aproveitou muito bem as debilidades de Di María a defender e avançou pela ala sempre que pôde. Algumas queixas físicas no fim da primeira parte travaram o ímpeto inicial, mas voltou para a segunda com o mesmo ânimo. Correu, fintou, ultrapassou adversários e só faltou porventura um melhor critério no último passe. Se pelo meio Artur Jorge tem muito a corrigir na defesa, nas laterais parece poder estar mais descansado.
Zalazar (2) - Jogo infeliz do uruguaio, ou parte dele, já que esteve apenas 32 minutos em campo. Foi ele que perdeu a bola que deu o golo do Benfica e Artur Jorge percebeu rapidamente que o meio-campo do SC Braga estava a dar demasiado espaço.
Álvaro Djaló (6) - A sua recuperação a tempo para este jogo foi a melhor notícia que o treinador do SC Braga podia ter para uma partida de dificuldade máxima. É um dos totalistas da equipa na Liga, leva 12 golos na época e só não acrescentou mais um ontem à lista porque Trubin não deixou, aos 14 minutos, num remate de longe. Fica um conselho, ainda assim: precisará de mais calma e menos sofreguidão na hora de atacar a bola.
Ricardo Horta (6) - Andou mais afastado da baliza do que gostaria e esteve algo apagado durante parte do jogo, muito por culpa de João Neves e Kokçu. Foi aparecendo com o tempo e ainda marcou um golo (anulado por fora de jogo).
Bruma (5) - Do lado esquerdo, não conseguiu desenvencilhar-se de uma ‘carraça’ chamada Aursnes. Não arriscou muito no um para um, afinal de contas aquilo em que provavelmente se destaca mais. Aos 81 minutos, ainda tentou ‘sacar’ um penálti. Mais vale reter as bonitas imagens do cumprimento a Roger Schmidt, antes do jogo, seu ex-treinador no PSV.
Banza (6) - Esteve algo trapalhão durante o jogo, sem acertar bem na bola. Boa combinação com Djaló aos 57 minutos foi uma exceção. Só nos descontos fez questão de lembrar tudo e todos que é o melhor marcador da Liga (são 13 golos!), mas Trubin esteve à altura e não permitiu que Banza celebrasse nesta noite.
André Horta (7) - Foi o parceiro ideal para João Moutinho no meio-campo. Com a bola nos pés, trouxe ao SC Braga a coordenação que precisava para crescer mais no ataque, sem desequilibrar a defesa. Alguma desatenção, no entanto, levou a perdas de bola desnecessárias.
Niakaté (5) - Artur Jorge não deixou estar José Fonte muito tempo em campo depois de ver o cartão amarelo. Nove minutos depois, aos 84’, mandou Niakaté entrar e o defesa adaptou-se de imediato ao que a equipa pedia na altura. Também estava mais fácil, porque o Benfica raramente atacava...
Rony Lopes (-) - Irrequieto na ala direita, mas não conseguiu fazer melhor do que Víctor Gómez estava a fazer por ali.
Vitor Carvalho (-) - Além de um cartão amarelo, fez ainda um grande corte no último lance do jogo.
Abel Ruiz (-) - Nada a registar.