Benfica-SC Braga, 1-2 Destaques do SC Braga: Bruma como Trincão numa estratégia apoiada no duplo V
Internacional português não marcou nem assistiu, mas foi, de longe, o principal ponto de desequilíbrio no duelo da Luz. Víctor Gómez e Vítor Carvalho estiveram irrepreensíveis no triunfo bracarense, conseguido com golo de Navarro e uma outra estreia
MELHOR EM CAMPO: BRUMA (8)
Se Francisco Trincão teve 45 minutos de liberdade total na primeira parte do Sporting-Benfica do passado dia 29 de dezembro, Bruma teve a perspicácia de aproveitar espaços idênticos entre linhas e entre corredores, embora a partir da meia-esquerda e não da meia-direita. Apareceu nas costas de Aursnes e longe do radar de Kokçu, constantemente a criar desequilíbros na organização defensiva do Benfica. Não tem participação direta nos golos do SC Braga, é certo, mas foi claramente o jogador em destaque no encontro, e mesmo na segunda parte, com a equipa mais remetida à organização defensiva, a segurar a vantagem, o internacional português foi mostrando capacidade para fazer a formação arsenalista chegar à área contrária, como na arrancada ao minuto 89.
MATHEUS (6) — Contornado por Pavlidis logo ao minuto 8, embora sem consequências, foi mais tarde batido por um remate indefensável de Arthur Cabral, e acabou por jogar mais com os pés do que com as luvas.
VÍCTOR GÓMEZ (7) — Irrepreensível do ponto de vista defensivo, perante Akturkoglu, Schjelderup ou Beste, o lateral espanhol ainda fez assistência requintada para o primeiro golo, de Fran Navarro.
ROBSON BAMBU (6) — Estreia a marcar, e logo na Luz. Comete erros que evidenciam falta de concentração - sobretudo no passe, mas não só -, mas é um defesa com atributos interessantes, e comprovou isso não só com o acerto defensivo, mas também a marcar na sequência de um canto.
NIAKATÉ (6) — Saiu lesionado logo ao minuto 31, mas até então estava a fazer uma exibição sólida como referência central da defensiva bracarense, com destaque para uma grande arrancada ao quarto minuto.
ADRIÁN MARÍN (6) — Alguma desorientação nos minutos iniciais, tal era a preocupação em acompanhar os movimentos de Di María, mesmo quando este baixava no terreno, o que acabava por abrir espaços na defensiva bracarense. Depois acertou o posicionamento e teve vários cortes relevantes a fechar na zona central. Na segunda parte jogou mais aberto, já com uma linha de cinco defesas assumida, e teve mais dificuldades, inclusivamente com responsabilidades no golo do Benfica.
VÍTOR CARVALHO (7) — Foi dono e senhor do meio-campo no duelo da Luz. A discrição pode iludir os mais desatentos, mas o médio brasileiro esteve sempre no sítio certo, sagaz a fechar caminhos para a baliza de Matheus, mas também capaz de perceber os momentos em que a equipa precisava de respirar com bola.
GORBY (6) — Foi uma formiguinha de trabalho na primeira parte, em duelo direto com Aursnes, mas acabou por sair ao intervalo, porventura devido ao cartão amarelo recebido por agarrão a Kokçu.
RICARDO HORTA (5) — Um pouco à imagem daquilo que fez Bruma, o capitão bracarense tentou também explorar espaço, no caso em zona neutra entre Leandro Barreiro e Kokçu, mas com menor influência. Cobrou o canto para a cabeça de Robson Bambu, no lance do segundo golo, mas divide responsabilidades com Adrián Marín no golo de Arthur Cabral.
GABRI MARTÍNEZ (6) — Missão de sacrifício na ala esquerda, a ajudar Adrián Marín a controlar Di María, mas ainda com capacidade para aparecer duas vezes com perigo no ataque, na primeira parte, uma das quais para um remate em arco intercetado por Carreras com o peito.
FRAN NAVARRO (6) — Recrutado no início da semana ao FC Porto, saltou diretamente para o onze de Carlos Carvalhal, e não perdeu tempo a mostrar que pode ser a peça que faltou muitas vezes ao SC Braga, ao apontar o golo que abriu caminho ao triunfo na Luz. Um lance em que foi perspicaz a perceber onde estava o espaço entre Tomás Araújo e Otamendi, e frio na definição perante os braços abertos de Trubin.
JOÃO FERREIRA (6) — Entrou a frio, ainda na primeira parte, perante a lesão de Niakaté, mas respondeu positivamente no reencontro com o Benfica, clube no qual foi formado. Central à direita, mostrou enorme concentração para ajudar a travar a reação do Benfica na segunda parte.
DIEGO (5) — Mesmo com João Moutinho e André Horta no banco, Carvalhal optou pelo médio de 19 anos para render o amarelado Gorby ao intervalo. Em estreia, Diego não acusou o ambiente intimidante da Luz e foi um importante auxílio para Vítor Carvalho, embora com algum recurso à falta e com alguns passes errados ao tentar lançar a equipa em transição.
ARREY-MBI (5) — Rendeu Gabri Martínez e posicionou-se como central à esquerda quando a equipa bracarense já tinha fixado uma linha defensiva de cinco elementos. Apanhado desprevenido pelo passe extraviado de Ricardo Horta para Marín, não conseguiu travar o remate em rotação de Arthur Cabral.
ROGER (5) — Entrou perto do fim mas ainda foi a tempo de protagonizar a melhor ocasião do SC Braga na segunda parte, em transição, com um remate em jeito que saiu a centímetros do poste de Trubin.
EL OUAZZANI (-) — Rendeu Fran Navarro nos últimos dez minutos para refrescar o ataque, sobretudo na missão de pressionar os jogadores do Benfica na primeira fase de construção.