Destaques do FC Porto: a estreia de Martim foi uma corrida sem vergonha
Martim Fernandes no FC Porto-Sporting. Foto: MANUEL FERNANDO ARAUJO/LUSA

Destaques do FC Porto: a estreia de Martim foi uma corrida sem vergonha

NACIONAL28.04.202423:24

Jovem de 18 anos mostrou-se ao público do Estádio do Dragão. Assistiu para o golo de Pepê após boa jogada individual. Evanilson também marcou, mas na defesa um certo sueco fez ruir tudo num minuto...

A figura - Martim Fernandes (8)

Imaginem ter 18 anos e estrear-se na Liga pela equipa principal do FC Porto (tinha apenas jogado uns minutos para Taça de Portugal). E logo a titular, e ainda por cima no Estádio do Dragão contra o Sporting quase campeão. Pela frente teve Pedro Gonçalves e Nuno Santos (coisa pouca…!), mas foi mesmo lá à frente, numa corrida desenfreada mas com a bola controlada, que foi deixar Hjulmand no chão e assistir para o golo de Pepê (na altura o segundo da equipa). Com o passar do tempo vieram o cansaço e a desatenção, mas não se deixem enganar para o futuro: há ali qualidade e as bochechas rosadas não são de vergonha.

DIOGO COSTA (5) - De regresso após dois jogos lesionado, esteve praticamente a assistir ao jogo e a segurar uma ou outra bola que quase por acaso ali chegava. Entre o minuto 87 e o minuto 88 sofreu dois golos sem hipóteses, mas, se quisermos aproveitar para ser otimistas para a seleção, pelo menos a Suécia não vai ao Euro.

ZÉ PEDRO (5) - Estava tão confiante com os pés que, aparentemente, até se tornou um dos marcadores de livres. Problema: há um avançado chamado Gyokeres que, num minuto, não encontrou oposição nos centrais do FC Porto e pode ter-lhe retirado boa parte dessa confiança. É assim que se cresce, dizem, mas deve custar…

OTÁVIO (5) - Foi obrigado a fazer duas partes distintas: a primeira mais tranquila, controlando as poucas investidas dos leões e estando atento sobretudo à capacidade aérea de Paulinho; e a segunda com Viktor Gyokeres a tentar explodir à sua frente (ou ao lado, ou nas suas costas...). Resumidamente, não chegou para o avançado sueco (quem chega?).

WENDELL (6) - Se há jogador capaz de representar a montanha-russa emocional que esta equipa do FC Porto vive a cada jogo é Wendell. Esteve mais ou menos tranquilo durante o jogo, celebrou a vantagem e a exibição com muitos sorrisos e o orgulho estampado na cara… e acabou a chorar no relvado, com a frustração do empate.

ALAN VARELA (6) - A luta no meio-campo foi crescendo ao longo do jogo e normalmente, quando se fala em luta, Alan Varela diz sempre presente. O Sporting foi mudando os protagonistas e a estratégia na sua área de ação, mas não foi por Varela que a equipa tremeu.

NICO GONZÁLEZ (5) - Além das características que fazem dele um médio agora essencial no FC Porto, está cada vez mais atrevido a aparecer na área adversária. Tinha marcado na última jornada, mas precisa de ser mais incisivo nestes momentos do jogo para evoluir. Perdeu a bola que deu o empate aos leões e só o estatuto que já tem na equipa o salvou de uma noite muito mal dormida.

PEPÊ (7) - Entendeu o que Sérgio Conceição lhe pediu para este jogo e cumpriu enquanto foi possível: causou estragos na defesa leonina, marcou e controlou a bola para que o Sporting não a tivesse tanto. Se o FC Porto tivesse feito uma boa época, provavelmente estaríamos a discutir se Pepê era o melhor jogador da Liga. Talento para isso tem, falta-lhe consistência individual e sobretudo a coletiva.

FRANCISCO CONCEIÇÃO (7) - Sempre irrequieto e imprevisível, dificilmente houve defesa do Sporting capaz de o travar. Teve nos pés o terceiro do FC Porto, no fim da primeira parte, mas o guarda-redes do Sporting defendeu à primeira e Francisco não viu que Pepê estava sozinho à segunda. Do alto dos seus 21 anos, foi sempre dando algum ânimo ao jovem Martim Fernandes no corredor direito.

GALENO (5) - Teve mais dificuldades em ultrapassar St. Juste primeiro (com algumas intervenções acima do limite legal do defesa sportinguista) e Quaresma depois pela esquerda do que o colega Francisco com Diomande e Gonçalo Inácio na direita. Mesmo sem conseguir rasgar a defesa leonina, esteve bem mais certeiro no passe do que o costume.

EVANILSON (7) - De regresso após cumprir dois jogos de castigo, voltou à titularidade com aquilo que tem feito melhor esta época: golos. Marcou logo aos 7 minutos, aproveitando um erro de Israel e uma desmarcação impecável de Pepê. Teve de ser assistido ainda na primeira parte - ficou a queixar-se de uma cotovelada de Diomande na grande área -, mas foi na segunda parte que teve mais queixas físicas, acabando por ser substituído por Taremi.

TAREMI (3) - Entrou quando o ataque do FC Porto já não existia e limitou-se a garantir que isso continuava a acontecer.

ROMÁRIO BARÓ (4) - Alguns bons toques na bola, mas nenhuma das substituições acrescentou mais ao jogo do FC Porto.

NAMASO (-) - Tem entrado várias vezes para o desespero, mas dificilmente estas alturas ajudam qualquer jogador.