Rodrigo Mora esteve em grande plano no empate do FC Porto (LUSA)

Destaques do FC Porto: Mora, jovem já adulto em equipa (ainda) muito 'verdinha'

Dragões andaram ao ritmo do talento do miúdo de 17 anos que terá papel de protagonista nas ideias do técnico. Faltam (obviamente) consistência nos novos métodos, mas há sinais positivos. Até dos que saíram do banco que tiveram um papel determinante no golo
Figura do FC Porto: Rodrigo Mora (7)
Adulto. De... 17 anos. A forma por como trata a bola, como consegue ler cada lance, sempre à frente dos restantes, o talento que evidencia com a bola no pé, só está ao alcance de génios. Com muitos anos de futebol nas pernas. Mora tem poucos mas este jogo deixou uma certeza: o futuro desta equipa com o ADN de Martin Anselmi terá, por certo, este pequeno (grande) jogador como protagonista. Sempre ativo, dinâmico, a ligar o jogo, a magia como se desdobra dos adversários (a forma como serpenteou na área dos leões, aos 79’, e ainda consegue rematar) é um lance que traduz tudo aquilo que pode oferecer à equipa: imaginação, criatividade e alegria. Falta-lhe a eficácia para complementar todo o talento que tem.

Diogo Costa (6) 
Ingrata. Terá sido, por certo, das noites mais tranquilas do internacional português. Contas feitas, duas intervenções, sem grau de dificuldade muito elevado. A primeira nos instantes iniciais, após um golpe de cabeça de Hjulmand na sequência de um canto e outra, já no período de descontos, a remate ameaçador de Gyokeres. No lance do golo pouco poderia fazer.

Tiago Djaló (5) 
Corajoso. Vai ser complicado adquirir a capacidade de construção a partir de trás que Martin Anselmi pretende. Mas foi tentando, aqui e ali, a arriscar no transporte, sem se expor em demasiada. Destacou-se, sobretudo, nos muitos confrontos que foi tendo com os atacantes leoninos. Sofreu um pouco mais após a entrada de Gyokeres, mas, mesmo assim, não comprometeu e cumpriu a missão. Com eficácia.

Nehuén Pérez (5) 
Renovado. O jogo em Vila do Conde terá servido de emenda. Não complicou, jogou fácil, sobretudo com a pouca pressão do leão, mostrando solidez nos duelos que foi tendo com Harder. Foi o primeiro a sair e acabou por não sair beliscado numa noite onde foi mostrando alguma solidez.   

Zé Pedro (6) 
Certeira. A aposta de Martin Anselmi. Não jogava para a Liga, imagine-se, desde outubro do ano passado. Não acusou a pressão e nunca se ‘encolheu’ nos duelos eletrizantes que foi travando com Maxi Araújo. Acabou por ser batido por Quenda no lance do golo de Fresneda, é verdade, mas redimiu-se com dois cortes determinantes sobre o ala leonino (56’ e 90+5’), o último dos quais com enorme dose de risco...

João Mário (4) 
Precipitado. Tem velocidade, capacidade para galgar metros, mas continua a faltar-lhe alguma calma e serenidade para oferecer o que o jogo vai pedindo. Procurou fazer tudo em velocidade e o discernimento não foi o melhor. Muitos cruzamentos mal medidos, foi ultrapassado num drible de Quenda (que daria o golo...) muito por essa vontade de querer resolver tudo rápido e bem. Em boa posição falhou remate (66’) e ofereceu uma bola (66’) que Pepê acabaria por desperdiçar.

Varela (7) 
Sacrificado. Após uma lesão (76’) que o retirou do jogo. Mas com o sentimento de dever cumprido, pois nessa altura a equipa já estava bem estendida no ataque à baliza do leão. Até então foi fechando várias linhas de passe no miolo, um posicionamento quase perfeito, apagando vários fogos.

Eustáquio (7) 
Duro. Jogador de enorme utilidade pela forma como consegue equilibrar a equipa. Jogou como médio defensivo, muitas vezes como interior direito, combativo, intenso (por vezes em demasia...), a oferecer-se ao jogo em todos os momentos. Atirou uma bola à trave (27’), correu, lutou e terminou a partida na linha defensiva. Nunca lhe faltou energia e num jogo destes...

Moura (5) 
Vigilante. Sempre atento às movimentações de Trincão, a medir bem o timing nos duelos com o esquerdino dos leões, acabou por estar num nível regular, com uns furos acima nas tarefas defensivas, a preencher bem os espaços no corredor. Subiu de rendimento na etapa final e ainda arriscou um remate cruzado (50’) com algum perigo.

Pepê não teve uma noite muito feliz (LUSA)

Pepê (4) 
Pobre. Ainda não foi ontem que recuperou aquele clique para as boas exibições. Demasiados passes errados (só na primeira parte ‘ofereceu’ a bola aos leões em três ocasiões), boas movimentações e dinâmicas, é verdade, mas sempre acompanhadas de más decisões que não deram sequência. Uma nota positiva: o remate, de cabeça, que proporcionou a defesa da noite a Rui Silva (68’). Mas precisa de dar mais...

Samu (6) 
Valente. Duelo de gigantes com Diomande. De peito feito, a procurar ferir o leão, mas poucas foram as vezes em que surgiu em zonas de iminente perigo. Alguns remates (28’ e 34’) mas (muito) longe do alvo. E se na etapa inicial foi quase sempre bloqueado pelo costa-marfinense leonino, na segunda esteve mais solto (e nervoso...), acabando, ainda assim, por ser determinante no golo, com assistência perfeita para Namaso.

SUPLENTES 

Fábio Vieira (7) 
Dinâmico. A forma determinada como entrou deixou antever que poderia ser uma das suas noites. Deu maior dinâmica e critério no passe e na condução e prova disso foi a forma como trabalhou o golo de Namaso, no timing perfeito para o passe de Samu.

Gonçalo Borges (6) 
Vertical. De olhos sempre na baliza de Rui Silva, mesmo que para tal tenha corrido alguns riscos (perda de bola a Matheus Reis aos 88’ poderia ter sido fatal). Mas está ligado ao desenho do golo, num lance com Fábio Vieira e Samu.  

William Gomes (5) 
Estreante. Primeiros minutos de dragão ao peito, curiosamente em zonas mais recuadas como lateral. Determinado e acutilante nos (poucos) minutos em campo.  

Namaso (7) 
Decisivo. Não poderia ter outro adjetivo. Um herói improvável a sair do banco, letal, a corresponder a cruzamento de Samu e aparecer em zona de finalização num golo que deixou o Dragão em ebulição.