Destaques do FC Porto: é aproveitar, rapaziada. O Francisco dá boleia até ao Jamor
Conceição, o irrequieto, mostrou o caminho da final; Pepê fechou eliminatória depois de ter dado a vitória na primeira mão; estranho apagão de Galeno e Taremi a parecer peça sem encaixe na equipa portista
Francisco Conceição (7)
Todo ele é irrequietude, desde que o árbitro apita para o início até que o faça para o final, a não ser que (como foi o caso) seja substituído antes. Saiu numa última leva de três alterações operadas por Sérgio Conceição, mas no caso dele a rendição serviu claramente para ouvir justos aplausos da bancada. Depois da entrada a frio do FC Porto pegou na bola sempre que pôde e transportou a equipa para a frente. Sofreu um videopenálti numa clara imprudência de Charles e em cima do intervalo inventou a jogada que deu vantagem aos dragões na partida, tabelando com João Mário e finalizando com classe. Grande jogo.
Cláudio Ramos (5) - Sofreu golo a frio, sem nada poder fazer perante o adormecimento geral da defesa azul e branca. Depois terá tocado algumas vezes na bola, mas na realidade não há registo de qualquer intervenção difícil ao longo de toda a partida. No pouco que teve de fazer, cumpriu.
João Mário (6) - Não leva para casa um caderno imaculado em termos de erros, que os teve, a começar pela chegada tardia ao jogo. Foi, juntamente com Wendell e Pepe, dos que não ouviu o despertador tocar. Quando deu por ela, a bola já estava no fundo da baliza do desamparado Cláudio Ramos. Alternou, porém, com bons momentos defensivos e sobretudo ofensivos, com destaque para a clarividência com que compreendeu que naquele período de compensação da primeira parte só tinha de devolver a bola a Francisco Conceição que ele resolveria o resto do assunto. Fê-lo com açúcar e justifica ir num dos lugares da frente na boleia de Chico para o Jamor.
Pepe (6) - Já ficou escrito atrás: adormeceu e chegou tarde ao jogo, tendo papel menos feliz no madrugador golo vimaranense. Daí para a frente foi o (bom) Pepe do costume, com saúde e fulgor de 30 anos quando o cartão de cidadão teima em dizer que tem 41. Tempo de corte sempre correto, noção do espaço de ação, autoridade na leitura do jogo.
Otávio (5) - Pareceu, a espaços, mais nervoso e precipitado do que tem sido hábito. Não comprometeu, é certo, mas podia e devia ter feito melhor em dois/três lances na área portista. Aos 20 minutos aventurou-se no ataque e só um oportuno corte de Handel impediu que marcasse.
Wendell (6) - Foi a primeira vítima do tal adormecimento coletivo da defesa no lance do 1-0, sofrido após um lançamento lateral, situação pouco usual em alta competição. Depois cresceu e esteve sempre muito em jogo, encarreirando permanentemente pela esquerda, ora acima ora abaixo, dando aos companheiros soluções de saída para a frente.
Alan Varela (5) - Equilibrou discretamente o meio-campo portista, sem tempo e espaço para grandes brilhos mas também sem comprometer a estratégia coletiva.
Nico González (5) - O espanhol é uma espécie de alma gémea do companheiro argentino do lado. Posiciona-se ligeiramente à frente e passam muito por ele as tentativas de ataque do FC Porto. Mas esta quarta-feira foi o dia de Francisco Conceição conduzir.
Pepê (7) - Foi o maior apoio de Conceição nas arrancadas portistas rumo à área vitoriana, procurando e encontrando quase sempre os espaços disponíveis para empurrar o jogo até onde os donos da casa queriam. Já tinha marcado na vitória em Guimarães e selou a eliminatória com um golo de belo efeito.
Galeno (4) - A vontade e o espírito de iniciativa de sempre aliaram-se, desta vez, a uma ineficácia estranha. Não foram apenas os dois golos falhados no mesmo minuto (66), mas também algumas correrias pouco objetivas. Já teve, e certamente voltará a ter, melhores dias.
Romário Baró (6) - Seis minutos depois de ter entrado para o lugar de Galeno serviu Pepê com grande classe para o golo que resolveu de vez a eliminatória. Melhor, em 20 e poucos minutos, era difícil.
Gonçalo Borges (-) - Rendeu Pepê, um dos melhores em campo, quando tudo estava decidido e pouco mais havia a fazer senão controlar a passagem dos minutos.
Namaso (4) - O avançado jogou ainda menos tempo, mas aos 87 minutos falhou o que parecia ser um fácil movimento para colocar o resultado no plano da goleada.
Wendel Silva (-) - Como Gonçalo Borges, mal teve tempo de tocar na bola.
Stephen Eustáquio (-) - Idem idem, aspas aspas. Outras oportunidades virão.