Destaques do FC Porto: João Mário de pé esquerdo a deitar abaixo a muralha
A celebração de João Mário (FOTO:GRAFISLAB)

Destaques do FC Porto: João Mário de pé esquerdo a deitar abaixo a muralha

NACIONAL30.12.202300:07

Lateral-direito tirou o FC Porto do labirinto em que se encontrava; Pepê com olhos nos pés a assistir o companheiro; Diogo Costa segurou com grande defesa vitória muito suada

A figura: João Mário (7)

Um pouco desligado do jogo ofensivo da equipa no primeiro tempo, regressou fortíssimo do intervalo e num remate cruzado derrubou finalmente a muralha flaviense. Tiro de pé esquerdo, fulminante e colocadíssimo, sem hipóteses para Rodrigo Moura. Foi o momento definidor de uma partida em que o FC Porto não disfarçou algumas debilidades e falta de imaginação, projetando muito do seu fluxo ofensivo de uma forma previsível, facilitando a vida ao Chaves. João Mário trouxe outra vida do balneário, mais vertigem atacante e sobretudo um suplemento de alma, que foi, no fundo, o que permitiu aos dragões somar os três pontos.

DIOGO COSTA (7) — Pouco trabalho no primeiro tempo, mas nem por isso deixou de apanhar um susto num desvio de Héctor que só não encontrou a direção certa. Depois, tudo mudou. O golo de João Mário despertou o Chaves, Benny atirou ao poste e o 99 agarrou a vitória ao deter em voo remate potente de Jô Batista.

ZÉ PEDRO (6)— Atacou a maior parte das bolas do adversário no grande círculo, assim como o fez Fábio Cardoso, dando forma ao jogo alto do FC Porto. Enfrentou mais problemas em segurar Benny e Jô Batista, mas foi sempre valente nos duelos.

FÁBIO CARDOSO (5)— De olhos colocados na referência goleadora do Chaves, Héctor Hernández, teve, depois, de virar foco para Benny e Jô, dupla mais dinâmica e que lhe trouxe muitos mais problemas para resolver.

ANDRÉ FRANCO (6) — Boa dinâmica na direita, especialmente depois do intervalo, porque antes não puxou muito pela imaginação. Teve excelente oportunidade para marcar, mas Rodrigo Moura encurtou-lhe o ângulo de forma sublime.

ALAN VARELA (6) — Tudo bem arrumado na sua zona de controlo, teve participação ativa no golo de João Mário ao entregar a bola a Pepê, que, por sua vez, assistiu o lateral. Com amarelo, acabou aos 62’, numa fase mais dura do desafio.

EUSTÁQUIO (6)— Protagonista do primeiro momento de perigo do FC Porto: aos 31’, rematou à meia volta, mas a bola bateu em Sandro Cruz e saiu por cima da trave. Teve muito trabalho para organizar o meio-campo, faltou-lhe, porventura, alguma lucidez para abrir espaços — mérito do Chaves, que se organizou bem.

PEPÊ (7)— João Correia tirou-lhe a festa do golo em cima da linha de baliza (45). Momento alto, mas caído do céu para o brasileiro, num lance fortuito, que não resultou de jogada que ele tão bem sabe desenhar. Já o golo do FC Porto, mesmo nascido de um desarme de Wendell, mostrou que Pepê tem uma leitura de jogo diferenciada, depressa descobriu o atalho certo (João Mário) para o FC Porto chegar ao golo.

TONI MARTÍNEZ (6) — A surpresa no onze do FC Porto. Depois de quatro jogos sem ser chamado, saltou para o onze, no dia do adeus de Fran Navarro. Não foi uma referência forte na área, longe disso, mas sabe jogar bem de costas para a baliza e foi nos seus pés que começou o lance do golo de João Mário. Viu um amarelo por simular uma grande penalidade.

TAREMI (4)— Amorfo, sem o tempero dos velhos tempos de goleador, jogou mais descaído na esquerda, como uma espécie de falso ala, mas a parceria com Toni Martínez não funcionou na perfeição.

GALENO (4) — Deu mais velocidade ao ataque do FC Porto, mas a definição esteve longe de ser a melhor e foi mesmo displicente num lance em que tinha tudo para fazer o 2-0.

FRANCISCO CONCEIÇÃO (6) — O efeito da sua entrada foi imediato, os dragões, que se arrastavam um pouco no relvado, ganharam a velocidade necessária para dividir o bloco flaviense. Um remate em jeito quase surpreendeu Moura. A bola disse olá ao poste direito.

EVANILSON (4) — Com ele o FC Porto ganhou uma referência mais fixa na área, em tese, uma boa ideia tendo em conta que a equipa tinha Galeno e Francisco a voar nas alas. Na prática, não funcionou.

JOÃO MENDES (5)— Ainda teve tempo para desferir um belo remate a queimar as luvas de Rodrigo Moura. Tem essa facilidade, ao contrário de Wendell.

GRUJIC (-)— Típica substituição para conter algum atrevimento do Chaves e ajudar os centrais na missão de proteger a baliza de Diogo Costa.